Terceiro Capítulo

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Pela casa toda, podia-se escutar os gritos de Olivia.

- Você não vai Francisco. Amanhã é dia de vocês ensaiarem para a apresentação. - grita enquanto o rapaz tomava o café da manhã.

- Mãe, eu já combinei tudo com ela, não vai da para desmarcar. - insiste, porém a mãe não cessa a postura.

- Foi muito difícil encontrar jovens rapazes para a apresentação e você, meu filho, não quer ensaiar? Mais de jeito nenhum! - diz balançando os braços.

- Não é que eu não queria ensaiar, mãe, a senhora entendeu tudo errado. Eu só tenho um encontro marcado amanhã no centro com uma menina, só isso. Mas eu não desisti da apresentação. Por favor, entenda.

- Francisco, eu que te peço, vá amanhã para o ensaio, do contrário você não estará preparado para o dia da apresentação, meu filho. - diz em um tom mais baixo fixando os olhos nos do menino.

Bufando, baixa a cabeça para a comida e cala-se, continuando o café da amanhã.

- Tome o seu café da manhã logo. Nós vamos daqui a pouco para a escola. - sai da cozinha chamando Daniel, o filho mais velho.

Pensou, pensou e pensou. Deveria ter alguma forma de convencê-la ou de não ir ao ensaio, caso contrário, Tereza ficaria decepcionada. Armaria o seu plano durante o dia. Arrumou-se e foi até a escola com o mãe, deixando as suas irmãs em casa com Daniel.
Adentrando nos portões da escola, ela alerta.

- Fique no pátio. Eu vou na sala da diretora. Comporte-se!

- Tudo bem. - afasta-se e anda por meio dos alunos.

Era por volta das 7 horas da manhã e as aulas começavam as 7:30, por isso tinha vários alunos espalhados pela escola.

- Francisco!! - Tereza grita de alegria correndo até ele e o abraçando.

- Oi, Tereza! - alegra-se.

- O que você está fazendo aqui? - pergunta empolgada.

- Meus irmãos e eu vamos estudar nessa escola. Provavelmente eu vou cair na sua sala. - sorri levemente.

- Sério? - arregala os olhos e abre a boca de espanto.

- Sim!

Ela pula de emoção e para conversarem melhor vão para um local mais tranquilo do pátio, em baixo de uma Quaresmeira. Ela falava animada sobre tudo. Sobre ele como o novo colega de escola e sobre a visita do mesmo ao centro espírita. Um pouco receoso, ele prefere contar a aflição.

- Tereza, eu não sei se eu conseguirei ir ao centro hoje. - diz num tom baixo.

- Por que? Como assim você não vai conseguir ir? - decepciona-se.

- É que a minha mãe disse que era para mim participar de uma apresentação na Igreja que ela frequenta e infelizmente o ensaio da apresentação coincidiu com o nosso encontro. Desculpa, por isso. - diz desanimado.

- Que pena. Então semana que vem você vai! - ela propõe.

- É...semana que vem. - repetiu desviando o olhar.

Continuaram a conversa até que Tereza precisou ir para a aula. Segundos depois da ausência da menina, a mãe de Francisco chega dizendo que estava tudo resolvido e que eles começariam frequentar a escola na próxima semana.

Ao anoitecer, todos arrumados, seguem para a Igreja. Como o combinado, os dois rapazes foram para a sala de ensaio, enquanto sua mãe e suas irmãs foram para dentro da Igreja. Francisco, agoniado, não parava de olhar o relógio ansioso que a missa começasse e ele pudesse sair. Armou todo o plano com Vitor e Ezequiel. Se por acaso a mãe deles chegasse o procurando, Ezequiel daria a desculpa de que ele tinha ido em uma lanchonete perto para comprar salgadinhos, e mandaria uma mensagem para o amigo.
Os sinos tocaram iniciando a missa e Francisco saiu, a pé, pois era um pouco perto dali, tendo por volta de uma hora e meia para retornar.
Ao chegar no centro, o mesmo estava iluminado e com vários carros na frente. Entrando, avistou uma moça alta e perguntou:

Amor de Outras VidasOnde histórias criam vida. Descubra agora