Capítulo 14

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Hannah

Passo a página do livro e espreguiço meu corpo no sofá enorme e confortável, a lareira está ligada e estou com uma manta de lã pesada em cima do meu corpo.

Fiona fez chocolate quente e colocou ele na mesinha do lado do sofá, não toquei nele até agora e deve estar morno já. Então fecho o livro e pego a caneta sentindo ainda quente.

Sopro um pouco e bebo, sorrio por um momento quando sinto o gosto do chocolate. Nunca tomei chocolate quente quando era pequena e raramente depois que eu cresci.

Meu momento de felicidade acaba quando a porta abre e Abraham entra tirando o casaco e sacudindo ele por causa da chuva forte que tem lá fora.

Ele olha para mim e então apoia o casaco na cômoda, fico mais tensa quando ele começa a andar na minha direção com uma cara séria. Ele demorou um pouco depois de eu sair, talvez tenha ficado com aquela garota.

-O que foi aquilo?- ele pergunta.

-Um lembrete de que na frente da polícia tem que fingir que é meu cachorrinho.- falo e depois volto a ler meu livro.

-Não vou fingir que sou seu cachorrinho.- ele pega o livro das minhas mãos.

-Ei!- grito com raiva.

-Não precisava me beijar para lembrar do seu plano idiota!- ele fala no mesmo tom.

-Desculpa, seu idiota.- me levanto.- Só estou cumprindo minha parte do nosso acordo para salvar seu traseiro!

-Não me beije mais.- ele me observa.- Em nenhum lugar...

-Se você se irrita tanto, não vou mais tocar você.- pego a manta de lã e o livro das mãos dele.

-Ótimo. Vá direto para o quarto e lembre de trancar sua maldita porta!- ele fala irritado.

-Eu não precisaria trancar se você não fosse um xereta!- grito com raiva.- Seu pervertido idiota, e não esqueça que foi você que me beijou primeiro naquele dia!

-Não é sobre isso.- ele bufa.

-Parece sobre isso.- me viro para ir embora.- Você fica voltando no assunto de ver eu me masturbando...

-Hannah.- ele me encara.- Vá para o quarto!

-E se eu não quiser?- levanto as sobrancelhas.

-Hannah...

-Você não pode me expulsar.- sorrio.- Precisa de mim para sua ideia dar certo, então não pode me obrigar a...

Ele me agarra e então arranca as coisas da minha mão, grito quando ele me coloca no ombro e começa a andar comigo. Grito mais alto e bato nas costas dele com força enquanto puxo sua camisa.

-Abraham!- grito com raiva.- Vai pra merda! Me solta!

Ele abre a porta do meu quarto e fecha com um baque, grito com raiva quando ele me joga na cama e percebo que sua respiração está ofegante por causa do esforço.

-Você fica aqui!- ele aponta para a cama.

-Seu maluco!- começo a me sentar.- Você é um imbecil!

Mr.BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora