Capítulo 31

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Abraham

-Eles estão indo direto para uma estrada de terra que entra na mata.- a voz no viva-voz fala vem alto.

-Aqui tem um monte de estrada de terra, porra, qual delas?- pergunto com raiva.

-A próxima.- ele explica.- Seu GPS está no lugar certo, vira na próxima.

Seth vira rapidamente e pego minha arma, chego para ver se já está carregada e então aperto o cabo com força quando vejo uma van preta estacionada perto de uma trilha.

Saímos do carro e Seth pega uma faca para durar os pneus, abro a porta da van e meu coração para pela centésima vez, vejo o tapete da van coberto de sangue e solto uma respiração pesada quando vejo o celular de Hannah escondido.

Engulo em seco e me viro na direção da trilha, começo a andar rapidamente e Seth me alcança depois que fura os pneus, meu dedo toca o gatilho quando ouço alguns barulhos de pá.

Por favor, não esteja morta. Por favor, não esteja morta. Por favor, não esteja morta. Por favor. Por favor. Por favor.

Pisco algumas vezes antes de ver dois homens cavando uma cova, ergo a arma e atinjo os dois em um intervalo de tempo mínimo. Eles caem no chão sangrando e ouço os outros carros chegarem para me dar reforço.

-Leve os dois.- peço em uma voz fria.- Quero dar uma palavra com eles.

-Ok.- Seth fala baixo.

-Hannah!- grito tentando ver naquela escuridão.- Hannah!

Ouço um gemido baixo e corro na direção dele, a arma cai da minha mão quando chego e vejo Hannah. O rosto dela está coberto de sangue e suas roupas...

-Ei.- me ajoelho ao seu lado.- Eu estou aqui agora. Estou aqui.- não sei como tocar nela.- Hannah, eu estou aqui.

Ela está com os olhos fechados e mal respira, chamar uma ambulância aqui só vai demorar mais. Então, em completo desespero, coloco Hannah no colo arrancando um gemido de dor dela.

-Desculpa.- minha voz falha.- Vou te levar para o hospital, ok?- tento não apertar ela demais.- Você vai ficar bem.

Um dos seguranças abre a porta e eu a coloco no banco de trás com todo o cuidado que tenho. Fecho a porta e entro no banco do motorista, dou a partida e faço a volta rapidamente sem nem pensar duas vezes antes de sair daquele lugar imundo.

-Aguenta, Hannah.- peço acelerando.- Por favor, aguenta.

Ouço a respiração difícil dela e travo o maxilar para não chorar de raiva, não parecia que há uma hora ela estava na boate e deitada no sofá me ignorando. Eu preferia que ela ainda estivesse me ignorando do que isso, qualquer coisa á isso.

Entro na via principal e é aí que acelero, desvio de alguns carros e olho algumas vezes para Hannah. Está tão parada que meu coração quase para pensando que ela está morta, mas ela não vai morrer desse jeito, ela não pode morrer desse jeito.

Hannah não vai morrer desse jeito.

Abraham

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