Vigésimo Terceiro Capítulo

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Thiago acordou e olhou em volta. Novamente em um hospital. Ao menos, dessa vez, tinha alguma ideia do que teria acontecido. Aquele medicamento tinha dado um efeito diferente dos que tomava. Certamente, suas tias tiveram que chamar a equipe médica. Ou ele estava morto? Quem deu o remédio foi Antônia, então ela sabia o que estava fazendo. Lembrou-se do momento agonizante que ela o fez passar. Tentou levantar-se, mas não conseguiu, então deduziu que não estava morto. O que estava acontecendo?
Com uma surpresa muito grande, Fernando adentrou pela porta do quarto com um papel em mãos. Ele o lia quando entrou.

- Senhor Fernando? - Thiago perguntou dando um enorme sorriso.

- Thiago! Como você está? Se sente bem? - ele perguntou indo ao seu encontro ansioso por compartilhar notícias com o menino.

- Por favor, não se distancie de mim! - ele pediu em um tom de voz triste. - o senhor não sabe o que passei esses dois meses. - algumas lágrimas caíram da sua face magra.

- Eu realmente não sei, mas tenho certeza que o que aconteceu, nunca mais se repetirá, Thiago. - Fernando disse com certeza. - Eu acabei de entrar em um processo para lhe adotar. Como você tem quase dezoito anos, a moça disse que esse processo vai demorar pouco.

- É sério, senhor Fernando? - pergunta emocionado com a notícia.

- Sim. É sério. - sorri e da um abraço de lado nele.

- Mas, e as minhas tias? O que vão acontecer com elas? - perguntou.

- Thiago, a polícia me pediu para que eu não comentasse nada com você para não criar nada mais além do que presenciou. Assim que você receber alta, teremos que ir na delegacia.

- Mas por qual motivo? - indagou inocentemente.

- Você descobrirá o que aconteceu. Fique calmo. Tudo está sob controle.

Eles passaram o resto da tarde inteira conversando. No outro dia, na parte da manhã, Rodrigo e a mãe chegaram na sala para visitar Thiago. Avistando Fernando em uma poltrona, dormindo, decidiram aproximar primeiro do fragilizado. Benedita, não segurando a emoção, olhava constantemente para Fernando.

- Thiago! Como sente? - o psicólogo perguntou.

- Me sinto muito bem, Rodrigo. Estou bem alimentado e os medicamentos estão sendo aplicados na hora devida. Isso está fazendo com que eu me sinta melhor.

- Que bom. Bom - olha para a mãe - essa é a minha mãe, Benedita.

- Olá, senhora Benedita! Como vai? - o garoto pergunta apreciando a mãe do seu amigo.

Rodrigo, como não parava quieto em nenhum canto, decidiu aprontar com Fernando uma vez que ele não tinha acordado com a visita deles e porque também precisava alegrar um pouco o rapaz. Decidiu aproximar-se dele e ao escorar-se na poltrona, passou o seu braço por trás de Fernando. Benedita mandava a todo o momento o filho parar com aquilo e ele sempre pedia para que ela ficasse em silêncio, caso contrário, ele iria acordar. Delicadamente, foi retirando o seu óculos, mas no meio do processo ele acordou, deparando com Rodrigo no seu lado esquerdo.

- Ah, Rodrigo. Deixe-me dormir!

Levantou-se vagarosamente e deu-lhe um abraço, olhando em seguida para Benedita que lhe admirava. Foi até Benedita e apenas pegou em sua mão, mas sentiu uma enorme vibração de alegria que ela exalou.

- É uma imensa alegria lhe reencontrar, senhor Fernando. - a doce mulher disse.

- Eu que o diga! Ah quantos anos que nós não nos vemos? Que não colocamos nossas conversas em dia! - deram risadas e de longe Rodrigo pode notar a sintonia que batia forte.

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⏰ Última atualização: Nov 22, 2021 ⏰

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