POV CARLA
Era uma loucura ir até o hospital ficar com o Arthur? Era!
Com certeza alguém me descobriria lá, passaria a informação adiante e logo os perfis de fofoca do Instagram começariam a postar sobre, mas quer saber? Eu não estava nem ai! Meu coração gritava pra eu ir vê-lo e a conversa com a minha mãe tranquilizou completamente a parte de mim que achava melhor não ir. O Arthur precisava de mim naquele momento e eu não ia deixá-lo sozinho, em nome de tudo que a gente viveu eu devia isso a ele.Não demorou muito até que eu chegasse no hospital, antes de sair de casa eu coloquei algumas roupas e outros objetos necessários dentro de uma bolsa e mandei mensagem para o Arthur perguntando se ele precisava de algo, o homem me disse que não.
Na recepção eu fiz um cadastro rápido, recebi um crachá de "acompanhante" e subi até o quarto, bati na porta e fui atendida por Caio, a gente já se conhecia de uma vez em que ele foi até o apartamento do Arthur e eu estava lá. Nos cumprimentamos rapidamente e o homem me avisou que o paciente do dia tinha dormido, talvez o relaxante muscular que ele tomou ainda na emergência fosse forte.
Caio me disse que precisava ir embora e o faria já que eu tinha chegado, eu concordei e me comprometi a dar notícias assim que possível, nós trocamos contato e ele se foi. Agora éramos só eu e o meu garoto (eu ainda o chamava assim inconscientemente, mas nunca em voz alta) que parecia tão frágil naquela situação.O Arthur era lindo, eu nunca me cansava de olhar pra ele. Pele clara, cabelo cortado baixo, barba perfeita, nariz arrebitadinho naturalmente, boca rosada... lindo.
Lindo, mas no momento apenas um amigo precisando de ajuda, eu tinha que focar nisso.Eu não queria acordá-lo, então sentei no sofá que ficava ao lado da cama onde ele estava para esperar até que o crossfiteiro lesionado despertasse, o que demorou mais ou menos 10 minutos. O homem abriu os olhos devagar, olhou para o lado e abriu um sorriso largo quando me viu sentada ali. Eu não pude evitar de sorrir também.
Arthur: - Faz tempo que você chegou?
Carla: - 10 minutos mais ou menos, o Caio me passou o turno, ele precisou ir embora e levou seu carro.
Arthur: - Ele disse que ia assim que você chegasse. Tudo bem?
Carla: - Tudo sim! E você, ta com dor?
Arthur: - Não, com esse imobilizador fica bem mais confortável, você sabe.
Era verdade, eu sabia bem. Durante o tempo que nós ficamos juntos depois do programa o Arthur machucou o braço uma vez e precisou usar o imobilizador por alguns dias, eu já estava acostumada com aquele acessório.
Carla: - Que horas é a cirurgia?
Arthur: - Antes de você chegar confirmaram que seria as 17:00.
Carla: - Falta pouco então, já são mais de 15:00. Ta nervoso?
Arthur: - Um pouco.
Carla: - Vai dar tudo certo, só confia.
O pouco assunto que a gente tinha, havia se esgotado e um silêncio desconfortável ia tomar conta do ambiente não fosse pelo telefone do homem deitado a minha frente que começou a tocar.
Era a mãe do Arthur na linha, pelo que eu entendi ela tinha conseguido uma passagem apenas para a noite do dia seguinte e estava preocupada em como o filho se viraria sozinho até lá.Arthur: - Eu não to sozinho, mãe, a Carla ta aqui comigo... é mãe, a Carla Diaz, e tem outra?
Eu não pude deixar de rir, imagino bem o susto que a Dona Beatriz tomou com aquela informação.
A família do Arthur era maravilhosa, eu pude conhecê-los quando eles vieram ao Rio. Todos muito simpáticos e agradáveis, eu me senti super a vontade.
Eu estava lembrando de alguns dos nossos momentos em família quando Arthur me trouxe de volta ao presente.Arthur: - Ela não ta acreditando que você ta aqui.
Carla: - Me da aqui o telefone... oi Dona Beatriz, sou eu.
Beatriz: - Oi Carlinha, que bom que você ta ai, minha filha. Como estão as coisas?
Carla: - Tudo bem, graças a Deus. O Caio precisou ir embora e eu vim pro Arthur não ficar sozinho.
Beatriz: - Muito obrigada minha filha, você não sabe o quanto me alivia saber que meu menino não ta sozinho. E mais ainda que você ta ai com ele.
Carla: - Não tem nada que agradecer não, imagina. Eu nunca deixaria ele sozinho.
Foi impossível não olhar para o Arthur enquanto eu falava aquilo e mais impossível ainda não tremer nas bases diante da carinha que ele fez ao ouvir minhas palavras.
Beatriz: - Cuida bem dele e me da notícias por favor. Amanhã a noite eu chego. Um beijo meu amor.
Carla: - Pode deixar Dona Bia, a gente vai se falando. Um beijo.
Devolvi o telefone para o Arthur e me perdim em pensamentos novamente. Uma nostalgia tomou conta de mim e eu só conseguia pensar no quanto fui feliz com ele, mesmo no caos que a gente viveu. Outra vez o meu paciente me trouxe para a realidade.
Arthur: - Onde cê tava? Parecia longe.
Carla: - Tava só pensando numas coisas aqui, nada demais.
Arthur: - Minha mãe disse pra eu te obedecer e mandou avisar que vai te mandar mensagem caso você demore a dar notícias.
Carla: - hahaha Ela é maravilhosa. Agora cê já sabe ne? Até ela chegar sou eu que mando.
Falei com graça e pisquei um olho só para Arthur, que sorriu.
Arthur: - Tudo certo Dona Carla, to aqui pra obedecer.
Antes que mais um silêncio constrangedor se instalasse, porque eu não saberia responder aquela pequena provocação, uma enfermeira entrou no quarto, avisando que a cirurgia tinha sido antecipada e que eles o levariam naquele instante para o bloco cirurgico.
Ela empurrava uma cadeira de rodas onde o Arthur foi orientado a sentar, alguns papeis foram colocados em seu colo e a mulher saiu do quarto por alguns minutos dizendo que ia buscar algo que havia esquecido. Foi a deixa para eu me despedir.
Eu abaixei, ficando mais ou menos na altura do meu garoto e peguei a sua mão, que estava gelada como eu imaginava.Carla: - Vai dar tudo certo, confia. Eu vou ficar te esperando.
Arthur: - Obrigada, linda. É muito importante pra mim ter você aqui.
Nossos olhares se uniram por algum tempo e eu beijei o seu rosto, me afastando quando a enfermeira voltou para o quarto e tirou o Arthur de lá.
Me empolguei hoje ne? Talvez daqui pra frente os capítulos sejam um pouco maiores mesmo, vamos ver.
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Beijinhos
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Restart
FanfictionQuando resistir não é mais uma opção, o que resta é tentar de novo... RECOMEÇAR.