Minha Arquiteta.

Pesadelo

   P.O.V: Bruno Rezende
   Acordei e vi que Mayla dormia como um anjo. Sorri com a cena e decidi me levantar para preparar o café da manhã. Olhei para o relógio e era 07:30h. Tenho que estar no treino as 10h. Fui até o banheiro, tomei um banho rápido, escovei os dentes e fui até a cozinha preparar o café. Fiz panquecas, peguei geleia de morango, requeijão, torradas. Fiz suco de laranja natural e coloquei umas frutas na bandeja. Levei até o quarto e vi que Mayla já estava acordada, pois estava esfregando os olhos com as mãos.
— bom dia, raio de sol! — eu disse, sorrindo e vi ela sorrir pra mim.
— bom dia, capita! — ela se despreguiçou - café da manhã na cama? Olha que posso ficar mal acostumada, hein?! — rimos e fui até ela, depositando um selinho na sua boca.
— essa é a intenção! — pisquei, colocando a bandeja sob a cama — você está melhor?
— na medida do possível, estou sim! — ela deu um sorriso tímido, pegando um copo de suco — eu não sei nem como agradecer tudo isso que você está fazendo por mim, Bruno. Sério mesmo, muito obrigada!
— não precisa agradecer, bobinha! — passei a mão no rosto dela e vi ela fechar os olhos, sorrindo sem mostrar os dentes.
   P.O.V: Mayla Sanchez
   2 meses depois...
2 meses se passaram depois que reencontrei Murilo na frente da sorveteria. Aquele dia foi um verdadeiro caos pra mim. Porém Bruno me ajudou tanto, mas tanto. E vi que eu realmente era especial pra ele. Desde então, não nos desgrudamos mais. Todo final de semana eu durmo na casa dele, não assumimos um compromisso sério nem nada, mas Bruno é uma pessoa muito especial pra mim. Ele chegou na minha vida de forma avassaladora, como um verdadeiro vulcão em erupção, mas Bruno cuida de mim, é gentil, amoroso, atencioso. Ele entende e tenta me ajudar com todos os meus medos, inseguranças... Sabe, não é obrigação do Bruno ter que aguentar isso, ele pode muito bem sair por aí e encontrar qualquer outra mulher que estaria disposta a fazer de tudo para ficar com ele. Mas ele prefere estar aqui, comigo, ao meu lado. E eu valorizo muito isso.
— seu apartamento está ficando lindo! — eu disse para Bruno, vibrando. Mostrei as fotos para ele de como a obra estava ficando e vi um sorriso largo se fazer no seu rosto.
— está mesmo, e você tem parte nisso! —
ele disse, me abraçando.
— dentro de um ou dois meses você já vai poder inaugurar o apartamento novo! —sorri para ele
— fica tranquila que como eu te disse antes, você vai ser a primeira a estrear ele! — ele deu uma piscada e eu ri — escuta, vai ter um churrasco na casa do meu pai, domingo. Você quer ir? — ele perguntou e eu engoli em seco.
— ir para um churrasco? Com sua família?— perguntei e ele concordou com a cabeça— não sei, Bruno, eu... — ele me interrompeu
— não precisa responder agora, ok?! — ele disse, passando o dedo polegar na minha bochecha — mais tarde você me dá a resposta, mas não se esqueça que hoje é quinta, o almoço é no domingo. Então você tem que me responder o quanto antes! —ele se aproximou de mim e me deu um beijo. Agradeci mentalmente porque nesse horário às pessoas que trabalham no meu andar estão almoçando.
— tudo bem! — sorri
— preciso ir trabalhar. Mais tarde a gente se fala! — ele veio até mim e deu mais um beijo, apertando levemente a minha bunda e saindo da sala.
— isso não se faz, Bruno! — praticamente gritei e ouvi ele dar uma risada enquanto ia embora. Depois de alguns minutos, ouço uns passos próximos ao meu escritório. Olho no relógio e esse não é o horário que o pessoal volta do almoço. Será que Bruno esqueceu alguma coisa? Quando me levanto, vejo a figura de Murilo na frente da mina sala. Dei dois passos para trás com o susto que eu tomei. — o-o que você faz aqui? — eu gaguejei ao ver a figura do meu ex namorado na minha frente.
— estava com saudades, baby? — Murilo se apoiou no encosto da porta e sorriu. Puta que pariu. Puta que pariu. Isso não pode estar acontecendo. É um pesadelo. Tentei convencer a mim mesma de que isso não passava de um pesadelo mas não era. É bem real e está ali, na minha frente.