- Pai perfeito ou não? -

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Go-eun

   Alguns minutos passaram e chegou o horário de visitas. A minha mãe havia chegado, então me levantei do colo dele, indo para a minha maca para esperar a mulher chegar. Quando ela chegou, seus olhos pararam sobre mim e logo vi que Jisoo e Ryujin, também estavam ali. Eu abri meus braços, esperando que ela me abraçasse.

   — Minha filha... — disse, me apertando e eu a olhei, despreocupada. — Como você está? E o seu bebê? Eu espero que ele esteja bem, nós ficamos tão preocupadas, depois que o Jungkook ligou. Eu estava muito ansiosa pra vir, eu quase derrubei a recepcionista no soco, quando ela me mandou esperar. — Jeon não segurou a sua risada, começando a rir.

   — Sua mãe é igualzinha à você — falou, encantado e eu acabei sorrindo com isso. Era fofo ver como ele gostava da minha relação com a minha família.

   — Ela é. Sobre o bebê, ele está bem. Ele se agarrou em mim pra sobreviver. A obstetra me deu essa fotinha dele, olha como ele estava — contei, animada, a entregando o papelzinho. As três se espremeram para conseguir enxergar a foto e sorriram, encantadas com o meu bebê. — Ele não é lindo? — questionei, contente e elas concordaram, apaixonada pelas fotos.

   — Ele é a coisinha mais fofa desse mundo — confessou, minha mãe, encarando o pequeno papel do qual segurava. — Você está bem, filha? Eu não quero te ver ruinzinha, sabe disso, não sabe? — Concordei com a cabeça, recebendo um beijo na bochecha. Eu sorri, fechando os olhos e me deitei, estendendo minha mão para Jungkook segurar, esse que não demorou a fazer o que pedir, a selando com um beijinho.

   — Agora, tudo que eu quero é que ela descanse — disse, o único homem na sala e elas concordaram, me devolvendo a fotinha. Jisoo e Ryujin se despediram com um abraço gostoso e minha mãe me enroscou em seus braços, me enchendo de beijos, logo as três saíram da sala. — Tente dormir. Tenho certeza que amanhã, nós vamos embora — avisou e eu concordei, fechando meus olhos, sentindo ele segurar a minha mão.

   No dia seguinte, o médico disse que tudo que passou, foi só um susto e nos arrumamos para ir embora. Quando estávamos voltando, eu olhei para o lado de fora do carro de táxi e sorri, pensando em algumas ideias para o dia se hoje, até que eu, finalmente, tive coragem para dizer ao homem o que eu queria.

   — Ia ser legal ir pra casa da minha mãe. Sabe, você e eu. Ficar um pouco com ela, eu sei que a velha vai gostar de ter companhia, um pouco — disse, aérea e ouvi uma risada por parte do mais velho. — Eu... queria que você conhecesse a minha mãe. Fosse comigo, sabe? — perguntei e ele concordou com a cabeça.

   Assim que voltamos para casa, eu fiquei andando. Eu resolvi explorar a casa. Eu nunca, realmente, fiz isso. Eu ia do meu quarto para a sala; da sala para o cômodo onde comíamos; desse cômodo para o jardim; e do jardim para o meu quarto de novo. A casa tinha um milhão de cômodos, mas jamais os explorei. Assim que cheguei em um corredor que nunca pisei, parei ao observar um pequeno armário de vidro. Haviam vários prêmios. Olímpiadas de matemática, aluno do ano. Eram todos de Jungkook.

   — Eu guardei cada um deles. — Eu me virei, assustada e vi o pai do meu noivo atrás de mim. — Guardei cada um dos prêmios dele, porquê o amo, mas ele acredita que os deixo aqui pela mídia. Tudo que eu faço por ele, é pra protegê-lo. Tudo que eu queria era que ele tivesse uma vida normal, mas a vida não é como a gente quer. Agora, ele acredita que eu não me importo com ele. — Eu senti tristeza nas palavras do homem e suspirei.

   — Acho que tudo que ele quer é ser feliz. Você tem o prendido bastante — expliquei, dando de ombros e acabei rindo. — Você, literalmente, disse pro seu filho que ele iria se casar com alguém que engravidou, por causa que não queria que as notícias pensassem que ele transa com qualquer uma. Não pode culpá-lo por isso.

   — Eu entendo o ponto dele. Quando ele me disse que não queria cuidar da empresa, eu me irritei muito. Ele tinha dezesseis anos, eu o dei uma surra tão grande que o fiz parar no hospital. Não tem nada que eu me arrependa mais do que aquele dia — contou, olhando para os prêmios e pareceu sorrir com as lembranças que aquelas troféus tinham. — Ele era tão bom nos estudos, mas depois daquele dia, ele começou a não ligar pros livros. Ele arrumou uma identidade falsa e começou a voltar bêbado pra casa. O motivo de ele ser tão... daquele jeito é minha culpa.

   — Eu gosto de como ele é. Ele é tão... animado, amoroso e eu tenho certeza de que ele vai ser um pai incrível pro meu bebê. Não tente mudá-lo e não tente fazer com que ele seja o que você queria que ele fosse. Apenas o aceite — disse e voltei a olhar para a estante de prêmios. — Ele é tão inteligente. Eu quero que meu bebê herde isso dele. Jungkook é incrível, você só precisa parar de tentar mudá-lo.

   — Obrigado — agradeceu e eu acenei com a cabeça, continuando o meu caminho pela casa sem fim. Essa casa é um labirinto. Encontrei uma porta bonita. Diferente das outras, ela estava pintada de várias cores, formando um desenho tão bonito e incrível. Eu abri aquela porta e encontrei várias pinturas, penduradas na parede e uma não finalizada em um cavalete.

   — A gravidinha resolveu explorar a casa? — perguntou, então logo senti um par de braços em minha cintura, sentindo um beijo ser depositado na minha bochecha. — Encontrou meu tesouro secreto — sussurrou na minha orelha e eu sorri, me virando para ele, curiosa.

    — Você os pintou? — perguntei e ele concordou com a cabeça. — Eles são lindos — elogiei, verdadeiramente, olhando para cada canto daquele pequeno cômodo e Jeon retorceu os lábios em um movimento, agoniado e desconfortável. — O que há? — questionei, confusa e ele respirou fundo, antes de me explicar o que aconteceu.

   — Meu pai chamou um daqueles repórteres ridículos pra vir aqui. Ele quer que você use alguma roupa que... mostre menos seu corpo — pediu, então concordei, mas ele suspirou e colocou a mão no rosto. — Aquele idiota.

   — Você sabe que ele se importa com você, não sabe?

   — Ele se importa com as notícias que eu dou pra ele. Ele voltou a ser o centro das atenções, a empresa não poderia estar melhor do que agora. — Ele me olhou por um momento e suspirou. — Estou entendendo. Ele mostrou pra você a minha estante de prêmios. Provavelmente, disse um monte de mentiras e como seu instinto materno está à flor da pele, você está com dó daquele pobre coitado. Você não sabe metade das coisas que ele me fez e foi muito mais que, apenas, uma viagem ao hospital.

   — Eu vou me arrumar, tudo bem? — Ele concordou, irritado e eu saí daquele cômodo.

ACIDENTE DE UMA NOITE || JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora