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POV NARRADOR

Assim como a enfermeira havia dito, pouco antes do almoço o médico que tinha operado Arthur passou no quarto, avaliou o seu ombro, pediu para o curativo ser trocado e lhe deu alta. Aliviado por poder voltar pra casa, Arthur recebeu ajuda de Carla para carregar sua mochila e os dois foram até o carro da atriz.

Carla: - Você já ta de vez no apartamento novo?

Arthur: - Já, faz uns dias. Cê viu que eu fechei o seu preferido ne?

Carla tinha conhecido todos os apartamentos que Arthur olhou, os dois sempre faziam chamadas de vídeo e o homem mostrava cada cantinho dos imóveis para a atriz, que dizia se aprovava ou não. A intenção era que a casa nova de Arthur fosse um pouco de Carla também, já que na época os dois namoravam e por isso ela passaria muito tempo com ele, mas o destino resolveu bagunçar tudo e os dois terminaram antes do ex BBB escolher de vez onde moraria.
Quando esse dia chegou, Arthur fez questão de fechar o apartamento que Carla mais tinha gostado, ele lembrou de todas as observações que ela fez sobre os ambientes, recordou o fato da mulher ter amado a sala, que era bem ampla e iluminada e, por aqueles motivos, concluiu que aquele seria seu novo lar.
No fundo aquele homem ainda tinha uma pontinha de esperança de compartilhar com a sua amada momentos de amor e felicidade naquele imóvel.

Carla: - É, vi sim. Já ta tudo arrumado por lá?

Arthur: - Longe disso. No lugar mesmo só ta minha cama e as coisas da cozinha, o resto ainda ta tudo encaixotado. Eu ia tirar esse fim de semana pra arrumar tudo, mas agora não vai mais rolar.

Carla: - A gente da um jeito.

O caminho não muito longo foi percorrido e o casal (que não era mais casal) chegou ao prédio de Arthur. Na entrada da garagem o homem avisou que o carro de Carla ficaria estacionado em uma de suas vagas por alguns dias e os dois entraram, a atriz estacionou o veículo, pegou as bolsas e junto com Arthur subiu até o apartamento.

Arthur: - Seja bem vinda a minha humilde residência, Dona Carla. Eu confesso que não era assim que eu queria te apresentar minha casa nova, mas é o que tem pra hoje.

Carla: - Para de graça, garoto. Aqui é lindo mesmo, mais ainda do que no vídeo.

O apartamento era mesmo maravilhoso, Carla tinha acertado em cheio. A sala ainda estava bem bagunçada, só tinha um sofá jogado no meio do cômodo e um monte de caixas espalhadas, mas dava pra prever como ia ficar lindo quando cada coisa tivesse em seu devido lugar.

Arthur: - Todos esses móveis vão ser trocados, eu fechei umas parcerias bem maneiras e vai vim tudo novo. O que ta aqui vai ser doado, eu só to vendo pra onde.

Carla: - Ai que legal, tenho certeza que vai ficar tudo lindo.

O momento da apresentação do apartamento foi quebrado pelo barulho da barriga de Carla, que fez o casal cair na gargalhada.

Arthur: - Meu Deus, Carla Diaz.

Carla: - Para, não me zoa. Você sabe que minha barriga tem vida própria e eu to com fome.

Arthur: - Vamo resolver logo isso antes que o monstro que mora dentro de você resolva sair. Tem LivUp na geladeira, mas se você preferir a gente pode pedir alguma coisa.

Carla: - Não precisa, eu amo LivUp. Posso ir lá ver o que tem? - a mulher apontou para a cozinha.

Arthur: - Claro, fica a vontade.

A atriz abriu o freezer e Arthur a ficou observando, ter ela ali era como realizar um sonho, mesmo que ainda não fosse do modo como ele realmente queria.

Carla deu a Arthur as opções disponíveis, escolheu a dela e colocou tudo no microondas, enquanto isso a mulher improvisou uma mesa encima de uma caixa e os dois sentaram para comer.

Depois da refeição Arthur levou os pratos para a pia, mesmo com um braço só ele fez questão de ajudar no que fosse possível, e Carla lavou a louça suja. Em seguida o homem foi para o banho que agora ele já conseguia tomar sem ajuda já que o curativo novo podia ser molhado sem problema nenhum.

Se vendo sozinha naquele ambiente, Carla foi até uma das grandes janelas de vidro da sala e se encostou ali, se deixando levar por seus pensamentos.
Aquele apartamento havia sido escolhido em conjunto por ela e Arthur, o homem fez questão que ela participasse de cada visita e o ajudasse na decisão final. Pensar nisso fez seu coração apertar um pouco, estar ali com ele, na situação que os dois se encontravam, não era nem de longe o que ela desejava, mas a vida os tinha levado até ali e nada podia ser feito. Quando a atriz se deu conta, algumas lágrimas corriam pelo seu rosto, mas ela logo tratou de enxugar para que Arthur não visse.
Foi só o tempo desse feito e o homem apareceu na sala, avisando que já tinha terminado o banho e que a atriz poderia fazer o mesmo agora, ela não tinha ido antes, mesmo tendo outros banheiros no apartamento, porque o dono da casa poderia precisar de algum tipo de ajuda.

Arthur: - Tem toalha limpa encima da cama, pode pegar lá.

Carla usou o banheiro da suite que ficava de frente para a de Arthur, o apartamento contava com quatro dormitórios, mas só dois tinham banheiro próprio. Ao sair, percebeu que a TV do quarto da frente estava ligada e viu o homem deitado na cama, ele também a viu.

Arthur: - Vem cá, vamo ver um filme. Tava te esperando pra escolher.

O corpo da mulher tremeu inteiro só com esse simples convite, como ela conseguiria assistir um filme do lado daquele homem? Seria impossível.

Carla: - Melhor não, eu vou ficar lá na sala mesmo.

Arthur: - Para de ser boba, Carla. Ta com medo de mim por acaso? Eu to completamente inofensivo, zero chance de te agarrar com esse braço assim.

Calor, um calor absurdo tomou o rosto de Carla naquele instante e com certeza ela ficou muito vermelha, tamanha a vergonha que sentiu.
A atriz entrou no quarto, depois de revirar os olhos e ouvir a gargalhada gostosa de Arthur, e se sentou do lado dele na cama.

Arthur: - Suspense ou comédia?

Carla: - Comédia, claro.

Arthur: - Vamos de suspense então.

Carla: - E porque cê pergunta, idiota?

Arthur seguia gargalhando e Carla podia não confessar nunca, mas também estava gostando daquele clima entre os dois.

Algumas horas se passaram até Arthur despertar diante de uma cena que fez seus olhos brilharem: Carla dormia ao se lado, com a cabeça encostada em seu ombro saudável e uma das mãos repousadas em seu peito.

Continua...

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