cap 4

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Já tinha uma semana desde que Dream e George tinham começado a conversar, e não é preciso dizer que eles se tornaram amigos.

George tinha começado a almoçar em seu quarto, esperando por uma ligação todos os dias quase no mesmo horário, e fazia isso de novo durante a noite enquanto jantava.

Eles conversavam sobre tudo e nada, incluindo suas infâncias e coisas preferidas do seu tempo.

Dream tinha feito George prometer que não iria procurar por ele em 2020, ou tentar procurar por ele no Google ("Seja lá o que for isso.")

Então George manteve sua promessa, e eles continuavam se falando como se a distância entre eles fossem quilômetros e não anos.

"É estranho, nós não podemos nos comunicar fisicamente. Digo, nós podemos, mas eu estou assumindo que você é velho." George riu.

"Eu tenho uma ideia." Dream disse depois de um tempo. Ele deixou o telefone em seu armário e disse a George que já estaria de volta.

George esperou pacientemente, contando as inúmeras flores em sua parede, quando ele ouviu a voz distante vindo de seu telefone de novo.

"Qual a sua ideia?" George perguntou, virando para seu lado no travesseiro.

"Vai pra parede perto da janela." Ele pediu para George.

George gemeu, indicando seu cansaço, mas Dream insistiu que ele fosse.

Gemendo, ele levantou e andou até a parede perto da janela, assim como Dream tinha pedido. "E agora?"

Dream parou perto da janela. As paredes onde ele estava (no tempo) eram bem mais novas e intactas do que as de George.

Ele tinha vindo do galpão com um balde de tinta verde-limão. Ele apoiou o telefone entre sua bochecha e seu ombro e abriu a tinta.

"Dream? O que você tá fazendo?" Ele ouviu George perguntar.

"Só olha pra parede." Dream disse, enquanto pegava um pincel e aplicava uma fina camada de tinta em sua mão inteira.

"Pronto?" Dream disse pelo telefone.

George suspirou, "Sim. Embora eu não saiba exatamente para que eu estou pronto."

George esperou olhando para a parede, assobiando. De repente, tinta verde começou a aparecer na parede. Estava aparecendo lentamente e um pouco lascada e desgastada, mas mesmo assim.

"George? Você tá aí? Eu espero que você veja e que ninguém tenha apagado depois que eu me mudei." Dream falou pelo telefone.

Era uma marca de mão. Uma impressão de mão aparentemente verde-limão (estava mais escura e desbotada agora).

George ficou em silêncio e distraidamente colocou a própria mão sobre a impressão. A mão de Dream parecia maior do que a dele, com dedos um pouco mais longos.

"George?" Dream chamou, e George tirou sua mão rapidamente.

"Eu... Sim, eu vejo." George riu.

"Você acabou de segurar minha mão?" Dream perguntou.

"Qu.. Eu... Com..." George gaguejou mas Dream começou a rir.

"Calma, eu tô brincando." George podia ouvir seu sorriso. "Eu me pergunto o que mais podemos testar."

George se sentou em sua cama, ainda olhando para a tinta na impressão. "Eu me pergunto porque você nunca me visitou."

"O que?" Dream perguntou.

"Por que o futuro você não veio me visitar ainda desde que começamos a conversar? Tipo, porque você nunca veio no dia 29 de julho pra me contar que era você com quem eu estava falando." George questionou curiosamente.

"Talvez eu esteja morto." Dream disse, meio brincando.

George odiava aquele pensamento. Era possível, e ele lutou contra sua vontade de pesquisar e descobrir tudo que ele podia sobre Dream, mas a única informação que ele tinha era que Dream havia morado naquela casa antes dele, e Dream não queria que George procurasse por ele.

Ele desejaram boa noite um para o outro, e George acabou dormindo de lado, encarando a impressão verde na parede.

flores de 1970 (tradução pt-br)Onde histórias criam vida. Descubra agora