A pessoa certa pra mim.

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   P.O.V: Mayla Sanchez
Senti tudo girar. Parecia que o oxigênio do mundo estava acabando. Eu estava ofegante, já sentia minhas mãos suando. Parecia que o chão iria se abrir e eu iria cair em um buraco imenso. Apertei o braço de Bruno com tanta força que achei que iria machuca-lo
— é o Murilo! — eu mal conseguia pronunciar as palavras. Vi Bruno olhar brevemente para mim e logo em seguida, voltou a sua atenção para meu ex namorado.
— gente, o que está acontecendo? — Douglas perguntou. Mas um silêncio brutal se fazia presente naquele estacionamento.
— me responde, Mayla. O que você faz aqui? E com esse cara? — Murilo se aproximou e Bruno deu dois passos para frente, ficando próximo a ele.
— a Mayla não te deve satisfação de nada, seu babaca! Mete o pé daqui! — Bruno cuspiu as palavras
— e quem você acha que é, seu playboyzinho? Só porque você joga vôlei e tem um pai famoso acha que pode se crescer pra cima de mim? — Murilo empurrou Bruno e Bruno fez o mesmo, empurrando ele com tanta força que fez o homem que era alguns muitos centímetros mais baixo que ele dar dois passos pra trás. Foi quando eu criei coragem para ficar no meio dos dois
— chega, Murilo! Sai daqui, agora! - gritei — quem você pensa que é? Você jura que pode cobrar algo de mim? Se toca, seu filho de uma puta! Eu não devo mais nada pra você, me deixa em paz! — apontei o dedo para o rosto dele e ele veio com rapidez em minha direção, foi quando, sem eu menos esperar, Bruno deu um soco no rosto de Murilo, que se desequilibrou e caiu no chão. Instantes depois, Murilo se levantou, mas Lucão segurou o mesmo. Lucão me olhou com um olhar de cumplicidade, acho que ele já sacou o que estava acontecendo ali. — isso acaba aqui e agora, Murilo! Não vou mais viver como sua refém, nem com medo ou traumas de tudo o que você me fez passar! — peguei meu celular e liguei para a polícia. Lucão, Douglas e Bruno não largaram Murilo um só segundo. Bia e Biel me abraçaram e me afastaram. Pouco mais de 30 minutos depois, a polícia chegou. Relatei tudo o que aconteceu naquela noite e o que aconteceu durante meu relacionamento com o Murilo. Uma policial perguntou se eu queria prestar queixa, eu disse que sim e que além disso, queria uma medida protetiva. Os policiais algemaram Murilo e o levaram para a viatura. O homem nada disse. Apenas me olhava com raiva.
— vou ter que ir prestar queixa! — eu respirei fundo, me encostando no carro de Bruno. Eu sentia tudo girar.
— eu vou com você! — ele disse, se encaixando no meio das minhas pernas
— não precisa, Bruno. Sério. Você não precisa passar por isso. Eu entendo Se você quiser terminar comigo e seguir sua vida. Você não precisa conviver com esse caos que é minha vida.
— quantas vezes vou ter que te dizer que eu quero ficar, Mayla? — ele me puxou para um abraço — eu escolhi ficar. E vou. — não pude conter o sorriso.
— eu te amo. Obrigada!
— eu também te amo. E você não perde essa mania de agradecer, né?! — rimos — não estou fazendo um favor, estou fazendo isso porque gosto de você! — ele deu um beijo na minha testa e em seguida eu o beijei. Era um beijo calmo em meio a toda aquela confusão.
— gente, me desculpem por isso! — eu disse
— gata, não precisa se desculpar. Você não tem culpa se tem esse ex bosta! — Douglas veio até mim e me deu um abraço
— concordo com o Doug! — Bia disse, sorrindo.
— nós vamos indo! — Lucão disse, vindo em direção a mim e ao Bruno. Ele cumprimentou Bruno com um toque de mão seguido de um abraço e me abraçou em seguida. — fica bem, Maylinha! — ele deu um beijo na minha cabeça
— obrigada! Vou ficar! — sorri
— já vamos marcar o próximo rolê, hein? — Douglas disse e nós rimos
— pode deixar! — Bruno respondeu. Assim que eles foram embora, partimos para a delegacia. Ficamos umas duas horas naquele lugar. Prestei queixa e solicitei medida protetiva. Saímos da delegacia e fomos direto para o apartamento de Bruno. Retiramos as roupas que usávamos e eu optei por usar uma camiseta dele pra dormir. Nos deitamos na cama e eu me deitei sob o seu peito, enquanto ele fazia um carinho gostoso no meu cabelo, eu passava o dedo indicador pela sua barriga.
— tá tudo bem? — ele perguntou e eu concordei com a cabeça
— a partir de hoje, um novo ciclo se inicia na minha vida. Sem medos. Sem choros ou traumas! — boa noite, vida! — eu disse para ele, que sorriu e me deu um selinho.
— boa noite, amor!
   2 meses depois
2 meses se passaram. Eu e Bruno estamos juntos há 4 meses, mas oficialmente, estou namorando com ele há 2. É incrível como eu tão pouco tempo, eu estou completamente e perdidamente apaixonada por esse homem. Ele me faz sentir coisas que eu nunca havia sentido por ninguém antes, durante toda a minha vida. A cada passo que dou ao lado dele, é uma nova descoberta. Eu pareço uma adolescente ao lado dele, descobrindo o mundo, descobrindo o que é o amor de verdade. Eu sinto um frio na barriga toda vez que vou ver ele, um sorriso bobo se faz no meu rosto até mesmo quando estamos trocando mensagens. Não tem nada melhor do que isso. Ele me ama e eu o amo muito. Ele me faz sentir a mulher mais amada, feliz, linda e desejada desse mundo. E o desejo que eu me refiro, não é somente sexual. Ele deseja minha presença, faz questão que eu participe de cada momento da vida dele, e comigo não e diferente. Há 1 mês, tivemos o esperado almoço com minha família. E pra uma surpresa, até meu pai participou. Fizemos uma feijoada lá em casa e apresentei (oficialmente) Bruno para meus irmão e pai. Eles adoraram o Bruno. Por um momento, acho que até esqueceram que era eu que fazia parte da família. No domingo passado, fomos almoçar com a mãe de Bruno. Eu amei conhecer ela. Super divertida, animada, simpática. Um amor de pessoa. O sonho de qualquer nora. Bruno até chegou a falar, em tom divertido: "você roubou minha mãe de mim". não tenho dúvidas de que ele é a pessoa certa pra mim. O fato é que: não me vejo mais distante de Bruno um só segundo. Ele é tudo pra mim. Eu amo estar com ele. Eu amo amar ele. E sobre o Murilo, bom, desde aquele dia no estacionamento do restaurante, nunca mais o vi, graças a Deus. Ele recebeu a notificação sobre a medida protetiva e não pode se aproximar de mim, se não irá preso. Naquele dia eu prometi para mim mesma que estava iniciando um novo ciclo na minha vida e de fato, iniciei. As obras do apartamento de Bruninho finalizaram ontem e hoje ele está se mudando pra lá. Entramos no apartamento com a última caixa
— você tem coisa pra Caraí, hein?! — perguntei e nós rimos. Colocamos a caixa no chão e nos beijamos — vamos ter trabalho pra organizar isso aqui tudo! — eu separei de seus lábios e olhei em volta do apartamento. Estava um caos.
— podemos arrumar as coisas depois! — ele me puxou para um beijo, segurando minha cintura — agora, eu quero cumprir uma promessa! — ele disse, em meio ao beijo
— que promessa? — perguntei, me fazendo de desentendida. Mas eu sabia muito bem do que se tratava.
— de você estrear minha cama no apartamento novo! — ele deu um sorriso malicioso.

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