Decisões

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Arthur

- Bom dia, vida- eu ouço no meu ouvido.
-Bom dia. Dormiu bem?
Estávamos deitados enrolados em uma edredom, era um sábado e poderíamos ficar o dia todo assim. Eu já tinha ouvido em algum lugar que grávidas tinham muito apetite sexual, mas não imaginava que seria tanto assim. A baixinha me deu uma canseira essa noite, não que eu esteja reclamando, jamais. Carla estava ainda mais gostosa gravidinha, estava mais gordinha e a barriga parecia uma bolinha redonda, simplesmente perfeita!

Acredito que depois desse pequeno sustinho que minha mulher me deu semana passada fez com que eu perdesse o medo de avião em um instante, bem que dizem que amor de pai ultrapassa qualquer coisa. Certeza que eu viajaria de avião todo dia se fosse pra vê meus amores bem.

Eu e Carla estamos radiantes com a vinda do nosso menino, ele não foi nem um pouco planejado, mas amado ele é, e muito. 

Meu sonho de ser pai já estava realizado, e ao lado de uma mulher maravilhosa como Carla. Porém nem tudo são flores, está muito difícil pra mim deixá-la sozinha aqui na Argentina e toda vez que volto pro Rio sinto um aperto grande no peito, vez ou outra me seguro para não chorar na frente dela, o que é quase impossível. Minha pequena se faz de forte, mas sei que também sente tudo isso: medo, angústia e saudade.

A minha vinda dessa vez seria também para tentar convencê-la a voltar e passar os últimos meses da gestação em casa, perto de nossas famílias e dos médicos de confiança. Sei que pra Carla é muito difícil ter que ficar por fora da finalização do projeto que ela ajudou a construir, mas acredito que dessa vez ela ceda.

Hoje o tempo melhorou um pouco e decidimos passear um pouco e fazer passeios clichês de pais de primeira viagem: loja de bebê em shopping.

Entramos de mãos dadas na loja e Carla esbarra em uma senhora bem pequena vestindo um vestidinho azul e lhe diz:

"Que Deus lhe dê uma boa hora, minha querida. Vai dar tudo certo pra vocês"

Olha pra traz e não a vejo em lugar nenhum.

- Nossa amor, me arrepiei com essa senhorinha- digo.

- Eu também. Louco, né?

Deixamos os pensamentos de lado e fomos procurar roupinhas divertidas para o Baby Samuca.

Vasculhamos algumas araras de roupas e Carla me sugere um:


- Nossa, que brega

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- Nossa, que brega. Vamos levar.

Nossa risada ecoa pela loja e nos escondemos com vergonha.

- Eu achei maravilhoso, lindo!!

- To vendo, mamãe.

- Já caiu a sua ficha de que em breve seremos mamãe e papai?

- Por falar nisso, está bem próximo. Bora voltar pra casa, mocinha?

- Você não acha que aqui teremos mais sossego? Brasil tem muito holofote na gente, Arthur- ela me abraça como se quisesse se esconder do mundo.

- Lá tem família, amigos queridos, todo mundo pra nos ajudar... Seria loucura só eu e você sozinhos com ele aqui, mesmo que sua mãe venha, amor. E, além do mais eu quero levar ele em Conduru o quanto antes, você sabe o quanto é importante pra mim- a olho nos olhos.

Carla respira fundo, pensa um pouco e finalmente:

- Partiu casa, filhotinho!


Consegui! Valeu, vó!


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Identificaram a senhorinha de vestido azul? Me falem..
Espero que tenham gostado! Foi curtinho, mas cheio de amor.
Bjsss
Lulu!
Segunda to de volta!


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