cap 7

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George estava sentado em seu computador, terminando o trabalho, pois esteve muito ocupado conversando com Dream para se lembrar de fazê-lo.

Cada vez que ele abria seu computador, ele sempre tinha que resistir à vontade de pesquisar no google interminavelmente por Dream, mas sua promessa de não procurar era mais importante do que sua curiosidade.

Ele estava apressando seu projeto, esperando o telefone tocar. Isso havia se tornado uma coisa diária, procrastinar e depois ficar deitado em sua cama com o telefone ao seu lado esperando por uma ligação de um garoto que ele nunca conheceu pessoalmente.

A magia e a impossibilidade de tudo isso haviam passado. Seu interesse pelo Dream e por sua vida o fez esquecer o quão absurdo a coisa toda era.

Isso o fez esquecer o quão longe no tempo Dream estava.

Talvez fosse o fato de que ele se sentia sozinho. Sua família estava de volta à Inglaterra, e ele morava sozinho há 6 anos, tendo apenas um ou dois amigos com quem ele não falava havia meses.

As vezes, quando você está sozinho, você se apega a única pessoa que o faz sentir como se você tivesse todo mundo no mundo. Para George, esse era o Dream.

Dream o perguntou coisas que ninguém jamais se preocupou em perguntar. De coisas simples, como, como foi seu dia, a questões únicas, como o que ele levaria consigo se tivesse 60 segundos para guardar coisas em um abrigo antiaéreo.

Ele não sabia a última vez que alguém esteve tão interessado nele e no que ele tinha a dizer. Ele não conseguia se lembrar da última vez em que tinha falado sobre coisas que realmente gostava de falar.

Então, sim, apesar da diferença de tempo (sem brincadeira), havia uma conexão lá que importava para ele, a primeira conexão que ele tinha em algum tempo.

Enquanto apresentava seu trabalho diário de codificação, ele distraidamente caminhou até a parede.

Ele não sabia quantas vezes ele olhava para ele por dia. Desde o "Oi" no canto da sala, as duas impressões manuais feitas com a mesma tinta em momentos diferentes, saber que havia algo para provar que o garoto com quem ele estava falando existia de verdade o deixava calmo quando seu mundo parecia desmoronar.

A foto do Dream estava em sua mesa, seu sorriso permanentemente capturado em um pedaço de filme que sobrevivera cinquenta anos sob a sujeira. Além disso, apresentando o fato de que Dream era real.

Então, enquanto segurava o telefone na mão ainda vagamente manchada de tinta, esperando uma ligação, ele não via isso como perda de tempo. Ele via isso como uma oportunidade de finalmente falar com alguém que se preocupava com ele.

Bem na hora, o telefone começou a tocar e ele atendeu rapidamente.

"Então você viu a foto?" Dream não perdeu tempo em perguntar.

George olhou para o canto da sala pra mesa onde a foto estava, "Sim, eu vi. É você, certo?"

"Sim." Dream suspirou enquanto parecia afundar em uma cadeira, "Meu amigo Sap que tirou. O gato é meu gato Patches."

"Quando você ligou pra esse telefone, você pensou que era o Sap, certo?" George questionou curiosamente.

"Sim. Este é o número dele." Dream respondeu: "Mas ele não sabe que falo com você. Acho que ele me veria como um louco."

George riu, "Você é louco."

"Obrigado, obrigado." Dream deu risadas curtas, "Então, pensei sobre a ciência de tudo isso." Ele disse depois de se recompor.

George ergueu a sobrancelha, "A ciência? Isso é ciência? Isso é pura magia de ficção científica." George disse, meio brincando.

"Bem, sim, mas se todos os nossos experimentos com a cápsula do tempo e a tinta funcionaram, isso significa que eu existo em sua chamada 'linha do tempo' e estou em algum lugar lá fora em seu mundo existindo como um pobre velho", Dream começou.

"Continue." George ficou intrigado.

"Isso deve significar que antes do nosso primeiro telefonema, eu nunca soube que você existia, mas depois que começamos a conversar, acho que começamos a modificar as memórias do Dream do seu tempo e adicionar eventos que criamos."

"Então," George começou, "por que o velho você ainda não me visitou?"

"Como eu disse, posso estar morto, ou ter Alzheimer, ou simplesmente me recusar a te ver por um motivo que ainda não sei." Dream sugerido.

"Por que você não me deixa procurar você na internet, então?" George perguntou. Dream conhecia a internet, pois George havia passado horas tentando explicar o conceito dela para ele.

"Eu só..." Dream lutou, "Não sei. Acho que gosto da ideia de que estamos falando como se todo esse intervalo de 50 anos não existisse. É estranho pensar que agora sou um homem velho no seu tempo, e que estamos tão distantes um do outro. Você descobrir sobre mim só prova que essa amizade nunca seria normal. " Dream fizera o possível para explicar.

"Eu entendo e sinto a mesma coisa." George disse baixinho.

"Obrigado. Além disso, obrigado por manter sua promessa."

"Claro, a qualquer hora." George sorriu e olhou para o relógio, "Eu deveria dormir. Tá tarde e eu tenho uma reunião com alguns colegas amanhã cedo."

"Divirta-se com isso." Dream riu, "Boa noite, número errado."

"Boa noite, velho." George brincou.

"Eu ainda nem-"

"- é velho, sim, sim. Durma bem, Dream." George terminou.

flores de 1970 (tradução pt-br)Onde histórias criam vida. Descubra agora