Carla
Acabei de desembarcar no Cairo para gravar cenas da minha série, boa parte seria feita na rua e precisava de algum cenário real. Será apenas 8 dias de gravação e muito intensas, algumas de ação inclusive. Eu estou bastante animada com esse projeto, pena que vai ser bem rápido e já já to de volta pra vida agitada do Rio. Minha mãe e empresária até se prontificou para vir me fazer companhia nas horas vagas, mas eu disse que não tinha necessidade, pois quase não teria e quando tivesse, seria presa no hotel. Assim que desembarquei no aeroporto, senti um leve desconforto e uma cólica forte, mas não me importei, devia ser o período menstrual e nada mais. Descansei um pouco devido ao fuso horário e já desci para o saguão do hotel, pois teríamos reunião para passar as cenas e os locais.
Na cena que gravaria hoje, a minha personagem seria sequestrada por um criminoso e eu tentaria fugir correndo pelas ruas e entre as pirâmides e tumbas. Nunca tinha feito nada parecido e estava bem nervosa, apesar de tantos anos de carreira. Graças a Deus correu tudo perfeitamente bem e eu estava muito feliz por estar me entregando em mais um trabalho incrível e ainda mais amando essa cidade tão linda. Confesso que também estava com uma certa saudadezinha de acompanhar Arthur pelo ppv, eu estava conhecendo o Arthur por completo, em seus dias bons e ruins, tretando, rindo, fazendo amizade e se divertindo. E, obviamente, estava amando a forma que ele se referia a mim, mesmo que não tivesse falado o meu nome, eu imaginava que seria eu, pois também senti a tal conexão que ele comentava.
O dia seguinte seguiu sendo de muito trabalho por aqui, a noite resolvi ficar quietinha ao invés de ir a uma feirinha de artesanato com o pessoal, não estava me sentindo bem, embora não quisesse a deixar preocupada, acabei mandando uma mensagem para minha mãe:
C: Só precisava de um remedinho pra curar essa dor terrível na barriga, mãe. Não precisa procurar médico brasileiro no Google. Daqui a 4 dias to de volta e marcamos aí.
M: Eu fico preocupada com vc aí sozinha, minha filha. Pede um chá no hotel pelo menos- Diz a mãe preocupada.
C: Vou descansar que amanhã é o último dia de externa nas tumbas! Beijo!
NARRADORA
Antes de realmente se entregar ao sono, Carla deu mais uma checada no twitter para ver o que se passava na casa mais vigiada do Brasil, e a saudade do boy estava aumentando cada vez mais.
"Próximo paredão voto para ele sair" pensou alto, e logo depois caiu na risada. Mal sabia que essa história já estava rendendo...
Os dias de gravação já passaram e eles estavam prontos para voltar ao Brasil, cheios de lindas imagens que no próximo semestre seriam lançadas pela Netflix, Carla não poderia estar mais feliz. Contudo, o voo de volta pra casa foi uma das piores experiências da vida da atriz, ela passava mal e estava inquieta a todo o momento e nenhum remédio adiantava, naquele momento ela estava ficando realmente preocupada. Faltando alguns momentos para o pouso em sono carioca, Carla foi ao banheiro do avião e viu que sangrava um pouco. Respirou fundo e torceu para que assim que desembarcasse, sua mãe já estivesse à sua espera. Assim que cruzou a saída do aeroporto foi correndo já entrando no carro:
- Me leva para o hospital, mãe!! Eu estou sangrando.
O carro ia em alta velocidade pela avenida Brasil e as duas mulheres nervosas dentro dele.
Depois de ser atendida por um médico na emergência, Carla foi acomodada em um quarto mais reservado no Hospital Copa Star, bastante conhecido na cidade e discreto também. Foi alí que ela recebeu a pior notícia que poderia receber depois do diagnóstico do câncer:
- Eu não sei se vc já sabia, mas você estava grávida de 4 semanas e pouquinhos dias, mas infelizmente sofreu um aborto espontâneo e perdeu o bebê.
Aquela notícia foi o mesmo que receber um tiro no peito para Carla, afinal, ser mãe sempre foi seu sonho e o de sua mãe também. As duas estavam em choque e a atriz só pensava em como contaria que o bebê seria de Arthur, ao mesmo tempo em que só desejava uma coisa: ele alí ao lado dela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Destinados
FanfictionE se eles tivessem se encontrado de outra forma? Sem câmeras e julgamentos, apenas Carla e Arthur. Afinal, quando é pra ser, não importa onde e nem quando, só é!