CAPÍTULO 22

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- Era para ser só mais um encontro, mas tu não colabora!

Gabriel…

Tento mais uma vez focar minha atenção - e literalmente não pensar muito - no que está acontecendo.

- Gabriel? - a voz de Tomás chamou.

- Hum? - desliguei meu ser questionador e fixei o rapaz.

- Quer outra bebida? - indagou ele.

- Não, ainda tenho… - olho para a taça e está vazia - Quando foi que bebi isso? - indaguei confuso.

Pensei demais e entrei em colapso. Estou tão afetado que nem me lembro de ter tomado meu drink.

- Há uns cinco minutos - respondeu Natália.

- Que estranho! Não me lembro de ter bebido - digo.

- Você está bem? - indagou a cunhada.

Antes que eu respondesse, escutamos um estalo lingual e desdenhado de Micaela.

- Ele deve estar bêbado - provocou, direcionando seu olhar para mim - Pela sua feição, diria que estava pensando demais - ela solta um risinho - E como não está acostumado a fazer isso, seu cérebro entrou em colapso - seus dedos alcançam a taça e a levam aos lábios. Sem desviar seu olhar, ela bebeu.

Agora existe um motivo plausível para eu chamá-la de bruxa.

Revirei os olhos. Mas finjo não ser abalado.

- Claro que não, amorzinho - respondi - Na verdade,  me distraí pensando em ti e no seu belo bumbum - abro um sorrisinho.

Micaela engasgou com a bebida e arregalou levemente os olhos castanhos. Tomás e Natália gargalharam.

- Não acredito que vivi para ouvir isso de um namorado seu - disse a cunhada número dois aos risos.

Filipa tosse e fica um pouco vermelha.

- Calma, já vai passar! - me aproximo e dou uns tapinhas nas costas dela, enquanto ela tosse - Calma, amorzinho.  Foi só um elogio! - digo olhando para ela.

Ela para de tossir e depois me fuzila com um olhar. Antes que diga alguma coisa, um barulho alto de aplausos vindo da parte de cima chama nossa atenção.

- O que tem lá em cima? - indaguei a eles.

- É uma sala de karaokê - respondeu Tomás - A montaram recentemente.

- O lugar tem chamado a atenção da galera. Por isso lá em cima está sempre lotado - acrescentou Natália.

Conti minha reação.

- Interessante - respondi.

- Nós podíamos ir para lá, não é? - disse Micaela.

Mulher, tirou as palavras da minha boca.

- Ah, essa eu passo - respondeu Natália se levantando - Tenho coisas melhores para fazer.

Tomás faz a mesma coisa.

- Onde vão? - indaguei.

- Vamos… Bom… - Natália me olha e arqueia a sobrancelha - Você sabe, não é gaúcho?

Okay, por essa eu não esperava. Estou incrédulo.

- Isso é sério? - insisti.

- Mais sério, impossível! - interrompeu Micaela - Nem fique muito surpreso. Eles sempre fazem isso.

Ele bebe mais um pouco de sua bebida.

- É um acordo nosso - as garotas trocam olhares - Para ninguém ficar de vela e nem desconfortável com a situação, os dois saem para se pegarem. É simples e benéfico para ambas as partes - explicou ela.

Como Ele & Ela ( Série: Amores Reais - Livro 1) DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora