Capítulo 8

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Abraham

Estou sentado ao lado de Hannah, pedi para os outros ficarem lá fora e estava me sentindo um burro por ter concordado em entrar com ela aqui.

Hannah está com a cabeça baixa abrindo e fechando a mão com força, como se estivesse nervosa com o que estava prestes a fazer. Nem eu sabia o que ela iria fazer.

Volto a olhar para dentro da delegacia e a porta de uma sala abre, o Detetive Stone aparece e arregala os olhos quando me vê ao lado dela.

-Detetive.- Hannah fala alegre.

-Vejo que tem trabalhado.- ele me observa.

-Você vai adorar o que eu tenho para contar.- ela pega a bolsa e olha para mim.- Volto já.

Fico tenso quando ela beija minha bochecha e aperta meu ombro, o Detetive parece ficar surpreso e abre a portinha para ela entrar.

Hannah passa falando com alguns polícias e vejo que reconhece vários dele, deve ter estado várias vezes aqui já que reconheciam ela e falavam também.

Respiro fundo e sinto uma queimação na minha bochecha, exatamente onde os lábios dela tocaram. O que essa maluca pensava que estava fazendo?

A porta fecha com os dois dentro e encosto meu corpo nas costas da parede pegando meu celular. Aviso para Seth esperar com os olhos bem abertos.

Olho para aquela porta e fico pensando em qual plano besta ela criou, me beijar na bochecha deveria ter parecido muito íntimo, o detetive percebeu isso.

Estava nas mãos dela, literalmente tudo dependia do que ela iria falar. Então eu podia sair daqui com a barra limpa ou tentando evitar os tiros dos polícias.

Uma coisa ou outra iria acontecer.

Hannah

-Eu falei para não chegar perto do dono.- ele apoia as mãos na cadeira na frente da que eu sentei.

-Sim, você falou.- assinto relaxada.- Mas, no começo, eu não sabia que ele era o dono.

-Como você não sabia, Hannah?- ele parece irritado.

-Bem, na hora do sexo você não pergunta muito.- falo rindo e ele não move um músculo.

-Você transou com ele?- pergunta.

-Muito. Preciso descrever nos relatórios?- aponto para o papel na minha frente.

-Não.- ele se afasta para perto do espelho.- O que você descobriu?

-Bem, a casa dele é linda...

-Hannah, direto ao ponto.- ele fora e encosta o corpo na parede.

-Nada suspeito, procurei por todo canto.- explico com os braços cruzados.

-A boate?- levanta as sobrancelhas.

-O barmen com quem eu falei, disse que era tudo de boa.- encaro ele.- Mas falou que tem uma boate na outra rua que ele já viu entrarem com caminhões, e não eram de bebida.

Mr.BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora