CAPÍTULO 3

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- Irmão Bom VS Irmão Mau

Levantei-me da cama rapidamente e raivosamente, coloquei um roupão por cima da minha indecente camisola, atravessei - num piscar de olhos - o apartamento e logo fui bater à porta daquele otário. 

- ORTEGA!!! - berrei quase esmurrando a porta - Abre essa merda! 

Não escuto nem sinal de alguém vindo me atender.

Como que os "almofadinhas" do prédio não estão escutando isso? Eles são sempre implicantes com a sonoridade dos apartamentos. 

São tudo uns hipócritas…

Soquei a porta mais algumas vezes, mas nem sem sinal de almas vivas lá dentro. 

- Vai com calma aí que não estou afim de ficar sem porta - uma voz grave soou atrás de mim. Fiquei petrificada. 

Viro-me até a voz e identifiquei Guilherme - o irmão quase deus grego de Gabriel -, ele estava parado e me observando. 

Assim como Gabriel, Guilherme também tinhas os cabelos dourados, os olhos azuis oceano e era alto - não tanto quanto o poste branquelo do irmão - e também era médico - neurocirurgião, no caso -, porém, logo as diferenças entre eles ficavam evidentes, e era perceptível o abismo que existia de um ao outro - principalmente na personalidade de cada um. 

- Ah… É… É - comecei a gaguejar - Me desculpa! - Ele ainda está fixo em mim - É que está difícil me comunicar com aquela besta do Ortega. 

Penso na péssima escolha de palavras que fiz. 

- Me desculpe mais uma vez! Não queria chamá-lo assim. 

Na verdade, queria sim! É isso o que ele é. 

- E nem quis ofender seu sobrenome - meu tom de voz estava embaraçado e nervoso. 

- Eu sei que não… - Guilherme se pronuncia - Mas cai entre nós… Gabriel é mesmo uma besta! - ele diz com um sutil sorriso no canto dos lábios. 

Até nisso eles eram diferentes. Enquanto que um sorriso desses no rosto de Gabriel representa algo totalmente sexual e perverso, em Guilherme parece algo realmente genuíno. 

- Mesmo assim, me desculpe! - insisto. 

- Já disse que está tudo bem! - a voz grave de Guilherme soa tranquila e amigável - Agora, quanto a porta… - ele se aproxima do móvel e de dentro de sua mochila transpassada, uma molho de chaves com um chaveiro, no mínimo interessante, de uma mini estante com livros surgiu - Eu espero que tu não quebre ela, pois tenho a chave aqui e se quiser posso te ajudar a entrar e xingar o meu irmão. 

- Isso seria maravilhoso! - digo tentando conter a alegria que invadiu meu peito. 

Escorraçar Gabriel já é muito bom. Fazer isso com a aprovação do Deus grego do irmão dele, é melhor ainda! 

Guilherme solta uma gargalhada. Acho que ele leu meus pensamentos.

Me afasto da porta e ele se aproxima mais para destrancá-la. A música ainda ecoava pelo corredor quando entramos. 

Como Ele & Ela ( Série: Amores Reais - Livro 1) DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora