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POV ARTHUR

Sabe quando você é criança, ai ganha um brinquedo que queria muito, mas faz algo errado e seus pais lhe tomam o brinquedo como castigo? Era assim que eu me sentia com relação a Carla.
Não que ela fosse um brinquedo pra mim, não me entendam mal, eu quis dizer que ela era extremamente importante, eu a tive comigo por um tempo e fui muito feliz, mas a vida veio e tirou ela de mim, deixando só um vazio que parecia crescer um pouco mais a cada dia.
A falta da Carla era algo frequente pra mim, da hora que eu levantava até quando eu ia dormir, faltava ela. Faltava os beijinhos e o sussurro de "bom dia" no meu ouvido; faltava o café puro que ela me obrigava a tomar antes de qualquer refeição; faltava as mensagens frequentes que a gente trocava quando não estávamos juntos; faltava o reencontro no final do dia, a pizza ou o sushi que a gente sempre pedia pra jantar; as séries que a gente maratonava... faltava vida. Faltava minha loirinha comigo.

Eu falei tudo isso porque no momento em que eu acordei e vi a Carla dormindo do meu lado, como nos velhos tempos, a sensação de vida que tanto me faltava, voltou como uma avalanche e tomou todo o meu corpo. Meu coração disparava a milhão e eu só sabia sorrir.

Mais uns minutinhos se passaram e ela começou a despertar, eu fingi que dormia pra ver a reação da mulher.

POV CARLA

Eu não faço ideia do momento em que dormi, só sei que foi um descanso bem bom. Acordei e quando me dei conta, estava grudada no Arthur, com a cabeça no ombro dele e o braço no seu peito.
Me afastei com toda calma do mundo e olhei um pouco para cima, graças a Deus ele ainda estava dormindo. Demorei mais um tempo olhando aquele homem ao meu lado; como era lindo. Lindo, carinhoso, bem humorado, inteligente, determinado, cuidadoso... o Arthur tinha muitas qualidades e eu admirava muito cada uma delas. Durante o nosso relacionamento aqui fora, a cada dia eu descobria uma caracteristica diferente dele e me apaixonava ainda mais.
Eu amava aquele homem e sentia muita falta dele e de tudo que a gente tinha vivido. Eu amava os beijos, o carinho, as piadas sem graça, o sexo... amava tudo que vinha dele.
Por falar em beijo, eu tive que fazer um esforço enorme pra não beijar ele naquele momento. Na minha cabeça veio todas as vezes em que eu tinha que acordá-lo porque se deixasse ele dormia o tempo todo.

Fui tirada dos meus pensamentos quando Arthur começou a despertar, eu então fiquei de barriga na cama e peguei meu celular, que estava do meu lado, pra fingir que estava prestando atenção em alguma outra coisa que não fosse aquele homem dormindo do meu lado.

Arthur: - Eu dormi muito?

Carla: - Pela hora a gente dormiu bastante, são quase 17:00.

Arthur: - Você também cochilou?

Carla: - Anham. As noites no hospital são partidas porque ta sempre entrando gente.

Arthur: É verdade. Cê ta com fome? Vamo pedir alguma coisa pra comer?

Carla: - Eu voto em sushi.

Arthur: - Boa, eu topo.

Carla: - Vou pedir no restaurante de sempre.

POV NARRADOR

Arthur e Carla levantaram da cama depois de escolher juntos o cardápio do jantar e foram para a sala; logo a comida chegou e a mesa improvisada com uma caixa no meio da sala completamente bagunçada do apartamento foi novamente usada.

Arthur: - Nossa, eu tava morrendo de saudade disso. - o homem falou enquanto colocava uma peça de salmão na boca.

Carla: - Cê não pede com frequência?

Arthur: - Não. Desde de que a gente terminou, eu nunca mais comi.

Carla: - Porque?

Arthur: - Gatilho, Dona Carla. Sushi me lembra muito a gente.

Carla ficou sem reação diante daquela frase. Realmente sushi remetia muito ao relacionamento dos dois, sempre que Carla pedia, ela comentava com Mara o quanto Arthur tinha gostado de provar daquela culinária.

Enquanto os pensamento passavam por sua cabeça como um filme, Carla pode ver o homem a sua frente pegando a última peça do seu sushi preferido e levando até a boca lentamente.

Carla: - Ah não, Arthur, é o último. Você me gosta desse, deixa ai pra mim.

O homem gargalhou diante da cena.

Arthur: - Eu sabia que cê ia reclamar, toma.

Arthur não colocou a peça de volta na embalagem como Carla esperava que ele fizesse, ao invés disso o homem esticou o braço, aproximando o hashi da boca da atriz, que mordeu a peça de uma vez, meio sem graça. Aquela era uma cena, que já tinha acontecido tantas vezes, agora tinha um peso absurdo para o casal.

Depois do momento saia justa, Carla e Arthur conseguiram terminar o jantar num clima bem leve. O homem levou os copos usados para a pia, enquanto a atriz jogava no lixo as embalagens do restaurante, em seguida o telefone de Arthur e ele foi até o quarto atender, Carla aproveitou para ligar para a sua mãe.

O resto daquele dia foi tranquilo, Arthur sentiu um pouco de dor no braço operado, Carla então lhe deu um remédio, colocou a compressa de gelo e os dois deitaram para terminar o filme que haviam começado a tarde; cada um de um lado da cama, com um espaço considerável entre os corpos.
Perto do final do filme Arthur dormiu, como sempre acontecia, mas Carla não conseguiu pegar no sono de jeito nenhum. A mulher ficou um bom tempo olhando para o teto, contou carneirinhos, tentou até meditação guiada, mas nada adiantou, então ela decidiu levantar para não acordar o homem ao seu lado.
Caminhou até a cozinha, pegou um copo com água e estava se dirigindo a varanda do apartamento quando olhou para o lado e viu posicionado encima de uma estante, um objeto que lhe chamou a atenção: um porta retrato que tinha uma foto do Z4. Arthur, Carla, Pocah e Projota sorriam para o clique.
Aquele tinha sido um presente de fã, ela sabia porque tinha ganhado um igual, mas o seu estava guardado.
A atriz pegou o objeto e o levou com ela até o sofá, onde se sentou confortavelmente, observando aquela imagem.

Lembrar do BBB fazia bem a Carla na maior parte do tempo, de vez em quando ela ia até os perfis de fã clubes e ficava revendo momento bons; foi o que ela escolhei fazer naquela ocasião.
Vídeo vai, vídeo vem, os momentos do casal Carthur começaram a aparecer e, ao contrário do que acontecia nas últimas semanas, ela se deixou passear por ali.
As primeiras interações, a flechada, o primeiro beijo, as DRs, as reconciliações, as conversas reveladoras... a cada vídeo o coração de Carla se apertava um pouco mais e ela não pode evitar de derramar algumas lágrimas.

Foi essa cena que Arthur presenciou ao chegar na sala quase totalmente escura: Carla chorando, como o celular na mão.

Continua...

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