CAPÍTULO 16

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- ABBA, gaúcho e irmãs...

Eu sabia que, às vezes, Gabriel vacilava com suas engrenagens neurais. Mas ser prova dessa incapacidade pensante, é algo que eu nunca pensei presenciar. Pelo menos, até o momento...

- Sou o namorado da Micaela - interrompeu aquele branquelo desprezível.

No mesmo instante, sinto todo o meu sangue fervendo de fúria com Gabriel e às merdas que ele diz.

Ele só pode estar brincando com a minha cara!

Como que esse gaúcho consegue ser tão babaca e insolente desse jeito?

Eu vou matar esse homem!

Estou tão perplexa que não consigo ter uma reação. Eu não sabia se olhava para o meu pai - tão incrédulo quanto eu - ou para o imbecil que veio comigo lá no Sul - praticamente atravessou o país para falar merda.

- Namorado? - indagou meu pai, com sua sobrancelha negra arqueada para mim.

Meu Deus! Por que mesmo que ele veio?

Em 27 anos de vida, eu nunca havia levado um namorado para conhecer minha família. E agora por uma triste coincidência, trago esse infeliz comigo e ele estraga um momento que passei anos pensando e planejando como seria.

A pior parte é que ele nem é a porra do meu namorado.

- Não vai dizer nada, amorzinho? - Essa última palavra saiu lenta e torturantemente de seus lábios. Não satisfeito, o desgraçado ainda põe seu braço ao redor dos meus ombros e me puxa para mais perto dele.

Deus, eu vou matá-lo! Quando estiver a sós com Gabriel Ortega, tenho certeza de que ele não sairá vivo.

- É, pai! - digo com os dentes cerrados - Quis fazer uma surpresa - menti descaradamente.

É assim que vai ser? Entrei no seu jogo Ortega. Você que me aguarde, gaúcho filho de judas!

- É... - meu pai hesita, e olha com estranheza para Gabriel - Pode ter certeza que me surpreendeu - ele continua analisando o branquelo - O fulano vai junto?

- Sim... - nunca respondi com tanto ódio - Quero que a mamãe e as meninas o conheçam.

E espero que minhas irmãs estejam em seu melhor humor.

- Okay! - respondeu meu pai.

Ainda encarando Ortega, ele diz:

- Prazer em conhecê-lo, rapaz - por alguns instantes os olhos dele se desviam de Gabriel e me fixam - Podemos ir? Não quero chegar tarde na cidade.

- Sim! - respondi, contraindo meu lábios num sorriso forçado.

Meu pai se afasta e eu o ajudo a pôr as malas no carro, enquanto a dondoca do Ortega nos observa - não basta ser um cretino, ainda tem que ser um folgado?

Assim que terminamos de guardar as malas, meu pai entra no automóvel e Gabriel e eu estamos prestes a fazer isso, mas antes o puxei de canto.

Soquei o braço dele.

- Ai! - gemeu ele com uma careta de dor.

- Você tem merda na cabeça? Como consegue ser tão idiota? - esbravejei.

- Não pode falar assim com seu namoradinho, amor... - sua voz e seu sorrisinho eram irônicos e cheios de malícia.

Soquei-o novamente.

- Eu vou te tostar no asfalto, seu poste branquelo! - digo com toda a minha raiva.

- Tenta! Apenas tente - ele estava totalmente provocativo.

Como Ele & Ela ( Série: Amores Reais - Livro 1) DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora