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Sam estaciona em frente ao restaurante onde Bucky trabalha e sai do carro ficando encostado no lado da porta do passageiro. Ele olha para o interior do estabelecimento e não vê mais cliente, apenas os funcionários.

Dois homens aparentemente da segurança correm para entrar e um alvoroço se instala lá dentro. Sam não pensa duas vezes antes de entrar.

Quando uma garota assustada aparece, ele pergunta o que está acontecendo.

- Um cozinheiro está brigando com o dono do restaurante - ela responde e logo corre para fora do lugar.

Sam entra para a cozinha que é de onde o barulho está vindo. Quando chega, vê os dois seguranças tentando tirar Bucky de cima de T'Challa. Bucky dá vários socos no rosto dele que já está no chão.

Sam chega mais perto e também tenta tirar Bucky dalí.

- Bucky, Bucky já chega! - quando consegue tirar Bucky, ele o empurra para trás.

Os seguranças ajudam T'Challa a se levantar. Bucky está furioso e seu chefe não está diferente.

- Seu delinquente! - T'Challa grita apontando o dedo para Bucky - Você vai me pagar!

- Segura tua onda, babaca. Eu te arrebento de novo!

Bucky anda em sua direção novamente, mas Sam fica no meio e impede com as mãos no peito de Bucky.

- Para!

- A culpa é toda sua, Wilson! - T'Challa continua gritando - Se não fosse por você, nada disso aconteceria.

- Como é? - Bucky fica confuso.

- Cala a boca, T'Challa - Sam fala olhando diretamente para ele.

- Do que você tá falando? - Bucky pergunta para T'Challa.

- Você não se enxerga? Você é um criminoso, passou metade da sua vida trancado numa cela! Você nunca vai arrumar um emprego!

- Se você acha isso, por que você me contratou?

- Vamos embora agora - Sam tenta afastá-lo de lá para saírem.

Bucky tira as mãos de Sam dele com um movimento brusco.

- O que foi que você fez? - pergunta irritado para Sam.

- Por favor, vamos embora.

- Eu só te contratei porque o Sam me pagou pra fazer isso! - T'Challa revela com gosto ainda limpando o machucado da testa.

- O quê?

- Você não consegue ficar calado, T'Challa? - Sam grita para ele.

Bucky apenas balança a cabeça, dá meia volta e anda para fora da cozinha.

- Esse cara é maluco! - T'Challa grita.

- Maluco é você, seu lixo assediador!

Sam sai correndo da cozinha e torce para encontrar Bucky do lado de fora do restaurante.

Ele está na calçada passando do carro de Sam estacionado na frente.

- Ei Bucky, espera! - Sam puxa Bucky pelo braço para ele parar de andar - eu posso explicar.

- Por que você fez isso? Eu pensei que você acreditava em mim!

- E eu acredito! Eu só estava vendo como você ficava triste cada vez que recebia uma ligação de algum restaurante te rejeitando e eu queria que você ficasse feliz.

- Aí você pagou o primeiro idiota que aceitou dinheiro pra contratar um delinquente?

- Você não é um delinquente, Bucky.

- Você não sabe quem eu sou - dá um passo para mais perto de Sam - se achou que eu ia te agradecer por isso, você realmente não sabe quem eu sou.

Se vira e volta a andar.

- Por favor, entra no carro. Vamos conversar direto em casa, nós estamos gritando no meio da rua - Sam pede.

- O mais engraçado é que eu neguei uma entrevista em outro restaurante porque eu já estava trabalhando em um! - fala sorrindo, mas ele está com raiva.

Sam fica surpreso.

- Eu não sabia disso.

- Talvez você também pagou a dona pra me contratar, vai saber.

- Eu não fiz isso. Só vamos pra casa.

- Você nunca mais vai me ver - Bucky aponta o dedo para ele e depois sai andando até desaparecer.

Sam chuta o pneu do próprio carro e bate no teto. Ele está se sentindo péssimo por ter feito o que fez. Mas ele não pode fazer mais nada agora, então volta para casa sozinho.

Sam pensou que era só questão de tempo para Bucky retornar. Ele estava zangado e precisava de tempo, mas alguma hora ele voltaria para casa.

Esse foi o pensamento de Sam na primeira semana que ficou em casa sozinho. Toda vez que voltada do hospital e abria a porta, esperava ver Bucky bagunçando a cozinha ou descendo as escadas com o cabelo molhado. Mas isso não aconteceu.

Nem na primeira semana, nem na segunda. Deitado em sua cama, de olhos abertos encarando o teto as duas da madrugada, Sam entendeu o fato de Steve sempre ir procurar por Bucky.

Todas as noites que ele não conseguia dormir porque sabia que Bucky estaria em algum beco escuro desmaiado no chão. E quando já não aguentava mais a ansiedade, levantada e saia de carro pelas ruas escuras tentando encontrar Bucky, mesmo Sam dizendo que não precisava de toda essa preocupação e que provavelmente Bucky estaria bem. Hoje ele não acredita mais nisso.

Levantar e passar as próximas horas vagando de carro pela cidade perguntando para casa dono de bar se Bucky havia passado por lá parece exatamente o que Steve faria, então Sam o fará.

Não aguenta mais esperar e vai procurá-lo. Passa por três bares dos quais ele sabe que Bucky frequenta e nada. Nenhuma notícia ou sinal de vida. São 6;30 da manhã e Sam está olhando atrás de uma loja de conveniência, verificando o estacionamento e ainda não consegue encontrá-lo.

Tudo isso é frustrante. Há um tempo atrás, Sam nunca se veria fazendo isso e agora ele só consegue pensar em fazer isso. Daqui a pouco ele precisa estar no hospital, então ele volta para casa para tomar um banho rápido.

Lembra de ligar para os amigos de Bucky para perguntar se eles o viram. Mas Scott nem Thor sabem de nada ou se sabem, não querem dizer. Bucky provavelmente pediria para não contar nada para Sam.

Mas um dia se inicia e Sam se perde em sua terapia de grupo. Seus pacientes já chamaram pelo seu nome 5 vezes para que ele saia de seus devaneios e volte para a conversa. Sam se desculpa. Volta para casa e a cozinha ainda está vazia.

Sua última esperança é a casa de Tommy e Caroline. Talvez eles dois saibam onde Bucky está, talvez ir até lá seja uma grande má ideia, mas Sam não tem escolha.

O namorado do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora