CAPÍTULO 19

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- Acho que o clima esquentou!

Na manhã seguinte…

Mal abri os olhos e logo me levantei. Não dormi muito bem essa noite - graças ao sonho meio sensual que tive. Com todo o cuidado, saio da cama e tento não pisar naquela coisa branquela de quase dois metros de altura. Sigo para o banheiro e tomo um banho - aqui no Mato Grosso você acorda como se tivesse corrido uma maratona. 

Logo que volto, me arrumo - num maior alvoroço e vestindo qualquer coisa - e fico olhando Gabriel dormindo. Estou um tanto perplexa com o nível de sono dele. Sério, como ele consegue dormir tranquilamente com todo o barulho que eu fiz? - propositalmente, de certo modo. 

Me aproximo do corpo de bruço e desmaiado e o cutuquei com o meu pé. 

- Acorda, amorzinho - digo com sarcasmo. 

Gabriel resmungou, mas nem se mexeu. 

- Levanta logo, Ortega! - cutuquei mais uma vez. 

- Bah! Me deixe, diaba! - disse ele num chilique. 

Gabriel me olha entre as mechas de cabelo loiro em seu rosto e depois põe o travesseiro sob sua cabeça - novamente, ele fazendo birra como uma criança. 

Me abaixei até ele e despejei um tapa em seu bumbum. 

- Ei! - ele mostra o rosto indignado. 

- Eu mandei levantar, gaúcho! - meu tom é firme. 

O rosto perfeito do babaca estava todo amassado de sono. 

- Mimimimimi!!! - Ele imitou podremente minha voz - Foi isso que escutei - retrucou. 

Volto a ficar de pé e o observo no auge da preguiça. Gabriel se estica todo e depois se levanta. 

- Bom dia para ti também, general! 

Revirei meus olhos para ele. 

- Mal humorada e ainda revirando esses lindos olhinhos… - Gabriel abre um sorrisinho - Do jeitinho que eu gosto. 

Ignoro-o. 

Ele passa por mim e vai direto para o banheiro. Assim que escutei o chuveiro ligando, uma ideia - um tanto perversa - me veio à mente.

Onde já se viu, um gaúcho vem para o Mato Grosso e ainda quer tomar banho com água quente. Que desaforo! É quase um desrespeito a nós como cidadãos do buraco do inferno. Acho que aquele poste branquelo prescisava esfriar a cabeça. 

Vou até a porta do quarto e coloco somente a cabeça para fora. Na mesma hora, vejo Mirela passando no corredor. 

- Mirela! Vem aqui - quase gritei. 

Ela se aproximou. 

- O que você quer? - indagou a garota. 

- Preciso que me faça um favor - Ela me olha aperta os lábios - Te dou 20 reais - digo. 

- Tá de brincadeira comigo? - a caçula arqueia a sobrancelha - Você é médica, ganha bem para caramba e só quer me dar 20? - Ela me olha fixamente e estende a mão. 

Bufei… 

- Sua chantagista! - exclamei - Okay, te dou 50 reais. Mas você tem que fazer exatamente o que eu mandar. 

- Por 50, te dou até comida na boca - respondeu ela com um sorriso. 

- Presta atenção - afirmei. 

Expliquei a ela minha ideia e tudo exatamente como eu queria. 

- Por que vai fazer isso? - indagou Mirela me olhando confusa. 

Como Ele & Ela ( Série: Amores Reais - Livro 1) DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora