Capítulo 3

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Hannah

Desço as escadas da boate e aprecio aquele lugar novamente, parece bem mais lotado do que ontem. Tento lembrar o que fazer para conseguir drogas, faz tempo desde que tenho que fazer isso.

Respiro fundo e sinto o cheiro misturado de suor, bebida e cigarro. Vejo um pessoal perto do canto e percebo que estão trocando algo rapidamente com um cara.

Meus olhos prestam atenção e vejo ele trocar um pacote por outro, então o cara mais jovem abre e começa a distribuir pegando o dinheiro dos outros.

Deito a cabeça seguindo o cara do outro pacote e vejo que ele está contando o dinheiro, passo pelas pessoas as empurrando e vejo que ele está indo para a direção de uma escada com dois seguranças.

Olho para cima de novo e vejo aquele vidro fumê me perguntando se tem alguém por trás dele. Logo depois disfarço e coloco os cabelos para trás me virando.

Colido com alguém e minhas mãos vão até o blazer para me segurar, ele fica completamente parado enquanto me observa e afasto meu corpo do dele.

-O que você está fazendo?- ele pergunta.

-Como?- não entendo a pergunta.

-Veio aqui por duas noites seguidas e estava seguindo o meu amigo.- ele aponta com o queixo.

Olho por cima do ombro e os seguranças parecem me observar apenas esperando para me matar e descartar em um beco com provas plantadas para dizer que me matei ou algo do tipo.

-Não é isso.- balanço a cabeça.

-Então o que é?- ele levanta a sobrancelha arqueada.

-O que é isso o que?- fingir que eu sou burra é a melhor opção.

-Não me irrite, garota.- ele trava o maxilar.- O que você está fazendo aqui?

-Eu estou aproveitando a festa, ora.- tento sorrir.

-Ah, é?- ele sorri com raiva.- Cadê sua bolsa? E o dinheiro? Veio se divertir sem dinheiro?

Muitas perguntas. Muitas perguntas para alguém tão destreinada quanto eu, não sou da polícia e não sei me defender. Eu só sei uma coisa que meu pai ensinou quando eu fui pega por um policial.

-Eu...- gaguejo e agora ele sorri com prazer.- Eu não devo satisfações para você.

-Quando vem na minha boate e age de modo suspeito, deve sim.- ele dá um passo na minha direção.- Então...o que faz aqui?

Olho por cima do ombro de novo e vejo os seguranças se aproximando, fecho minhas mãos com força e minha respiração começa a ficar mais acelerada.

Ok, ok, eu vou fazer isso.

Abro minha mão e bato a palma contra o pescoço dele de surpresa, o cara se curva caindo de joelhos enquanto tosse e eu começo a correr para fora da boate.

Passo pelos seguranças e eles parecem não saber ainda, aproveito isso e corro para o outro lado da rua. Olho para os lados e tento pensar em que caminho seguir.

Mr.BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora