P.O.V: Mayla Sanchez
Hoje Emanuelle está completando um aninho de vida. Realmente, o tempo passa tão rápido que as vezes nem percebemos. Minha filha, graças a Deus, é uma criança saudável, inteligente e feliz. Ele engatinhou com sete meses e com nove meses, deu seus primeiros passos. Eu e Bruno, como exímios pais babões que somos, gravamos tudo. Todos os que conhecem Manu ficam encantados com ela. Bruno estava terminando os preparativos para a festa de um aninho de Manu que vai acontecer daqui a pouco e eu estou no quarto, terminando de arrumar a nossa filha e terminando de me arrumar também. Eu terminava de pentear o cabelo cacheado de Emanuelle quando Bruno entrou no quarto e se aproximou de nós.
─ amores da minha vida, vocês estão mais lindas do que nunca! ─ ele disse, dando um selinho em mim e fazendo cócegas em Manu, que dava uma gargalhada gostosa. Eu poderia congelar esse momento e viver nele pra sempre. Eu sou a mulher mais feliz e realizada desse mundo. Olho para trás e vejo toda a estrada cheia de vidros que eu trilhei para chegar até aqui. Antes de Bruno, eu tive um relacionamento ruim, um relacionamento abusivo. Na qual eu fui por diversas vezes agredida psicologicamente, verbalmente e uma única vez, fui agredida fisicamente. Essas são marcas que você, querendo ou não, carrega para a vida. Depois do meu antigo relacionamento, eu me tranquei para o mundo. Me tranquei para tudo e todos, não me permiti sair para conhecer pessoas novas, para entrar em novos relacionamentos. Fiquei por anos da minha vida me escondendo, focando apenas no trabalho. Murilo, meu ex namorado, me fez crer que eu não era o suficiente. Que ninguém nunca iria me amar ou me aceitar simplesmente por eu ser quem eu sou. Durante muito tempo da minha vida eu vivi com essa fantasma do passado me assombrando. Eu havia me tornando uma pessoa completamente insegura e desconfiada. Quando conheci Bruno, eu achei que eu seria apenas mais uma na lista dele. Que seria somente uma transa e nada mais. Achava que uma pessoa como Bruno nunca iria amar alguém como eu. Mas ele me provou o contrário. Durante o início do meu relacionamento eu era totalmente insegura e desconfiada. Os traumas e as marcas do meu antigo relacionamento me atormentava constantemente. Eu por diversas vezes pedi para Bruno ir embora, pois ele não era obrigado a ficar ao lado de uma pessoa insegura e traumatizada como eu, ele não era obrigado a lidar nem conviver com meus problemas, meus fantasmas. E ao invés de simplesmente ir embora e encontrar outra mulher mais interessante e com a saúde mental mais estabilizada, ele simplesmente segurou minha mão. Bruno ficou ao meu lado em todos os momentos, ele me ajudou a enfrentar e superar os meus medos. Bruno me amou como ninguém nunca havia me amado antes, ele me ensinou uma amor puro, genuíno, verdadeiro e calmo que eu não conhecia e nunca tinha experimentado na minha vida. Ele deu cor para o meu mundo que estava cinza. Quando eu olho para ele e vejo tudo o que construimos juntos, uma felicidade que não cabe no meu peito me invade e muitas das vezes até transborda pelos olhos. Eu amo Bruno e minha família mais que tudo nessa vida. Quando Bruno percebeu que eu estava perdida em meus devaneios, ele estralou os dedos na altura do meu rosto.
─ tá nessa terra ainda?! ─ ele perguntou, arqueando a sobrancelha
─ claro que estou, bobão! ─ dei a língua para ele e ele me empurrou levemente, rindo
─ um beijo pelo seus pensamentos! ─ ele sorriu malicioso
─ eu sei que seu beijo é a 8° maravilha do mundo e tal, mas meus pensamentos estão valendo tão pouco assim? ─ eu questionei e vi ele rir, enquanto corria atrás de mim pelo quarto. Manu observava tudo dando risada. Quando paramos de correr, voltei a atenção para Emanuelle, terminando de arrumar o cabelo dela
─ seu papai é um idiota, filha! ─ eu disse e vi Bruno me olhar com cara de falsa indignação
─ ei! ─ ele me reprendeu, rindo
─ papai! ─ Manu disse e nós olhamos atentamente para ela. Essa era a primeira palavra de Emanuelle: papai
─ ah, você ouviu isso? Ela me chamou de papai! A primeira palavra dela é papai! ─ Bruno comemorou, eufórico
─ acho que foi só impressão! ─ eu ri, tentando irritar ele
─ fala de novo, filha: papai ─ Bruno gravava Manu e para a minha surpresa, ela repetiu a fala
─ papai! ─ Bruno soltou um grito de comemoração e eu olhei tudo com uma cara de falsa indignação, enquanto Bruno me gravava
─ ouviu isso, amor? Não foi impressão, a primeira palavra da Manu é papai! ─ ele parou de gravar e eu mostrei a língua pra ele
─ você carrega a criança por nove meses, sofre com a dor do parto, da amor e carinho e a primeira palavra dela é: Papai? ─ franzi o cenho, rindo, enquanto pegava a Manu no colo
─ todos sabem que ela tem preferência pelo pai dela. Né, filha?! ─ ele brincava com Manu
─ para de ser besta, Bruno Rezende! ─ rimos, enquanto saímos para fora para começar a receber os convidados. Todos chegaram aos poucos e a festa foi maravilhosa. Manu brincava com Theo, Maya, Giulia e Helena. Eu, Bruno e nossos amigos estávamos comendo e conversando.
─ você viram o vídeo da Manu me chamando de papai? É a primeira palavra dela! ─ Bruno disse
─ nós vimos! ─ Eu, Bia, Lucas e Douglas respondemos juntos. Bruno já havia dito aquilo pela 5° vez só hoje
─ como vocês são chatos! ─ nós rimos e Bruno foi brincar com as crianças
─ que família linda vocês formaram, parabéns! ─ Bia disse, sorridente
─ obrigada, Bi. ─ eu agradeci, sorrindo. As horas se passaram e quando anoiteceu, cantamos os parabéns, cortamos o bolo e não demorou muito para que os convidados começassem a ir embora.
─ obrigado por hoje! ─ Bruno me abraçou por trás, dando um beijo no meu pescoço
─ te amo! ─ me virei para ele e comecei um beijo lento, envolvendo minhas mãos na sua nuca, enquanto as dele intercalava entre a minha bunda e cintura
─ te amo muito! ─ eu disse, entre os beijos. Em seguida, adentramos na casa com Manu no colo de Bruno. Manu estava tão cansada que não demorou a pegar no sono, não muito diferente de mim e de Bruno, que fizemos a mesma coisa.
Um mês depois
Eu havia feito macarrão cremoso no almoço. Meu prato favorito e um dos pratos favoritos de Bruno. Mas ao dar a primeira garfada no macarrão, senti a comida voltar ferrozmente, indicando que eu iria vomitar. Isso está acontecendo constantemente nos últimos três dias, o que me deixou preocupada. Corri para o banheiro e vomitei. Lavei o meu rosto que estava pálido e escovei os dentes em seguida. Vi Bruno entrar no banheiro e encostar na porta
─ tá tudo bem? ─ ele perguntou, cruzando os braços
─ tá sim, foi só um mau estar! ─ eu sorri para ele, tentando disfarçar. Eu não poderia estar grávida de novo. Eu uso diu, sem contar que Emanuelle acabou de completar um ano.
─ tem certeza?! ─ ele insistiu
─ absoluta! ─ passei por ele e dei um selinho na sua boca ─ vamos voltar pro almoço ─ ele concordou com a cabeça. Devido ao enjôo, não consegui comer nem metade do prato. Foi quando eu me lembrei que tenho um teste de gravidez que não foi utilizado na gaveta do banheiro. Há uns dois meses, eu também tive um falso alarme de gravidez, comprei três testes e apenas utilizei dois, ambos deram negativo. Decidi ir ao banheiro fazer o teste, minhas mãos estavam trêmulas, eu estou um poço de nervosismo. Os 5 minutos para sair o resultado mais pareciam 5 anos. Quando o resultado finalmente saiu, quase caí dura.
─ meu Deus, de novo?! ─ falei sozinha. Sai do banheiro e vi que Bruno estava deitado na cama do quarto com Manu, que assistia um desenho na televisão. Eu não disse nada, apenas mostrei o teste de gravidez para Bruno, que ficou imóvel.
─ amor, não acredito... ─ ele sorriu e passou a mão no rosto
─ meu Deus, Bruno. Meu Deus! A Manu acabou de fazer um ano, ela está aprendendo a falar agora. Como vamos cuidar de duas crianças pequenas?! ─ eu disse, aos prantos e vi Bruno dar risada
─ meu amor ─ ele se levantou, me abraçando ─ nós estamos criando a Manu com excelência. Ela é saudável, doce, inteligente, educada. ─ ele deu um beijo no topo da minha cabeça ─ nós vamos cuidar bem desse bebê que está por vir! ─ ele sorriu
─ Bruno ela é pequena, um bebê ainda. Isso não poderia ter acontecido! ─ eu disse, choramingando e Bruno riu novamente
─ fica tranquila, ok?! Vai dar tudo certo! ─ ele passou a mão na minha barriga e eu o beijei
─ será que agora vem um menininho? ─ eu limpei minhas lágrimas, rindo
─ espero que sim e agora, esse vai vir com a minha cara! ─ rimos ─ teremos uma mini Maylinha e um mini Bruninho correndo pela casa!
─ amo vocês e já amo muito esse bebê! ─ passei a mão na barriga
─ bê! ─ Manu disse, arrancando gargalhadas nossas
─ temos que tomar cuidado com o que falamos perto dessa espertinha, ela tá parecendo um papagaio! ─ ele começou a fazer cócegas na Manu, que ria.
─ vamos marcar consulta com a ginecologista só para ter certeza! ─ ele concordou com a cabeça, me dando um selinho
─ mais um Rezendinho pra conta! ─ ele pegou Manu no colo e eu abracei os dois, dando um beijo em suas costas. Novamente fui pega de surpresa com mais uma gravidez, mas sei que filhos são presentes de Deus e com certeza amaremos esse bebê com cada batida do nosso coração. O amor que eu e Bruno sentimos, vamos passar para nossos filhos.
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Minha Arquiteta.
RomansaImagina sair a procura de uma arquiteta para fazer o planejamento e a decoração de sua nova casa e acabar se apaixonando? Essa é a história de amor do jogador de vôlei e capitão da seleção brasileira Bruno Rezende, e da arquiteta Mayla Sanchez. O qu...