Dia seguinte...
Piso fora do carro, podendo respirar fundo sentindo o ar fresco da minha terra Natal, sentindo todo o meu ser saltitar de alegria quando vejo minha casa novamente. Faz um tempo que havíamos chegado na Flórida, minhas emoções estão afloradas desde que pisei para fora daquele jatinho, sem saber se gritava de tamanha alegria ou se chorava sabendo que tudo isso é passageiro. Ouço a porta do carro bater, me fazendo encara o Victor sair do carro, segurando o telefone próximo ao seu ouvido, enquanto simplesmente fazia concordância em suas palavras. Muitas coisas nesse lugar haviam se tornado diferentes para mim, mas outras coisas não havia perdido sua essência, me fazendo ter a convicção que não trocaria nada desse lugar por todo aquele luxo na casa do Hélio.
Toco a velha companhia num nível de emoção tão absurdo, que toda aquela alegria, estava se transformando em lágrimas que escorriam em minha face de uma forma inexplicável; meu coração passa a palpitar muito mais quando aquela porta é aberta, me fazendo agir sem para pra pensar. Abraço minha avó de uma forma tão intensa que por um momento, talvez, eu estivesse revelando tantas verdades que ficaram ocultas para sempre.
- Que saudade eu sentir disso. - digo ainda em seu abraço, em meio ao choro.
Tudo por um momento pareceu deixar de existir, parecia que éramos as únicas naquele lugar; me sentir tão protegida e tão amada que eu poderia passa longas horas naquele abraço sem pensar em sair.
- Deixa eu te olhar! - minha vó diz com um tom de choro, me fazendo olhar em sua face - Porque demorou tanto minha filha, eu já estava pensando no pior.
Volto pra minha realidade ao lembra que o pior que minha avó estava pensando, realmente havia acontecido, mas ela nunca saberia disso. Encaro Victor um pouco distante, do qual me olhava bastante sério, me fazendo voltar olhar minha avó outra vez forçando um sorriso. Me doía tanto mentir para minha avó, eu me sentia um ser tão estúpido ao fazer isso, me fazendo quebrar sua confiança em minhas palavras, mas não iria colocar minha avó em risco me momento algum, afinal o mundo que eu vivo hoje tudo é sinônimo de morte e jamais aguentaria vê-la partir pra minha causa.
- Não, isso não. - mantenho um sorriso falso - Está tudo bem, eu só tive que fazer muitas coisas após passa no teste, mas nada além disso.
- Estou tão feliz de te ver novamente e ver que tudo ocorreu bem. - ela se alegra, segurando minha mão - Esse rapaz é o Hélio?
Meu semblante fica sério ao ouvir aquele nome, me fazendo desviar nosso olhar por um tempo:
- Hélio teve que resolver algumas coisas, aquele rapaz é um dos meus seguranças agora. - falo simplesmente.- Minha nossa. - ela diz bastante surpresa - Vamos entrar, eu acabei de retira o bolo do forno, vou servi-los.
Sorrir animada ao acompanhar a mesma, após o portão ser fechado; cada canto desse lugar era uma saudade minha, mas o cheiro que minha avó exalava naquele lugar era minha essência, que em alguns momentos eu havia pedido. Observo cada quadro, cada móvel e objeto como se nunca tivesse visto antes; naquele lugar eu estava me sentindo tão feliz que a qualquer momento parecia que eu iria desfalecer. Sento sobre a cadeira, enquanto vejo Victor se manter na porta da cozinha, observando brevemente o lugar, mas sempre sua atenção voltava se mantia firme a mim.
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MEU DONO
FanfictionApós ser vítima de um golpe que destrói seus sonhos, Letícia é levada para Tóquio, onde se torna parte do tráfico de mulheres. Nesse submundo sombrio, garotas inocentes são expostas em um leilão, vendidas em lotes de tempo cronometrado. Por um acaso...