Carla desceu as escadas de sua casa arquitetando o seu plano. Ela ia fazer algo contra Tereza rápido e isso aconteceria naquele dia.
Chegando na sala de aula, deparou-se com a mesma cena de sempre. Tereza, alegre, conversando com Francisco. Os encarou com raiva e nem percebeu a presença de Thiago.- Bom dia! - Thiago disse sorrindo, mas Carla não respondeu. Ela tinha toda a concentração voltada no casal.
Percebendo que Carla não o escutou, repetiu:
- Bom dia, Carla!
- Bom dia, Thiago. O que foi? - ela pergunta olhando para ele com raiva.
- Nada. Eu só estou feliz.
- Ah, mas eu não estou. Olha só eles ali, felizes, como eu posso ficar feliz com aquilo? - disse os encarando.
- Mas por que? Não seria melhor deixar eles em paz de uma vez?
Carla olha para Thiago não o reconhecendo.
- Quem é você?
- Vai dar uma de louca agora?
- Você sabe que eu nunca gostei dela, ainda mais dando em cima de Francisco.
- Se eu fosse você, não ficaria obcecada por ele. Seria melhor deixar isso. Ela nunca fez nada com você, não sei porquê você tem tanto rancor dela.
- Se for para ficar me julgando e não me ajudar, saia daqui e só volte quando pensar igual a mim. - se vira para frente.
- O que deu em você hoje, em? - pergunta sem entender o ódio da menina.
- Eu que te pergunto! O que você tem hoje? Ela fez a sua cabeça também? Se for isso, sai logo daqui para eu não me contagiar com falsidade.
Thiago sai de perto dela e se senta na cadeira que ficava no fundo da sala. Entretanto, iria ficar atento a qualquer coisa que ela fosse fazer, pois se ela fizesse qualquer bobagem ele poderia interferir para não gerar qualquer tipo de arrependimento no futuro.
Sentando em uma mesa da lanchonete, depois das primeiras aulas, Thiago podia ver Tereza e Francisco no mesmo lugar sempre. Ele viu perfeitamente quando o rapaz de aproximou para comprar algo e Carla foi em seguida ao sei encontro. Observou e viu que Tereza de vez em quando olhava. Como estava perto do balcão, conseguiu escutar o diálogo.- Oi, Francisco! - ela diz em um tom alegre.
- Oi, Carla. Tudo bem? - o moreno sorri.
- Tudo sim. Francisco, eu queria te pedir uma coisa...
- O que seria?
- Eu queria que você me ajudasse a fazer a atividade de Português. Não tive tempo de fazer em casa. Você poderia me ajudar?
- Claro que sim. - ele volta-se para o vendedor e pede uma latinha de refrigerante. Em seguida olha para ela.
Nesse momento, ela se aproxima e fica na ponta do pé indo até ele e lhe dando um beijo. Ele a empurra posteriormente.
- Tá maluca, Carla? - ele grita e limpa a boca.
- Ué, só quis agradecer antecipadamente a sua ajuda. - ela fala fingindo inocência.
- Mas eu não queria. Pode esquecer! Chame outro para lhe ajudar. - ele pega a latinha e um guardanapo e sai frustado do local.
Thiago, observando tudo, olhou para Tereza rapidamente no momento em que eles estavam se beijando. Ela, com o rosto de surpresa e decepção, sai do grupo e corre direto para dentro da escola. Aparentemente estava chorando.
Francisco chegou ainda limpando a boca, mas agora com o guardanapo. Perguntou por Tereza e corre em seguida para dentro da escola. Provavelmente para procurá-la.- Viu o que eu fiz, Thiago? - ela chega perto dele.
- Vi sim, mas isso não vai durar muito tempo. Ele vai explicar para ela que foi você quem beijou primeiro e não ele. - Thiago diz mostrando firmeza e calma, porém por dentro estava todo destruído.
- Mesmo assim, ela não tomou atitude o suficiente para fazer isso, então eu fiz. Isso foi apenas para provocar. Você sabe que ainda posso fazer coisa pior.
Thiago balança a cabeça e volta a alimentar-se.
Francisco corre para a sala de aula, mas não a vê. Pensou um pouco onde ela poderia está e decide ir checar o banheiro. Chegando lá, ele vê uma menina saindo de dentro e alguém tranca a porta.
- Oi, você poderia me dizer se viu Tereza? - ele pergunta com o semblante de preocupação.
- Não sei quem é Tereza, porque sou nova aqui na escola, mas eu sei que tem uma menina aqui no banheiro que tá chorando e disse que ia trancar a porta para ninguém interromper ela.
- Essa menina por acaso tem o cabelo negro?
- Sim.
- Muito obrigado. - disse ficando na frente da porta e a menina sai. Começa a bater na porta pedindo:
- Tereza, abre a porta, por favor!
Vendo que não tinha resposta ele implora novamente.
- O que aconteceu? Por que você ficou assim de uma hora para outra? - ele pergunta mesmo sabendo da resposta.
- Estou mal, me deixa sozinha. - diz com a voz quase abafada por causa do choro.
- Foi por causa do beijo, não foi? - ele pergunta, mas não obtém a resposta. - Tereza, por favor, abre essa porta. Foi ela que me puxou e não eu que a puxei. Ela fez aquilo para provocar e está conseguindo. Você sabe que eu não sinto nada por ela.
- Será mesmo, Francisco? Você trata ela de uma forma quando eu vejo, mas quem me garante que vocês não tem algo a mais?
- Nós não somos nada, até porque eu gosto muito de você. Vamos para a sala de aula, lá podemos conversar melhor. - ele se declara a fim de amolecer a rigidez de Tereza.
Ela abre a porta e ele sorri ao vê-la, dando um abraço.
- Vamos para a sala. Temos que conversar antes da aula começar. - sai abraçado com ela e juntos vão para a sala.
- Tereza...não fique assim. - ele diz a olhando.
- Como não vou ficar, Francisco? Essa menina sempre implicou comigo. Agora ela quer roubar você de mim. - disse enxugando as lágrimas do rosto.
- Não vai roubar não. Fique tranquila. - ele diz em um tom doce.
Ele aproxima-se dela e a beija, e sentido a intensidade do desejo dela, a abraça, parando só quando não restava mais nenhum fôlego.
- Vamos nos assumir logo. Eu sempre notei que você também estava interessada por mim e eu desde sempre estive por você. - ele diz passando a mão no cabelo de Tereza.
- Vamos. Nós precisamos fazer isso o quanto antes. - ela sorri para ele.
Verônica e Cláudia chegaram na sala de aula depois do sinal ter tocado. Esperavam que Tereza estivesse na cadeira da frente e Francisco no fundo da sala, mas o que viram foram eles unidos como se nada tivesse acontecido.
Antes de ir para os locais, que ficavam perto deles, Cláudia comentou.- É, parece que eles se reconciliaram.
- Realmente. Eu não esperava que isso pudesse acontecer tão rápido. - Verônica responde impressionada e vão para os lugares.
Carla chegou na sala e vendo a mesma cena de sempre, cruza os braços com raiva.
" Será que eles não ficam nenhum dia se quer separados? " - pensa.
- É, Carla, parece que seu plano não deu muito certo. Eles estão conversando normalmente. Ao invés de separar, você fez foi juntar os dois mais ainda. Belo plano o seu, em. - Thiago diz após adentrar na sala.
- Que raiva. - murmura baixo.
- É melhor irmos para os nossos lugares. A professora daqui a pouco vai chegar.
Thiago diz e os dois se sentaram.
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Amor de Outras Vidas
SpiritualFrancisco Manuel e Tereza Cristina reencontram-se em corpos diferentes e "apaixonam-se novamente". O casal enfrentará preconceitos religiosos, inveja, entre outros desafios, e provará que o amor sempre vence e ultrapassa as mais diversas barreiras s...