Perigo

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A crueldade das pessoas por trás da internet havia atingido em cheio a vida de Arthur e Carla. Algumas horas após o anuncio da relação, eles não paravam de receber ligações e emails em busca de exclusivas, essas até davam para ignorar, mas um vídeo feito na frente do condomínio de Arthur com a legenda insinuando que estariam esperando Carla aparecer para "pegá-la" os deixou apreensivos e com medo. Arthur não estava acostumado com essa vida e, embora Carla fosse famosa, também nunca havia passado por isso. 

-Queria saber o motivo das pessoas estarem odiando a gente, Arthur. 

-Eu acho que estão pensando que nós somos jogada de marketing pra nos promover na mídia e ganhar presente dos fãs, pelo menos é isso que eu não paro de ler no twitter. Carla, eu não falei seu nome lá no programa e em nenhum outro lugar por que não queriam que achasse isso. Talvez eu  devesse ceder ao que Marcos propôs, e virar o novo garanhão do pedaço-Arthur comenta.

- Claro que não. Eu não concordo com mentiras, em ficar enganando as pessoas, nunca fui de fazer isso. 

- Eu não sou bom com relacionamentos, Carla. Jajá você se cansa de viver na Disney.

- Arthur, pelo amor de Deus, olha o que você ta me falando! pelo visto quem tá querendo se afastar é você. Boa sorte sendo o garanhão- nesse instante Carla se levanta apressada, pega a bolsa e se dirige para a porta. Arthur continua imóvel dentro de casa, apenas olhando enquanto Carla ia embora chateada. 

"Fui tentar proteger e estraguei o rolê todo" é só o que ele consegue pensar. 

CARLA

Não consegui pregar o olho desde o momento em que pus os pés em casa, estou rolando na cama, ouvir aquelas coisas de Arthur me fez questionar se ele realmente estava disposto a enfrentar esse cancelamento junto comigo. Saí de lá tão brava que nem esperei ele continuar. 

Vou tentar descansar pois hoje é dia de fotos para o lançamento da minha coleção de óculos. Tenho que estar bem, ou pelo menos tentar. Até o fim do dia quero me resolver com o Arthur pois marcamos um almoço para eu conhecer seu Zé e dona Bia, não quero um clima ruim entre a gente. 

Já são 11h da manhã e eu acordo com os latidos do Chaplin ao ouvir a campainha tocar, minha mãe certamente não estava em casa. Levanto ainda meio zonza e me surpreendo ao dar de cara com um buquê de rosas bem na minha cara.

- Bom dia, vim buscar meu balde.

Esse garoto é a perdição da minha vida, só pode. Eu devo ter dançado macarena na Cruz. Ah foda-se, o cheiro dele é tão bom...

-Bom dia, para de fazer barulho na porta dos vizinhos, entra - digo a ele.

- Desculpa, amor. Acho que exagerei nas coisas que te disse ontem.- ele fala rapidamente. 

- Exagerou mesmo, garanhão- falo secamente.

- Esse bico lindo aí é tudo braveza?- a peste diz enquanto se aproxima de mim e me abraça por trás, beijando meu pescoço.

- Te odeio, Arthur. 

-Eu não te odeio nem um pouco.

Acabo me rendendo aos carinhos do meu lindo e quase perco a a hora paras as fotos. Ele que já havia conseguido comprar o carro, me oferece carona até o estúdio, mas eu prefiro evitar mais comentários desagradáveis se fossemos vistos juntos. Até de interesseira eu já fui chamada, dizendo que precisei dele para voltar a aparecer no instagram, outros alegando que eu teria vergonha de andar com o Arthur por ele ser da roça. Essas pessoas realmente não me conhecem. Até amigos queridos quiseram dar palpites na minha relação, se eles soubessem de toda a verdade e paixão que estamos vivendo, diriam ser coisa de destino. 

Como o estúdio é um pouco distante do meu apartamento, assim que Arthur vai embora eu peço um uber para me levar até lá. Porém, ao entrar no carro, percebo que a fisionomia do motorista é bem diferente da que constava no aplicativo, mesmo assim sigo viagem pois já estava atrasada. Ele tenta puxar papo, mas não dou muita abertura para isso. Me incomodo com a rapidez em que ele dirige e começo a me preocupar, resolvo, então, enviar a minha localização para o whatsapp de Arthur. 

Ao pararmos em um sinal sem muito movimento,vejo o motorista iniciar uma rota diferente e acaba entrando em um beco sem saída, só dá tempo de discar o primeiro número do meu contato, que por sorte era o de Arthur. Ameaço a gritar mas o motorista tapa a minha boca com a mão e começa a vasculhar a minha bolsa em busca de dinheiro ou algo de valor. O olhar que ele mantinha sob mim me dava nojo e eu estava apavorada e com medo. Só pedia a Deus para que Arthur visse logo o celular.

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O que vocês acham que vai acontecer?Comentem por favor, o feedback é muito importante!!Bjsss





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