10 - "Confissões"

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Univerdade Estadual de Minnesota
8:03am

Taehyung estacionou seu carro a poucos quilômetros longe do portão de entrada da universidade, já que um grande tumulto estava acontecendo ali perto. Vários carros de polícia e outros com logomarcas de canais de TV, jornalistas com microfones e homens segurando câmeras numa tentativa falha de adentrar o local para fazer entrevistas. Era tudo tão apavorante, pois sabíamos que um crime havia sido cometido ali dentro e todos estavam em busca de respostas para aquela barbaridade.

Não era como se eu estivesse cem por cento triste, acabada e sofrendo pela morte dele. Ele torturou minha melhor amiga psicologicamente durante muitos meses, era covarde, abusivo, manipulador, agressivo e todos os outros piores defeitos que podem compor o caráter de um homem. Mas estava sim, ligeiramente assustada e surpresa, e mais que isso, preocupada com o estado da Aurora.

Um assassino estava à solta agora. A situação elevou-se a um nível crítico. Não estavamos mais apenas com medo do que pudesse acontecer, infelizmente algo grande já havia começado. Uma vida foi tirada, e alguém não estava de brincadeira. E eu não conseguia sequer raciocinar sobre isso agora.

Saímos do veículo, de mãos dadas, mergulhando naquele formigueiro apavorante e conseguindo entrar por estarmos vestindo as blusas do fardamento que identificava os alunos do colégio. Taehyung havia me emprestado uma de suas camisas, pois em situações como essa, facilmente eu seria barrada no local do crime. Ao entrarmos e passarmos pelo campus, um policial logo veio falar conosco. A julgar pela maneira como Taehyung o abraçou rapidamente e pelos traços parecidos dos dois, imaginei que pudesse ser o seu irmão, que havia comentado antes.

—Heather, quero que conheça o meu irmão panaca, Jeonggyu. —disse enquanto tocava o ombro do mais velho, erguendo sua mão em minha direção enquanto nos apresentava.— Jeonggyu, Heather.

—Olá, Heather. —ele estendeu sua mão para que eu a segurasse, e o fiz imediatamente, recebendo um sorriso amigável dele.— A famosa "gatinha".

—O-o quê?!

Taehyung sorriu levemente com o meu espanto. Não acredito. Que vergonha. Não era possível que Taehyung me chamasse assim até pelas minhas costas! Senti as bochechas arderem enquanto eles se entreolhavam com cumplicidade como dois diabinhos. Sem dizer nada, apesar puxei minha mão devagar e cruzei os braços, esperando uma explicação.

—Ele me fala tanto de você que não tem como esquecer esse apelidinho careta, desculpe-me senhorita. —o mesmo ergueu a cabeça para baixo, segurando o seu boné, mudando a expressão facial rapidamente. Agora ele estava sério, um tanto preocupado.— Não era assim que eu... Gostaria que fosse o nosso primeiro encontro.

—Eu acho que ninguém gostaria de se conhecer nessas circunstâncias. —Falei cabisbaixa, e Taehyung rapidamente ficou ao meu lado outra vez, me abraçando.

—Quando você ligou e deu a notícia, eu quase não acreditei. —disse Taehyung, agora falando de maneira franca.— Afinal, o que aconteceu?

—Não tenho permissão para passar informações confidenciais aos alunos, mas... Quem ligou pro departamento de polícia foi o diretor, logo após o zelador encontrar o corpo do aluno Park Jimin em um dos banheiros masculinos. Ele foi atingido com vários golpes na cabeça com um objeto de metal pesado, depois foi largado ali com a cabeça afundada dentro do vaso sanitário.

—Deus... —Cobri a boca com uma mão e apertei minha barriga com força usando a outra, sentindo ambas gelarem e meu corpo arrepiar, infelizmente, imaginando toda a cena horrível e o sofrimento de Jimin durante essa brutalidade fria e doentia.

Trouble;;VKOOK (Threesome)Onde histórias criam vida. Descubra agora