Capítulo 19 - A verdadeira face

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Ao ver a casa amarela meus olhos enchem de água e sem me despedir da oficial, corro em direção à porta e entro com tudo.

- Senhorita? Isso são modos de entrar em uma residência? 

Minha professora me censura, mas não ligo, eu precisava de um abraço e se era tão incrível quanto Miguel costumava dizer ela iria me entender. Corro em sua direção e lhe dou o abraço mais apertado que consigo, ela tenta dizer algo, mas eu começo a chorar copiosamente. 

Depois de algum tempo ela me conduz até o seu sofá elegante.

- Querida, o que aconteceu? Por que está tão desesperada? - ela pergunta aflita.

Por um momento hesito, mas acabo despejando tudo, afinal eu não poderei conversar com Fran nem com Matt ou eles perderão a linha e todos seremos expulsos.

 A doce senhora é tomada por um ódio quando conto tudo.

- Esse garoto merece ser expulso imediatamente daquele lugar! Tenho nojo dele!

- Eu me senti tão usada... tão inútil... fracassada e estúpida. - Coloco as mãos no rosto e choro novamente.

- Querida, você não tem culpa da falha de caráter desse rapaz. Então não fique se culpando por um erro que ele cometeu.

- Eu... Eu acho que não nasci para ser amada mesmo.- Choro mais ainda.

Ela segura em minhas mãos e olha bem no fundo dos meus olhos.

- Pare de dizer esses absurdos, você merece sim ser amada querida. E tenho certeza de que há um rapaz maravilhoso apaixonado por você, mas que talvez você não tenha percebido ainda. Alguém que não importa o perigo que corra sempre fará tudo por você. 

Nem tento desvendar as suas palavras, pois estou profundamente magoada comigo mesma. 

- Mas agora querida temos que ver o que vamos fazer com esse garoto.

- Não dá para fazer nada, ou ele vai conseguir que me expulsam dos oficiais. 

Fico triste. 

- Ele é mais argiloso que o Clã! - Digo com raiva.

- O Clã luta por uma causa, querida, mas ele é apenas alguém egoísta.

- Não importa! Eu odeio os dois! 

Ela parece surpresa.

- Fique tranquila. Eu darei um jeito de acabar com esse garoto, ninguém magoa a minha neta e fica por isso mesmo.

Eu congelo. Como assim neta? O que estava acontecendo? Ela tenta disfarçar dizendo que eu era como uma neta para ela, mas pelo seu nervosismo percebo que há algo escondido, então exijo que ela me conte toda a verdade, pois estou farta de tantas mentiras e segredos.

- A verdade, meu bem, é que meu nome é Clarissa Laferrew eu era casada com Mattew Laferrew...

- Mas esses são os nomes dos meus avós, mas eles estão mortos! Quem é você? Eu exijo a verdade.
- Eu sei que é muita informação e não planejava me revelar assim, mas já qe diante das circunstâncias deixei escapar... Contarei tudo. 

Isso era impossível, aquela mulher não podia estar falando a verdade. 

- Eu e seu avô fomos visitar nossos netinhos gêmeos que receberam os nossos nomes, mas infelizmente o General Morrow descobriu um esconderijo do Clã quando estávamos retornado de viagem e houve um intenso confronto. Seu avô lutou bravamente para salvar inocentes que estavam no meio dessa batalha, mas ele foi acertado por uma flechada. - seus olhos enchem de lágrimas.

O CLÃ - Série Crônicas do Reino Escondido - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora