Capítulo 6

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  Girassóis nunca foram suas flores preferidas, isso porque o alfa de fios escuros costumava ser alérgico ao polêm que emanava dos campos que tanto brilhavam em um tom dourado junto a luz do sol que se concentrava perfeitamente naquele mesmo ponto todos os dias enquanto os dois corriam pelo vasto jardim do castelo, obviamente alguns espirros não eram capazes de impedir o Bang de cuidar do pequeno ômega que lhe lançava sorrisos adoráveis ao longo das tardes quentes de verão. Em certos momentos a única coisa que se passava pela mente do mais velho era a dúvida de como alguém poderia ser tão encantador e ao mesmo tempo tão perverso como Félix, afinal mesmo com tão pouca idade era possível notar alguns traços de uma certa personalidade forte e de uma crueldade desconhecida que emanava do mesmo e passava despercebida por muitos que só se importavam com o exterior do garoto. 

Ver o ômega em meio aos girassóis após tanto tempo longe do mesmo lhe trouxe lembranças doces da época em que tudo entre os dois vinha de sentimentos inocentes, as íris douradas que examinavam as pétalas das flores estavam marcadas nos sonhos do Bang enquanto seu lobo era dominado pela melancolia de jamais poder se aproximar o suficiente do príncipe que deveria tratar como um irmão. 

Aos poucos a luz do sol começou a deixar o jardim trazendo a brisa do entardecer novamente ao ambiente, os demais decidiram se retirar voltando ao interior do castelo isso incluía Changbin e Minho que pareciam se esquecer até mesmo de como respirar quando estavam próximos dos dois ômegas que caminhavam de mãos dadas até a entrada principal deixando apenas ele e o herdeiro para trás.

—Lembra do conto que papai costumava contar para nós? —indagou o mais novo assim que deixou as flores para ficar ao lado do mesmo assistindo o sol esconder-se atrás das muralhas que protegiam o castelo.O alfa assentiu e um sorriso formou-se em seus lábios quando a lembrança de San os cobrindo antes de dormir veio a sua cabeça. O ômega mais velho costumava dar um beijo de boa noite para cada um desejando que todos os deuses protegessem seus pequenos tesouros enquanto dormiam. — Quando o sol e a lua se encontraram pela primeira vez, se apaixonaram perdidamente e a partir daí começaram a viver um grande amor.

— Acontece, que o mundo ainda não existia — continuou o Alfa — E quando os deuses resolveram criá-lo deram um toque final ao mesmo, decidindo que o Sol seria responsável por iluminar os dias e a Lua seria responsável por iluminar a noite, sendo assim eles seriam obrigados a viverem separados — O olhar do alfa não se encontrava mais no por do sol e sim no ômega ao seu lado que parecia hipnotizado com o desaparecimento da estrela que dava vida a suas flores — Mas a Lua não pode suportar a solidão, e como um perdido do sol que estava preocupado com a mesma os deuses criaram então as estrelas para lhe fazer companhia, e hoje eles vivem assim, separados, O Sol finge que é feliz e a Lua não consegue esconder a sua tristeza.O Sol ainda esquenta uma grande paixão pela Lua.Ela, ainda vive na escuridão da saudade

—E eles vivem a espera do momento em que poderão ficar juntos — concluiu o mais novo dando um lindo suspiro quando o último raio de sol escondeu-se — É uma bela história,gosto dela.

—Você sempre chorava quando San terminava de contar — comentou o Bang bagunçando os fios acinzentados do ômega — Eu não esperava que o tempo passasse tão depressa, já somos adultos e você vai assumir o reino em pouco tempo.

—Sabe que por ser mais velho do que eu deveria ser você a governar, não é? Afinal, mesmo não sendo irmãos de sangue, nossos pais nos criaram como iguais e essa é a tradição — disse o ômega — Você seria um bom líder.

— Não tenho interesse em ser rei Félix, já disse isso milhares de vezes, o direito é seu e o destino também — falou — Imagine daqui alguns anos você liderando e eu ao seu lado como capitão da guarda, lado a lado — ambos sorriram ao imaginar a cena — Seremos uma boa dupla.

Moonlight - ChanlixOnde histórias criam vida. Descubra agora