love again | bruno rezende

sete

BRUNO REZENDE

Eu chego no quarto e me jogo na cama totalmente irritado, quando você da o seu melhor, e as coisas realmente vão bem, e mesmo assim as pessoas querem mais, é pressão demais, eu sinto vontade de sair gritando.

– Que cara é essa? – Pergunto para Lucão que entra no quarto com cara de poucos amigos.

– Eu ouvi a conversa com o Renan.

– Ah nem me fale, eu tô puto pra caralho, ele querer colocar a Dominique no meio? O que ela tem a ver com isso?

– Ela também ouviu.

– O que? – Dou um pulo da cama e ele se levanta.

– Não vai lá agora, ela está de cabeça quente.

– Ela não pode achar que a culpa de alguma coisa é dela Lucas, ela não tem nada a ver, pelo ao contrário.

– Eu sei disso, eu conversei com ela, mas ela está assustada, com medo de te prejudicar, eu entendo, imagina o peso?

– Eu imagino como ela deve estar assustada, eu vou subir para falar com ela.

– Bruno me ouve, espera.

– Eu não vou esperar Lucas. – Saio do quarto sem pensar muito e pego o elevador para ir até o seu quarto, bato na porta duas vezes e ela abre a porta com o rosto visivelmente abalado.

– Oi...

– Não importa o que ele falou, ele não está certo.

– Ele vê de fora, ele não falaria se não fosse verdade, ou se de certa forma não pudesse vier a ser.

– Você está nervosa e não está pensando direito.

– Estou pensando com a cabeça, e não com o coração, capita, você está mais do que pronto para fazer essa equipe ir para a final. – Ela funga e eu respiro fundo. – Falta alguns dias, foca no jogo, se depois disso você ainda quiser me conhecer melhor, eu vou amar.

– Eu quero que você esteja do meu lado todos os momentos até a final, você não vê o que está acontecendo aqui?

– Eu vou estar, eu sou a repórter.

– Não desse jeito, não desse jeito Dominique.

– Bruno, vai descansar, vocês tiveram um jogo difícil, tem que treinar, tem uma semifinal para ganhar, uma medalha de ouro pra levar pro Brasil, foca nisso agora. – Ela segura minha mão e eu nego com a cabeça. – Por favor.

Eu nego novamente com a cabeça e não consigo falar mais nada, simplesmente viro as costas e saio de seu quarto totalmente irritado, queria mandar todo mundo que está se metendo na minha vida se foder, eu estava movido pelo ódio.

(...)

– Vai com calma aí amigão. – Lucão fala ao ver que eu virava o sétimo shot de tequila.

– Estou calmo, muito calmo, mais calmo do que isso impossível.

– Depois quem tem que cuidar de você sou eu.

– Me deixa jogado em algum lugar, tá tudo certo.

– Aquela alemã não para de olhar pra você. – Douglas fala apontando discretamente para uma menina ruiva, eu nego com a cabeça.

– Só quero beber e ficar em paz.

– A noite vai ser longa. – Douglas fala de braços cruzados e eu o ignoro, continuando bebendo.