Capítulo 34

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**1 mês depois**
Abraham

-E a gente podia andar nos cavalos.- John fala.- O papai não me deixou andar, mas não foi uma coisa ruim já que o menino que entrou no meu lugar caiu.

-Se livrou de uma.- murmuro o observando.

-É, talvez.- ele continua desenhando com o giz.- Quando ela vai acordar? Dormiu todos os dias que eu vim aqui.

Maggie realmente queria que eu conhecesse John e achou que ele seria uma boa companhia enquanto eu estava aqui, então todo dia ela trazia ele e ficávamos conversando o dia todo. O menino era bem mais inteligente do que eu pensava que seria.

Com certeza, devia ter puxado tudo de Maggie, mas ele tinha os olhos de Seth. Então, todo dia ele me contava alguma coisa que ele já tinha feito e sempre perguntava a mesma coisa, sempre a mesma coisa.

-Ela precisa descansar.- explico.

-Por causa do acidente.- ele me encara.

-Isso.- assinto.- Ela já está quase curada.

-Aí ela vai sair?- franze as sobrancelhas.

-E.- mexo os ombros.- Vai ter que fazer fisioterapia já que passou tanto tempo em uma cama de hospital.

-Uma vez, eu fiquei tanto tempo com um gesso no braço, que quando tirei, sempre voltava com ele para a posição do gesso.- ele explica.

-É, é quase a mesma coisa.- falo acariciando a mão de Hannah.

-Então ela estar assim é bom.- ele fala calmo.- Aprendi na escola que as pessoas precisam descansar para recuperar a energia.- termina de desenhar a paisagem e faz careta.- Eu sou um péssimo desenhista.

-Você não é um dos melhores.- concordo.

-Mamãe disse que eu desenho bem.- ele me encara com tédio.

-É, ela mentiu.- comprimo os lábios.

-Pelo menos sou bom em matemática.- ele afasta as mechas mais longas do cabelo curto dos olhos.- Você é bom em matemática?

-Eu era melhor em Biologia.- respondo.

-No final, a gente nunca precisa de tudo que aprende.- ele olha para Hannah.- Ela pulou um ano igual a mim.

-Como?- franzo as sobrancelhas.

-Opa.- ele arregala os olhos.

-Você a conhece, John?- aponto para Hannah.

-Não, não.- balança a cabeça.

-Como sabe que ela pulou um ano?- pergunto.

-Ela pulou um ano?- ele sorri.

-John.- mexo a cabeça.

-Bom, é que eu meio que quis saber onde meu pai ia trabalhar.- ele explica se defendendo.- Então eu o segui.

-Você o seguiu.- repito.- Como?

-Eu não sou burro, Abraham, paguei um táxi.- fala óbvio.- Vi ele digitar o código e usei meu tamanho para passar pela segurança.

Mr.BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora