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Bucky caminha tranquilamente sozinho por uma rua pouco movimentada. Está usando fones de ouvido onde toca uma antiga do Kenye West quando sente alguém tocando em seu ombro. Ele tira os fones e se vira para quem está falando.

Steve está parado em sua frente olhando para Bucky.

- Steve? Oi cara, iai? - Bucky o abraça rapidamente depois se afasta.

- Oi Bucky - Steve responde normalmente.

- O que você tá fazendo? Pra onde tá indo?

- Eu estava apenas caminhando, mas ainda bem que encontrei você, porque anda meio sumido.

- Pois é cara, eu vivo no trabalho agora, acredita? - força um sorriso.

Steve balança a cabeça também sorrindo.

- Eu estava querendo mesmo falar com você. Tá com tempo? Podemos parar e tomar um café.

Bucky gostaria muito de negar pois não se sente confortável na presença do irmão sabendo que fica escondido com o namorado dele.

- Claro, vamos sim - aceita por fim.

Os dois vão para um cafezinho próximo dalí para conversar. Bucky tenta esconder ao máximo seu nervosismo e Steve parece concentrado. Depois de se sentarem em uma das mesas, eles pedem dois caputinos.

- Como você está, Steve?

- Melhorando...

- Eu sei que provavelmente você não fala nada, mas eu estou muito curioso pra saber o que aconteceu com você e o Tony no Afeganistão.

- Você está certo, eu não vou falar sobre isso.

- Voltou para o exército?

- Ainda não.

- Então se não vai falar sobre sua vida, vamos falar sobre o que?

- Sobre você.

Bucky se vê salvo nos últimos segundos pela garçonete que trouxe os caputinos.

- Muito obrigado - Steve agradece a garota que logo vai embora.

- Eu estou indo bem... Estou finalmente mudando minha mente e-

É interrompido por Steve.

- Você sabe do que eu estou falando e sabe também sobre minhas suspeitas.

- É por isso que estou evitando você - Bucky diz a verdade - você não confia mais em mim e colocou essa ideia maluca na cabeça. Com todo respeito Steve, mas isso não é problema meu.

Bucky toma seu primeiro gole de café tentando parecer confiável.

- Você prometeu que ia deixar isso de lado - Steve fala.

- Disse há uns 10 anos atrás.

- Ainda é válido. As coisas não mudaram só porque você acha que agora é amigo dele, Bucky!

- Eu acho? - Bucky dá uma risada debochada.

- Sim! Bucky, você tinha que continuar afastado. Isso nunca foi saudável pra você. O que você achou que ia acontecer se ficasse convivendo com o Sam novamente?

Bucky não responde e nem mantém contato visual com o irmão.

- Seus sentimentos por ele iam voltar, Bucky. É isso que ia acontecer!

- Pra sua informação eles nunca desapareceram. Eu tive que lidar com eles a minha vida toda e detalhe - levanta o dedo - tive que ver vocês dois juntos bancando o casal feliz!

- Você disse que faria isso por mim.

- Isso foi no ensino médio, Steve! Eu estava chateado pelo Sam não corresponder aos meus sentimentos e sim aos seus. Me tornei uma pessoa odiável para o Sam e ainda ajudei vocês dois a ficarem juntos. Eu saí de cena pra você poder ter sua felicidade, não achei que isso ia tão longe.

- Tá jogando isso na minha cara agora?

- Não. Não estou nem reavaliando a situação. Vocês ainda são o que são e eu estou do lado de fora - Bucky se encosta novamente na cadeira.

- Bucky, você não sabe o quanto isso me doeu também. Ter que disputar a mesma pessoa com o meu único irmão, mas no fim, o Sam gostava de mim. Não foi uma escolha para nós dois.

- Sim, ele não gostava de mim. Gostava de você e eu aceitei isso com o tempo.

- E você acha que ele ainda gosta de mim? - Steve parece querer saber de verdade, olhando com os olhos carregados para Bucky.

Bucky não responde.

- Eu quero a verdade, Bucky. Eu preciso - segura a mão de Bucky por cima da mesa - Vocês dois estão envolvidos?

Bucky não diz nada. Ele não quer ter que mentir, mas a essa altura tudo o que ele sente é raiva por ter o irmão mais egoista do mundo.

- Não Steve, não estamos envolvidos. O Sam continua gostando de você e só me vê como seu irmão problema. Mas para todos os efeitos, para o seu governo, eu tenho uma namorada.

- Você o que? - Steve fica surpreso.

- Sim, eu tenho uma namorada e vou levar ela para o aniversário da Carol no sábado. Você vai poder conhecê-la.

Nem Bucky acredita nisso. Steve fica alegre rapidamente.

- Que bom pra você, Bucky. Espero que ela seja boa pra você e que você também seja bom pra ela - diz sorrindo.

- Valeu - bebe mais café.

————

Bucky tem que arranjar uma namorada e tem que ser logo. Ele só disse que tinha uma para poder não sair por baixo com o irmão. E se ele aparecer com uma garota para sua família, Steve pode baixar a guarda e Bucky pode continuar se encontrando com Sam.

Agora ele só precisa encontrar a garota perfeita para a mentira. Seus olhos batem na loira recepcionista, Yelena seria uma pessoa apita para isso. Ela é inteligente, engraçada e muito legal. Mas Bucky não pode chegar e propor a ela que finja ser namorada dele para seu irmão não desconfiar do seu caso com o namorado dele, então tudo o que ele poder fazer é fingir que está interessado na loira.

Bucky sai da cozinha e vai até a recepção do restaurante falar com Yelena. Ele se apoia na bancada da recepção onde Yelena está atrás.

- Oi Lena - pisca e sorrir pra ela.

- Lena? - ela acha graça do apelido.

- É um apelido que eu inventei. Aposto que só eu te chamo assim.

- Sim, você é o único.

- Estão isso já torna especial - sorri maliciosamente.

Yelena coloca os cabelos para trás da orelha e olha envergonhada para Bucky.

- O que você vai está fazendo amanhã sexta à noite?

- Sexta a noite - finge pensar - Nada.

- Errado. Você vai sair comigo.

- Para onde? - Ela sorri imediatamente e mostra interesse.

- Jantar de aniversário da minha madrasta.

- Você vai me levar para um jantar de família?

Ela se surpreende porque acha isso importante demais para levar qualquer pessoa.

- Sim. Qual é o problema?

- Nenhum! Eu vou claro.

Essa foi fácil.

- Certo. Agora tenho que voltar para minha cozinha. Até mais tarde, loira.

Bucky dá dois tapinhas na bancada e anda de volta para a cozinha. Ele só precisa finalizar esse plano corretamente, avisando para Sam do seu joguinho para que ele não entenda de forma errada. Ele deixará para avisá-lo pessoalmente amanhã na sexta quando se encontrar com Sam no seu apartamento antes do horário do jantar de Caroline.

Ou tudo correrá bem ou muito péssimo e tudo depende de Bucky.

O namorado do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora