Capítulo 12

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Abraham

Hannah está deitada no sofá e parece completamente entediada, cinco minutos atrás ela estava fazendo bolinhas de papel para tentar acertar no lixo. Quando uma bateu em mim, eu proibi ela de fazer de novo.

-O que você fica fazendo o dia todo?- ela bufa.

-Na verdade, venho aqui só para ficar fora de casa.- explico relaxando na cadeira.

-Nossa, que legal.- ela fala sarcástica.- Não tem nenhum joguinho aqui?

-Tem baralho.- informo e ela senta.

-Ótimo, isso é melhor do que não fazer nada.- ela vem na minha direção e senta na cadeira em frente à mesa.

-Ok.- pego o baralho da gaveta.

Começo a embaralhar as cartas já acostumado com isso, jogava com Seth quando não tínhamos nada para fazer e sempre vencia as partidas.

Distribuo as cartas e Hannah pega elas animada, então apoia as pernas na mesa e começa a arrumar as cartas na mão. Fico observando ela enquanto já estou pronto e Hannah olha para mim.

-Os mais velhos primeiro.- ela sorri e eu balanço a cabeça tentando não sorrir também.

-Você sabe que isso é irritante, não?- puxo uma carta e vejo as outras.

-O que?- ela vê a carta que eu joguei e logo dispensa.

-Esse seu humor ácido.- explico vendo ela pegar uma carta e logo jogar ela fora.

-É uma defesa.- explica.- Se eu deixasse qualquer pessoa se aproximar, viveria chorando pelos cantos.- ela olha para mim.- Você também não é uma flor.

-Claro que não.- puxo outra carta e a jogo.- Do que adiantaria?

-Esse é o ponto.- ela sorri pegando a carta que joguei.- Quem passa pelas defesas que construimos ainda pode nos matar, por isso você sempre está com essa cara e eu sempre estou fazendo brincadeiras.

-Talvez.- fico surpreso com a leitura dela.- Se concentra no jogo ou você perde.

-Eu jogo muito bem.- ela me espera descartar uma carta.

-Bem, eu jogo desde os quinze.- explico quase ganhando.

-É...- ela pega uma carta e seus lábios se curvam diabólicos.- As vezes a sorte é importante também, caro aprendiz.

Ela descarta a carta e coloca as outras na mesa, abaixo as cartas lentamente vendo que ela rapidamente conseguiu me ganhar sem nem pensar muito.

-Outra vez.- junto as cartas.- Deu sorte.

-Claro.- ela se ajeita na cadeira.- Mas lembre, um para mim e zero para você.

Isso me faz ficar irritado e ela sorri de lado, distribuo as cartas novamente e dessa vez fico mais atento ao jogo, não gosto de perder. Mesmo que seja em brincadeiras idiotas.

Hannah

Estávamos empatados.

Mr.BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora