Moonlight - Chanlix

Capítulo 13

   O filho das famigeradas feiticeiras com um alto grau de sabedoria e experiência militar havia recebido uma das maiores e mais perigosas missões já impostas a ele; Escoltar o ômega de fios loirinhos que tanto ignorou para garantir que o mesmo não procurasse alguma confusão. Normalmente ele teria recusado tal trabalho,mas foi uma ordem de Bang Chan que estava tentando ao máximo garantir a segurança dos ômegas do castelo,e obviamente não poderia ir contra seu superior, sendo assim apenas assentiu passando a se aproximar do loiro com cautela. Nas primeiras horas Jisung estranhou a presença do alfa, afinal já fazia alguns dias que o mesmo o afastava e o ter perto tão de repente foi algo que o surpreendeu, mas logo parou de se importar até porque Minho não fazia questão de lhe dirigir uma só palavra.

—Se pretende me fazer companhia sugiro que no mínimo finja gostar da minha presença — falou ele quebrando o silêncio insuportável que até o momento dominava o ambiente,estranhamente o clima ainda estava chuvoso e por este motivo tudo o que restava a eles eram os livros, ou instrumentos a disposição no castelo. O alfa que se mantinha concentrado em sua leitura não o respondeu, então o mesmo continuou — Você não deveria ignorar um membro da família real.

—E você como um membro da família real não deveria ser tão irritante — rebateu o de fios escuros, vendo o mais novo rosnar baixo, aparentemente o temperamento forte era algo que todos os ômegas daquele castelo possuíam — Porque não continua quieto e me deixa em paz?

  Jisung tentou, ele realmente tentou mas ficar completamente quieto era algo que não fazia parte de seu ser, e logo passou a caminhar pelo cômodo, hora folheando os livros, hora os empilhando como cartas e não demorou muito para o alfa perder sua paciência e finalmente deixar a leitura de lado voltando sua atenção para o ômega. Os fios loirinhos e levemente ondulados caiam sobre os olhos claros do mesmo enquanto as vestes claras o tornavam ainda mais parecido com um anjo, ele estava em frente a uma estante na ponta de seus pés com o braço direito esticado tocando com dificuldade um livro de capa vermelha com a ponta de seus dedinhos, Minho não pode deixar de sorrir e muito menos negar que aquela cena era uma graça,quando finalmente alcançou o objeto Jisung o encarou vitorioso. Antes que o alfa pudesse lhe dizer alguma coisa os dois escutaram batidas na porta que em seguida foi entreaberta por uma das betas responsáveis pela organização do cômodo a mesma notou a bagunça e sem nem ao menos precisar perguntar encarou o pequeno ômega de forma raivosa.

—Perdão, prometo arrumar tudo — ele forçou um sorriso mesmo estando claramente assustado.

—Não há tempo para isso, o rei deu instruções ao príncipe e a vocês para que se vistam de forma adequada e o encontrem dentro de uma hora no salão principal — disse ela — Se apresse.

— Espere! — exclamou ele antes que a mesma fechasse a porta novamente, enquanto isso Minho assistia a cena como um mero expectador — Qual a ocasião?

— Um funeral — respondeu ela e então os deixou sozinhos novamente.

….

Os três ômegas da família real compartilharam da mesma carruagem no decorrer do caminho enquanto os alfas seguiam os escoltando junto a outros cavaleiros, o nervosismo tomava conta de cada um pois era a primeira vez em suas vidas que frequentavam um evento como aquele e rezavam para ser a última, as vestes escuras em sinal de luto e respeito indicavam que estavam indo a uma cerimônia de sepultamento, e esta tinha como intenção homenagear os mais de 200 homens que morreram no ataque, durante todos aquele dias se que se passaram o exército e demais voluntários estavam em busca dos corpos para enterrá-los da devida forma a notícia chegou a cada uma das famílias por meio de cartas com a assinatura do próprio rei, assinatura essa que não substituiria a vida de um ente querido.
Quando finalmente chegaram ao local escolhido se depararam com uma vasta planície repleta de covas fundas, cada qual com um caixão fechado ao seu lado, Félix estremeceu ao ver a imagem daquelas famílias devastadas pela perda, crianças choravam ao lado de seus pais e de suas mães,gritos agonizantes de sofrimento ecoavam a volta deles, não existiam palavras que pudessem consolar aquelas pessoas, ele sentia-se completamente inútil e impotente diante da situação.