Namorada?

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   P.O.V: Mayla Sanchez
—  o que você está fazendo aqui? — perguntei, sendo totalmente ríspida com Murilo. Mas a verdade é que eu estava com medo. Meu coração parecia que iria sair pela boca. Eu estava trêmula. E estou completamente sozinha com esse covarde nesse andar do prédio.
— eu vim conversar com você, Mayla. Quanto tempo... — ele deu um sorriso maquiavélico para mim. Eu queria vomitar com aquilo.
— some daqui, Murilo. Agora. Antes que eu chame a polícia pra você! — eu disse, fechando as mãos em punho e puxando todo o ar existente naquela sala pelos pulmões.
— Pra que ser tão grossa assim comigo, Mayla? — ele disse, adentrando na sala. Engoli em seco — por acaso você está esquecida das coisas? — dei um passo para trás até que ouço uma terceira voz, totalmente familiar, se fazer presente na sala.
— o que está acontecendo aqui? — meu chefe perguntou e eu suspirei aliviada. Renato havia me salvado, mesmo que indiretamente.
— nada, Renato. Ele já estava de saída! — eu forcei um sorriso e vi o olhar de Murilo se estreitar até mim, com raiva.
— nossa conversa ainda não acabou, Mayla!
— eu não tenho mais nada para conversar com você tem mais de um ano, Murilo! — bufei, revirando os olhos.
— rapaz, queira se retirar da minha empresa, por favor! — Renato o puxou pela camiseta — antes que eu chame os meus seguranças pra você.
— seus seguranças são uma piada! Eu entrei aqui na maior facilidade. — ele debochou e eu pude ver a expressão de raiva se fazer no rosto do meu chefe.
— pois é, mas agora vou mostrar para toda a minha equipe de segurança que você não é bem vindo aqui! Não quero te ver nem aos arredores da empresa, seu merdinha!
— ele cuspiu as palavras, levando Murilo para fora da empresa. Quando vi os dois sumirem do meu campo de visão, me sentei na cadeira e parecia que eu tinha tirado 10kg das minhas costas. Passei a mão pelo rosto, segurando o choro. Desde aquele dia da sorveteria, prometi a mim mesma que não iria mais chorar por Murilo. Nem de medo, nem de raiva, nem de pavor, nada. Ele não iria ter esse poder mais sobre mim. Peguei o celular e decidi mandar uma mensagem para Bruno.
Mayla
Aconteceu algo que eu queria te contar.
Bruno
Oi, Maylinha. Pode falar, o que aconteceu?
Mayla
Murilo apareceu no meu escritório. Renato o expulsou ele logo em seguida.
Bruno
Não acredito. Isso aconteceu agora? Que desgraçado!
Mayla
Um pouco depois que você foi embora. Vou pedir uma medida protetiva contra ele. Não sei o que ele quer comigo e na verdade, pouco me importa. Mas decidi que Murilo não vai mais me por medo. Não mais!
Bruno
Estarei com você nesse momento. Você sabe que pode contar comigo, né, meu bem?!
Mayla
Sei sim. Você é foda. Incrível. Maravilhoso. Obrigada por tanto!
Bruno
Hahahahah. De nada. E já te disse milhares de vezes que você não precisa ficar me agradecendo, bobinha.
Mayla
Não é qualquer um que faria o que você está fazendo por mim, Bruno.
Bruno
Não estou fazendo nada demais! Agora preciso ir treinar, baby. Até mais tarde.
Mayla
Até mais tarde!
Sai da conversa e voltei a trabalhar. Era difícil me concentrar com tanta coisa acontecendo, tantas coisas passando na minha mente. Mas Murilo não iria me dominar. Ele já fez isso, mas isso foi há um tempo atrás. Hoje sou outra mulher, mais independente, livre. E tenho a oportunidade de ser verdadeiramente feliz ao lado de uma pessoa que eu gosto e sei que gosta de mim. Quando acabei o serviço, fui correndo para casa. Chegando na mesma, vejo que Naomi e Levi estavam assistindo um filme, já Isaque muito provavelmente estava dormindo.
— Na, eu preciso falar com você. — eu disse, mordendo o lábio inferior. Desde aquele dia da sorveteria, eu não tinha contado para Naomi que Murilo simplesmente reapareceu. Mas ela merece saber, afinal, foi ela que esteve ao meu lado quando eu saí desse relacionamento totalmente abusivo. — vamos no meu quarto, por favor! — eu disse, indo para o cômodo e vi minha irmã mais velha me acompanhar. Quando entramos no mesmo eu fechei a porta, procurando coragem para poder falar aquilo — Na, eu preciso de contar uma coisa, que na verdade, era pra ter contado faz tempo... — vi ela se sentar na cama
— pra que tanto mistério, Mayla? Fala logo!
— bufou, entediada e eu apenas concordei com a cabeça
— ok. Eu estou saindo com o Bruninho do vôlei. — eu disse e vi uma expressão de surpresa surgir no rosto da minha irmã — mas isso não é a coisa mais chocante que eu tenho pra te contar. Há uns 2 meses, eu estava com o Bruno em uma sorveteria e vi o Murilo — respirei fundo — foi bem rápido, na verdade, desde então eu não tinha o visto mais, até hoje! — me sentei ao lado dela na cama — ele apareceu no meu escritório querendo conversar comigo, mas estava com o mesmo olhar e jeito maquiavélico de antes. Ainda por cima, debochou da segurança do Renato, que ficou furioso.
— aquele desgraçado! — ouvi Naomi elevar o tom de voz — eu não acredito nisso, afinal de contas, o que o Murilo quer contigo? Ele quer fuder sua vida outra vez, é isso? — ela bufou, irritada — mas para ele fazer isso novamente, vai ter que passar por cima do meu cadáver!!! Aquele escroto, merdinha.
— eu vou pedir medida protetiva contra ele. Sei que tem pouco mais de um ano que ele me agrediu pela primeira e última vez e que desde então eu não tinha o visto mais, mas eu não quero pagar pra ver o que ele quer comigo. Enfim, só queria te comunicar sobre isso
— vamos fazer isso juntas! — Naomi pegou na minha mão — você é a minha princesinha, não quero que mal nenhum te suceda. Vou te proteger até o fim dos meus dias! —sorrimos uma para a outra — te amo, meu bombom — ela me abraçou de lado e eu encostei a cabeça no seu ombro
— te amo, Naomi. Obrigada por tudo!
— e sobre o Bruno, fiquei feliz por você! — sorri — você merece muito ser feliz, mana. Não deixei que os fantasmas do passado atrapalhem seu presente e futuro — ela tem razão. Eu apenas concordei com a cabeça
— mas eu quero conhecer ele, viu?! E saber quais são as reais intenções dele com a bonequinha da mana! — rimos
— em breve você irá conhece-lo — eu disse, saindo do abraço
— assim eu espero!
   Domingo, 08h30am
Decidi aceitar o convite de Bruno para ir almoçar com o pai dele. O problema, é que Bernadinho mora no Rio de Janeiro, então teremos uma longa viajem de mais de 5 horas dentro do carro. Conversei com Renato e ele me deu uma folga amanhã, que eu estava precisando muito, na realidade.
— ansiosa para conhecer o famoso Bernadinho? — ele disse, desviando rapidamente o foco da estrada, me fazendo rir
— você quis dizer: nervosa, né?! — rimos
— relaxa, Mayla. Ele é super gente boa, você vai adorar conhece-lo. Minhas irmãs vão adorar você! — sorrimos
— tomara! — eu esfreguei minhas mãos uma na outra. As horas não demoraram muito a passar. Logo, eu estava no Rio. Quando pisamos o pé na cidade maravilhosa, senti um enorme frio na barriga e um arrepio tomando conta de todo o meu corpo. Ok, agora estou mais nervosa do que nunca. Vi que Bruninho me olhou rapidamente e deu risada
— não tem graça, Bruno Rezende! — bufei, revirando os olhos
— na verdade, tem sim! — ele colocou suas mãos na minha cintura e me puxou, fazendo nossos corpos se encostarem um no outro. Bruno selou nossos lábios, logo, iniciando um beijo. Sua língua pediu passagem e eu cedi. Era um beijo calmo, tudo o que eu mais estava precisando naquele momento. Já me relacionei com algumas pessoas, mas, excepcionalmente, nenhuma delas chegavam aos pés de Bruno. Ele era gentil, amoroso, cuidado, carinhoso. Além de ser um gato, uma pessoa extremamente divertida na qual você ama conversar e, por último e não menos importante: ele beija e transa bem demais.
— fica tranquila, ok? — ele separou nossos lábios devido a falta de ar — tá tudo bem!
— sorrimos e eu concordei com a cabeça. Ele depositou um selinho nos meus lábios e me pegou pela mão. Caminhamos de mãos dadas até chegarmos na casa do pai de Bruno e assim que chegamos no local, ele tocou a campainha. Ouvimos um barulho vir do lado de dentro da casa, algo como tipo: "eles chegaram!", O que fez eu e Bruno rirmos.
— boa tarde, meus queridos! — a porta se abriu, revelando a figura de Bernadinho, que estava muito sorridente. Diferentemente de quando o víamos nos jogos. — por favor, entrem! — ele abriu espaço para que eu e Bruno entrássemos e assim fizemos. Ele deu um abraço longo e apertado no seu filho, em seguida, veio até mim, me cumprimentou e abraçou — então você é a namorada do Bruno? Finalmente estou te conhecendo! — ele disse e eu engoli em seco, sentindo minhas bochechas arderem em chamas. Como assim namorada?

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Aí meu Deus, muito lindinhos 😂 lembrando que tem fanfic nova com o Bruninho, só entrar no meu perfil que vocês vão ver 💜

Minha Arquiteta.Onde histórias criam vida. Descubra agora