1

1K 77 21
                                    

- Entra aí, como cê tá?

Steve abre a porta do passageiro por dentro do carro e cumprimenta Bucky, que entra sorrindo.

- Livre! - dá um beijo na bochecha do amigo o fazendo rir. - Livre dá cadeia, vão se foder seus putos!

Grita com a cabeça para fora da janela e mostra os dedos do meio para os guardas policiais da prisão. Steve ri enquanto arranca com o carro para longe da penitenciária onde seu amigo estava preso.

Bucky tem 26 anos e já esteve em vários reformatórios quando ainda era menor de idade, quando passou dos 21 foi preso duas vezes por confusões em bares ou por dirigir bêbado e posteriormente, desacato à um policial militar. Nunca foi um garoto fácil.

Steve é como se fosse da família, o pai de Bucky, Tommy o considera um filho, pois o pai de Steve foi um grande amigo e quando morreu, Tommy sabia que Steve ficaria sozinho, então quando tinha apenas 7 anos, Steve se tornou o mais novo irmão de Bucky.

Com o tempo Steve se acostumou a chamar Tommy de pai, se acostumou a viver com ele e se acostumou a ser irmão de Bucky, eles são sua única família.

Eles sempre foram grudados e Steve nunca deu trabalho como Bucky, na escola por exemplo, enquanto Steve estava na aula ou no campo jogando qualquer esporte, Bucky estava escondido atrás das arquibancadas fumando um beck com os amigos.

Com o passar do tempo foi ficando perceptível a diferença entre Steve e Bucky aos olhos de Tommy, Steve se tornava o favorito e Bucky a decepção, mas isso nunca atrapalhou a amizade dos dois.

Agora Steve é do exército e Bucky um bêbado.

Steve é estável, tem um emprego ótimo, tem uma casa perfeita e namora o mesmo cara desde o colégio, um que a propósito não suporta Bucky.

Sam é psicólogo e trabalha no hospital da cidade, mora com Steve e faz o possível para não ter que lidar com o quase irmão problemático dele.

Bucky está em condicional por incrivelmente ter bom comportamento, seu último delito foi dirigir embriagado e bater em um poste, Tommy se recusou a pagar sua fiança então ficou detido por seis meses.

Seis meses de alegria para Sam, já que não tinha que se preocupar com as visitas inesperadas e inconscientes de Bucky em sua casa.

Mas agora a paz acabou e Bucky está de volta com seu melhor amigo.

- O que vai fazer agora que está livre?

- Só Deus sabe. - ri despreocupado. - Vou começar raspando minha conta.

- E depois? Próxima parada bar? - brinca.

- Talvez.

- Vou fazer um jantar lá em casa comemorando seu retorno. O papai vai tá lá.

Bucky faz uma cara desaprovado a ideia do amigo.

- Não é uma boa ideia.

- Qual é? Ele quer te ver.

- Ele podia ter pagado minha fiança pra mostrar isso, você não acha? - é irônico.

Steve balança sua cabeça e ri.

- E o Sam? Tá ok com o jantar?

- Claro que sim.

- Eu sei que ele não gosta de mim, Steve.

- Você tá exagerando.

- Como eu sou eu, vou ao seu jantar. - decide agradar o amigo. - Não espere que eu fale com o seu "papai".

Bucky dá uma piscadinha irônica e zoa o modo como Steve chama Tommy.

- Vou ficar aqui. - Bucky tira o cinto de segurança. - Até a noite, maninho.

- Até.

Bucky abre a porta e sai do carro.

---------------

- Pode ao menos fingir que está feiz por ele ter saido da cadeira, hein? Pode fazer isso por mim?

Ao chegar em casa, Steve vai direto falar com Sam que está na cozinha. Apois falar sobre o jantar que Sam não estava sabendo porque obviamente Steve inventou na hora para incluir Bucky, tenta convencer Sam a ser talvez um pouco receptivo com seu amigo.

- Vão ser só algumas horas - continua tentando convencer enquanto abraça Sam por trás e encaixa sua cabeça entre seu ombro e pescoço. - Por favor.

- Tá Steve! - Sam se vira e fica de frente para o namorado. - Faço isso por você.

Steve abre o sorriso e logo dá vários beijos em Sam, que fica irritado de primeira, mas logo reconhece sua forma de carinho excessiva.

- Eu amo você.

- Eu também te amo, Steve.

Os dois se abraçam, mas Sam não pode deixar de interromper o momento.

- Já falou com seu pai?

- Ele aceitou, sem problemas. - o loiro dá de ombros e finge normalmente andando pela cozinha.

- Jura?

- Sim, Bucky é filho dele.

- Isso não quer dizer nada e você sabe disso.

- Amor, eu juro que vou fazer desse jantar o melhor de todos. - se aproxima de Sam e segura suas bochechas com as duas mãos.

Steve dá um leve beijo nos lábios do moreno e Sam quer muito mais, porém os dois tem que preparar a casa para as visitas.

---------

Bucky bate a porta e Sam atende, por um milagre Bucky não está bêbado ou mal apresentado, talvez queria impressionar o pai. Bucky sorri ao ver o namorado de seu melhor amigo, mas Sam não pode deixar de notar a nova cicatriz que Bucky tem acima da sobrancelha direita.

- Como foram as férias? - Sam finalemnte mostra seu sorriso, mas claro que é irônico.

- Ótimas, obrigado por perguntar. - Ri de volta com a mesma irônia.

Sam abre a passagem para que ele entre e mostra o caminho até a sala de jantar que fica logo depois da sala. Bucky já foi lá outras vezes, mas Sam faz questão de frisar o fato de Bucky não ser "de casa".

A mesa já está completa, Steve, Tommy e Caroline uma senhora loira muito simpática que é casada com ele, mas não é mãe de Bucky.

- Estavamos a sua espera! - Caroline cumprimenta Bucky muito feliz e até se levanta para abraça-lo.

- Também senti sua falta. - Bucky abraça a mulher com muita força.

A pesar de não ser sua mãe de verdade, Caroline tem a paciência que Tommy nunca teve com Bucky e ele valoriza muito isso, ela o trata como filho, assim como Steve também.

Aparentemente, Steve e Caroline são as únicas pessoas felizes pela presença, seu pai ainda não se deu ao trabalho de cumprimentá-lo. Bucky se senta na cabeceira da mesa, talvez de propósito para ficar de frente de Tommy que está na outra cabeceira. Sam e Steve estão do lado direto e Caroline está de frente para Steve próxima a Tommy.

Essa noite será longa...

O namorado do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora