ACIDENTE DE UMA NOITE || JJK

- Nossa viagem -

Go-eun

   — Jeju? Tipo assim, a ilha de Jeju? — perguntei, deslumbrada e ele concordou com a cabeça. — Isso é tão legal. Eu nunca fui pra lá. Eu sempre ouvi dizer que tem praias muito bonitas. Eu adoro praias, é tipo assim muito legal que... O que foi? — questionei, vendo seu olhar atento ao que eu estava dizendo, então ele deu um riso breve, antes de balançar a cabeça.

   — É só que... é muito fofo ouvir você falando, quando está animada — confessou, me fazendo sentir o meu rosto esquentar, enquanto eu desviava o olhar. Droga, minha professora de ciências sempre me falou que se eu continuasse tagarelando, eu iria me envergonhar. Ela estava certa. — Não, não, não. Continua falando. Eu gosto de ouvir — pediu, entusiasmado e eu suspirei, mordendo os lábios de nervosismo.

   — Bom... Eu estou com muita vergonha pra falar agora — confessei, ouvindo-o gargalhar com a minha declaração e eu fechei os olhos, constrangida. — Não ria, vai me deixar pior — expliquei e ele se aproximou, selando a minha bochecha com um beijo.

   As horas no avião pareciam não passar. Então, a uma hora e cinco minutos que passamos em silêncio, pareceu mil anos. Quando chegamos no quarto de hotel, — onde fomos muito bem recepcionados —, ele deixou nossas malas no chão, enquanto eu observava a beleza do nosso quarto grande. Após alguns minutos, me permitindo deslumbrar a vista de dentro, ele me puxou pela mão.

   — Você não prefere ver o lado de fora? — Amigo, eu passaria horas, observando esse quarto, sem me cansar. — Olha só, as ondas são calminhas e... você não acha que fica lindo, quando está de noite? — perguntou, aéreo e eu suspirei, atordoada.

   — Você vai estar muito fodido, quando voltarmos pra casa, sabe disso, não sabe?

   — Não me broxa — reclamou, entediado e eu sorri, negando com a cabeça. — Entendo que esteja preocupada comigo, mas eu já tenho vinte e seis anos. Eles não podem mais me bater — contou, ofendido e eu neguei com a cabeça, achando graça.

   — Tudo bem. Eu sei que você não é mais o filhinho que segue ordens — provoquei, mexendo em seu cabelo e dei um beijo na sua bochecha, entrando no quarto, novamente.

   — Eu vou comprar alguma coisa pra gente comer. Como já está tarde, vou procurar algo e já volto, tá bom? — perguntou e me puxou para me dar um selinho demorado. — Eu já volto, tudo bem? — Concordei com a cabeça e suspirei, mas antes de sair do cômodo, eu o impedi.

   — Antes que eu me esqueça. Você não teve tempo de ir nesses ultrassons dos últimos meses, então... isso é seu — falei, entregando o papel do meu exame para Jungkook. — Ele já está começando a formar o corpinho. A última vez que você foi, ele era uma ameixa grande — respondi, entregando a imagem do bebê.

   — Ele está muito lindo — comentou, animado e deixou o papel dentro do bolso. — Para de me distrair, ou eu vou pular em cima de você e deitar na sua barriga, conversando com o Toseong, durante horas e horas — explicou, então me puxou para mais perto, me dando mais um beijo, antes de sair pela porta. Após mais alguns minutos, eu deitei em minha cama.

   Se eu quisesse conhecer mais o meu marido, eu precisava saber mais coisas sobre ele. E ele não me contava muitas coisas sobre sua vida pessoal, então eu tinha que pesquisar por mim mesma. Eu peguei o notebook que estava na mala e o abri, pesquisando algo no Google. Eu tenho certeza que vai ter alguma coisa sobre os dois. Existem tantas pesquisas sobre nós dois que sobre o casal perfeito, terão também.

   Bingo! Depois de procurar por vários sites, enquanto Jungkook comprava comida para gente, eu encontrei uma matéria sobre eles. Sae-rom era muito bonita. Eu sorri, observando as fotos dos dois. Eles andavam de mãos dadas em um parque e ela já estava barrigudinha. Eu nunca vi ele sorrindo dessa maneira. Ela o fez muito feliz, isso eu tenho certeza.

   — Eu amo essa foto — disse, Jungkook, me assustando e eu me virei, bruscamente, vendo ele com os olhos brilhantes, observando as fotografias no computador. — Nós tínhamos acabado de ir à um piquenique e ela ainda estava com fome — contou, risonho e eu acabei sorrindo com a sua declaração.

   — Ela parece ter te feito muito feliz.

    — Sim, mas... eu devo superar isso, então só fecha essa página — avisou, fechando o notebook e beijou a minha bochecha. — Agora, eu sou o seu marido. Você gosta disso? — questionou, beijando o meu pescoço e eu suspirei, extasiada.

   — Pode ser os hormônios da gravidez falando, mas eu achei isso extremamente sexy — respondi, então sorri, me virando para olhar o seu rosto, mesmo que eu não tenha tido sucesso, já que seu rosto estava enterrado no meu pescoço. — Não, não, não. Eu estou com muita fome. Podemos comer, antes de qualquer coisa? — indaguei, puxando seu cabelo para longe e ele me encarou com um biquinho nos lábios.

   — Tudo bem... Vamos lá — chamou, puxando minha mão, então fomos para a mesa do quarto e me mostrando as minhas sacolas. — Eu trouxe o seu frango vegano repugnante de ervilha — falou com nojo e eu sorri, animada, batendo palmas. Eu me sentei na cama e suspirei, sorridente, começando a comer.

   — Muito obrigada. Eu estava morrendo de fome — falei, enquanto mastigava e ele riu. — Você quer comer um pouquinho? Eu acho que dá pra dividir... Não, não dá não, eu estou com muita fome e eu acho que não vou conseguir dividir, mas... você trouxe comida pra você, não é? — perguntei, esperançosa e ele concordou.

   — Eu não ia comer isso de jeito nenhum — respondeu e eu concordei, enquanto ele abria a sua sacola de comida. — Pode comer e dar comida pro nosso pequeno Saturno — pediu, beijando a minha cabeça e eu assenti, voltando a devorar o meu frango. Eu comia, enquanto ele me observava, sorrindo.

   — Para de me olhar, enquanto eu como, é desconfortável — avisei, ouvindo-o gargalhar e terminamos de jantar. — Podemos ir lá fora? — questionei, animada em conhecer a praia e ele concordou com a cabeça.

   — Só vamos nos trocar. Não dá pra caminhar na areia de terno... ou de vestido — relembrou e eu concordei com a cabeça, indo para o banheiro, me arrumar. Assim que me vesti de maneira mais apropriada com a mala que eu havia arrumado antes, eu vi Jeon terminar de colocar a camiseta.

   — Prontinho. Podemos ir? — indaguei, arrumando a camiseta curta que mostrava perfeitamente o tamanho da minha barriga. — O que foi? — perguntei, preocupada e ele negou, então me aproximei, vendo ele segurar em minha cintura, observando a minha barriga.

   — Você é a mulher mais linda do mundo, sabia? — Eu sorri e concordei com a cabeça, empurrando seu ombro e saindo do quarto, indo para varanda que tinha uma saída para a praia. — Você gosta de praia?

   — Eu adoro a praia — comentei e senti uma enorme emoção invadir o meu coração. — Muito obrigada — agradeci, sentindo lágrimas inundarem o meu rosto. Jungkook entrou em desespero e colocou as mãos em meus ombros.

   — O que aconteceu? Eu fiz alguma coisa? Alguma coisa dói? — Eu neguei com a cabeça, sorrindo e o abracei completamente grata pela sensação de tê-lo como meu esposo, mesmo que esse não tenha sido o plano inicial.