Capítulo 13 - Confusa

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A experiência que vivi naquele lugar é inenarrável, ver tantas crianças sem nada, partiu meu coração e eu não parava de pensar em uma forma de ajudá-los e de como odiava o Clã.

Quando chegamos a casa de Miguel, Mag nos encara.

– Onde vocês dois estavam com essas roupas? Rolou algum baile e não fiquei sabendo?

– Levei ela para conhecer as tendas.

Sua expressão fica séria.

– Como está a pequena Alice, hoje? Sua mãe melhorou?

Fico sem e entender a preocupação específica com a pequenina e meu amigo explica que o pai dela morreu em um conflito e que sua mãe está muito doente, já que quase toda comida que tem, dá para sua filha. Tenho vontade de chorar e pergunto porquê as coisas estavam daquele jeito em um Reino tão próspero quanto Citrino.

– Clari é a guerra. - Mag explica triste.

Minha vontade é de gritar: - Parem com essa guerra ridícula agora. Mas sei que não tenho poder para isso, porém lembro do meu projeto semestral e tenho uma ideia meio louca, mas, espero que funcione.

Me despeço dos meus amigos e vou o mais rápido possível para meu prédio e bato na porta de Bernard. Ele abre sem entender minha pressa. Entro com tudo, só reparo depois que entro, que ele está sem camisa, por um segundo fico sem graça, mas lembro do meu foco e começo a falar.

– Tive uma ideia para o nosso projeto semestral. - Digo animada

– Eu já desenvolvi enquanto você estava no hospital. - Ele tenta explicar.

– Eu sei, eu sei, porém essa vai mudar a vida das pessoas! Eu quero fazer um projeto que fornece comida, tratamento e roupas às vítimas do Clã!

O queixo dele vai ao chão.

– Essa questão não é da nossa alçada, jamais irão deixar que recrutas façam isso todos os dias.

– Recrutas não, mas você é o príncipe, talvez autorize. Por favor, Bernard, ao menos tente!

Ele para e pensa um pouco, mas por fim concorda e pulo em seus braços, o fazendo cambalear já que está com o pé machucado.

– Obrigada! Agora vamos ver o seu poderio príncipezinho. - Ele sorri e saio cheia de esperança rumo ao meu quarto.
Durmo quase duas horas, quando meu irmão bate a porta.

– Eu estava tão preocupado irmã! Me senti culpado por ter te deixado sozinha no hospital, perdão. -Ele me abraça forte, como senti saudades do meu maninho.
– Fica tranquilo, estou bem agora. Como está Olliver?

– Ele está se recuperando bem, ainda está no hospital, mas já está no quarto, acredito que em breve terá alta.

Fico aliviada ao saber disso.

– Fran não veio com você? Estou com tanta saudade... – Antes de terminar, minha amiga entra no quarto e me abraça, sorrimos, choramos e claro colocamos o papo em dia. Meu irmão fica incomodado de ser excluído da conversa, mas dou um beijinho em seu rosto bravo e ele nos deixa a sós.

– E aí você já decidiu, amiga?

– Decidi o quê?

– Com qual rapaz, você vai ficar.

Levo minhas mãos ao rosto e fico perturbada com sua pergunta.

– Você ainda não decidiu, não é mesmo?

– Eu nem tive tempo para pensar nisso, Fran. E nem quero pensar por agora.

– Não estou colocando pressa em você, amiga, mas espero que não crie falsas expectativas no coração deles.

O CLÃ - Série Crônicas do Reino Escondido - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora