Como Ele & Ela ( Série: Amores Reais - Livro 1) DEGUSTAÇÃO

CAPÍTULO 21

- Vamos dividir o holofote?

Gabriel… 

Okay, eu não a odeio. Mas também não gosto dela. Ou pelo menos pensava assim… 

Já tinha um dia e meio que eu estava na casa da Micaela e até agora, tinha descoberto algumas coisas que jamais imaginei sobre ela - descobri que aquela diaba "possuía dotes culinários", tinha um relacionamento estreito com a família, era uma inspiração para suas irmãs e ninguém, absolutamente ninguém, dava fé que ela teria um namorado. 

Um pensamento válido, já que a guria não era o maior exemplo de simpatia. 

Nunca em minha vida - desde quando a conheci - pensei que conheceria esse lado dela - saber que Micaela era meio humana - E sabe o que é interessante? Eu gostei de começar a conhecê-la melhor, ou pelo menos, conhecer o que ela deixou transparecer e o que a família me informou. 

Nesses últimos meses eu fiquei completamente confuso quanto ao que estava sentindo - coisa que não é muito comum para mim - desde que me conheço por gente, sempre que gosto de alguém, eu sou sincero e expresso esse sentimento - Isso também acontece quando chego ao ponto de odiar alguém. Sou um tanto quanto intenso em minhas atitudes. Ou amo demais ou odeio demais. É tudo um 8 ou 80 - Okay, que não sou o cara que mais entende de relacionamentos no mundo, mas também não sou um ignorante com esse tipo de coisa. Gosto de relacionamentos casuais quando não sinto nada, e, apesar de ainda não ter tido a oportunidade de amar alguém, tenho - quase - certeza de que quando isso acontecer irei entrar de cabeça - pois, é isso que faço! 

Sendo extremamente sincero nesse momento, eu não faço a mínima ideia do que sinto por Micaela. É algo… Algo completamente diferente e novo - e isso me assusta bastante. 

Não vou mentir, a mulher é uma chata, uma diaba, o ser mais mais mandão e controlador que conheço. Mas também é tão… tão… Ah! Ela é uma desgraçada linda e inteligente e determinada - mesmo que essa qualidade fosse intensificada quando se tratava de transformar minha vida num inferno. E… pode ter certeza de que se Filipa fosse a dona do maldito lugar, eu não me importaria de ir para lá - e… Eu já falei linda? 

Na Universidade, era unânime e recíproco, eu a odiava - ela sempre cortava o meu barato, fazia com que eu me sentisse burro, me julgava e me tirava do sério. Era chata para um caralho! - e ela compartilhava do mesmo sentimento por mim. Quando tive a oportunidade de competir e mostrar que podia ser tão bom quanto ela, eu aproveitei e me vinguei - com prazer - por alguns anos. 

Confesso que foi um choque quando descobri - me lembrei - que tínhamos transado na minha festa. Fiquei um pouco atordoado e reflexivo. Daí teve aquela vez no consultório - um sexo pós surto psicótico da bruxa cruel - no qual tive a melhor transa da minha vida e… E não teve jeito. Fiquei emocionado - para não dizer aquela palavra que começa com "a" - e um tanto intrigado por ela. 

Desde então, estou em um conflito tempestuoso comigo mesmo. Gosto ou não gosto da maluca? 

Agora, estou aqui - no Estado bafo do dragão - me arrumando para sair como casal com meus cunhados e minha adorável e falsa namorada - às vezes, eu gostava de brincar com o perigo para ver até onde minha cara de pau ia. Era interessante testar a paciência alheia. 

Como sempre Micaela estava pronta antes de mim - ela que surte por eu demorar. Não vou sair de qualquer jeito. Tenho uma reputação e aparência a zelar -, ela estava com um vestido vermelho justo que deixava os ombros à mostra - Filipa ficava linda de vermelho. 

Fiquei a observando enquanto ela colocava seu all star branco - Micaela adorava aqueles tênis. 

- O que foi? - indagou ela, se levantando da cama e indo até o espelho atrás da porta.