CAPÍTULO 4

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- Uma Manhã Tranquila

* nesse capítulo haverá cenas com acidente e processo de morte descritos! Leia por sua própria conta e risco. *

Na manhã seguinte… 

Acordo antes mesmo do meu despertador soar. Levanto-me rapidamente e não demoro a me arrumar. Apesar de não gostar ou não querer ficar animada, eu estava sentido que o dia prometia… 

É, às vezes eu me iludia fácil… 

Assim que fiquei pronta, corri - não literalmente - para a cozinha. Chegando lá, me deparo com Liana, minha amiga e colega de apartamento. 

Nós duas nos conhecemos na faculdade - sim, ela também passou pelo inferno de estudar com Gabriel - e desde então estamos juntas. O que posso dizer de Liana? Bom… Ela é simplesmente maravilhosa! É a pessoa mais gentil, meiga, e doce que conheço. Sinceramente, não sei nem como somos amigas. Ela é toda do bem e eu sou toda… EU - sou meio podre, para falar a verdade. 

Nesses últimos dias, Liana tinha ido ajudar Júlio - seu namorado, também médico, e o terceiro homem no apartamento dos Ortega's - com os plantões. Os dois eram pediatras. Se a ortopedia e traumatologia já eram um caos, imagina então a pediatria - quase todas as especialidades num único tipo de paciente. 

Aproximei-me do balcão de mármore branco que tínhamos e logo reparei que Liana estava usando seu scrubs amarelo, que por sua vez, possuía diversas variações de florzinhas em tons de rosa e laranja - o preferido dela. A cor amarela de sua roupa evidenciava, a pele negra dela e o seus cabelos lisos e pretos como ébano - que estavam presos num coque volumoso, devido ao seu cumprimento. 

- Bom dia, flor! - disse ela com um sorriso. 

- Você sabe que adoro apelidos, não é? - usei de ironia com ela. 

Até sem querer, eu era "podre" com Liana. 

- Sei sim! Por isso eu faço isso. Para amolecer esse seu coraçãozinho de pedra - uma gargalhada toma conta dela. 

- Logo cedo, Liana? 

- Desculpe, não resisti. É maior do que eu… - ela ainda ri. 

- Não é muito difícil algo ser maior que você, não é? 

Liana, para com a gargalhada. 

- Não precisava disso! - protestou ela.

- Eu sei, eu sei… Desculpa aí! - digo envergonhada. 

Ela me observa por alguns instantes e depois fixa sua atenção na xícara de café que levava aos seus lábios. 

- Vai comer comigo? - indagou Liana colocando a xícara em seu lugar. 

- Não… - ela me interrompe, antes mesmo de eu terminar de formular a frase. 

- Ah, mas para quê uma médica cuidar de sua própria saúde, não é? - disse ela, agora, usufruindo da ironia. 

Eu ensinei bem a ela… 

- Nem começa… - a interrompi também - Eu sei que você irá fazer o famoso discurso do médico hipócrita que não cuida da própria saúde - ela me olha - Mas antes que possa dizer isso, vou te contar o porquê não irei tomar café com você. 

Liana se ajeita na mesa forrada com comida - frutas, frios, pão e bolo - colocando seu rosto apoiado em uma de suas mãos. 

- O Dr. Guilherme me chamou para tomar um café com ele - anunciei tentando controlar minha animação.

- GUILHERME ORTEGA? - indagou Liana, eufórica e incrédula. 

- Sim!!! 

Perdi meu controle… 

Como Ele & Ela ( Série: Amores Reais - Livro 1) DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora