Acaso | Bruno Rezende

Oficialmente namorados

Bruninho narrando

Passei o dia tentando esconder dela o que estava planejando.
Foi difícil esconder a surpresa, os telefonemas, mas no fim deu certo. Tentei preparar algo romântico, mas não muito exagerado já que era apenas oficializar algo que já estamos vivendo. Queria surpreendê-la e provar o quão especial é pra mim. Observando ela ali tão envolvida com minha família só conseguia ter a certeza do quanto a amo e tenho medo de estragar essa relação. Esse sentimento se intensificava cada vez mais quando pensava em como iria contar a ela que voltaria pra Itália, que a proposta que falei ter recebido aqui no Brasil foi apenas uma desculpa para ela dar uma chance a gente. Apesar dessa inquietação me preocupar, o fato dela ter aceitado namorar comigo, agora poder chamá-la de namorada sem pensar se ela ficaria constrangida me acalmava. Aquele era o nosso momento e eu não queria que nada atrapalhasse.

Chegando no hotel a conduzi até o quarto e pedi para que ela abrisse a porta. E lá estava o quarto decorado.

Enquanto ela entrava no quarto o vento da janela balançava seu cabelo fazendo com que eu pudesse sentir ainda mais seu perfume e era perceptível o quão havia ficado surpresa. Enquanto caminhava pelo quarto apreciando cada detalhe ela fez questão de entrelaçar nossas mãos. Ela estava radiante.
- Gostou? - perguntei.
- Se eu gostei? Eu amei! Isso aqui está maravilhoso demais - ela respondeu esboçando um enorme sorrindo e me abraçando com intensidade. Era o nosso abraço, um dos melhores lugares que já estive. O abraço dela é lar. Quando a gente se abraça, independente de estar em uma fase ruim, eu sinto como se tudo em volta deixasse de ser relevante. Eu queria viajar o mundo com ela, viver aventuras, mas a verdade é que quando estou com ela, até um dia marcado pela rotina, se torna extraordinário. Eu sei que não preciso de muito para ser feliz, se tenho ela.

Assim que paramos de nos abraçar peguei meu celular e falei pra ela que iria ler um poema. A gente já tinha algumas músicas pra chamar de "nossa" e esse seria o "nosso poema". Entre um olhar no celular pra ler as linhas do poema e outro em seu rosto se tornava cada vez mais visível seus olhos inundados de lágrimas.

- Ellen, acho que não é novidade o quanto eu te quero em minha vida, o quanto você me faz bem, Carlos Drummond descreveu de forma brilhante o que eu tô sentindo quando disse:

"Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

                                   ...
                  
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor[...]"

- Você é meu presente. Eu quero oficializar tudo isso, porque eu ainda sou meio careta - falei a fazendo rir enquanto enxugava lágrimas que escorriam no seu rosto - Quer namorar comigo?

Ela narrando

- Você ainda tem dúvidas? É claro que sim! - falei o abraçando saltitante enquanto ele retribuía o abraço me fazendo dá uns passos pra trás e minhas costas tocar à parede e mordendo meu lábio inferior em seguida me beijando.
- Quase que o plano ia por água abaixo. Ainda bem que você é um pouco teimosa. Tá melhor mesmo? - falou rindo e acariciando meu rosto com o polegar.
- Tô ótima, como que não fica depois de uma surpresa dessa?
Brinquei e ele riu.
É interessante como a vida é imprevisível. Eu não queria me envolver com ninguém nessa fase da minha vida. Sempre desconversava quando o assunto era romance, já havia falado isso com o Bruno antes de ficarmos. Mas olha onde estou agora: passando uns dias com a família dele e oficialmente o namorando. E posso garantir: ainda bem que cedi às suas tentativas, porque tem sido os melhores dias que já vivi.

Dscemos pra jantar no restaurante e enquanto comíamos, tiramos algumas fotos e postamos nos "amigos próximos" do Instagram. Eu tentando ser discreta, ele nem tanto.

Stories Instagram dela:

Stories Instagram dele:

Quando voltamos enquanto ele respondia umas mensagens importantes do seu técnico de vôlei eu fui até a porta que dava pra varanda e encostei levemente em uma delas que estavam entreabertas e fechei os olhos sentindo o vento e agradecendo mentalmente por ter o privilégio de viver momentos como aquele. Logo em seguida senti os braços do Bruno envolverem minha cintura, me abraçando por trás, logo em seguida me virei ficando de frente pra ele e enquanto nos olhávamos, meus dedos percorriam os detalhes do seu rosto, acariciando sua barba levemente falhada, seu rosto com alguns sinais. Me aproximei ficando na ponta dos pés, pois é um pouco mais alto e fui depositando alguns selinhos em seu rosto o fazendo fechar os olhos e de forma suave acariciar minhas costas. Enquanto nos beijavámos acariciei suas costas com as pontas das unhas por dentro de sua camisa, dava pra sentir os pelos do seu corpo levemente arrepiados. Em contrapartida ele me pegou em seus braços me fazendo entrelaçar a perna em sua cintura e devagar nos aproximando da cama e deitando meu corpo sobre a cama. Enquanto ele depositada beijos meu pescoço e fazia esforço para retirar a minha roupa, sussurrei que precisava retirar o salto, enquanto ele os retirava eu me livrava das minhas roupas. Enquanto subia para que nossos rostos novamente se encontrassem ele percorreu esse caminho depositando vários beijos pelo meu corpo. Nos amamos.