- Casamento falsificado -

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Go-eun

   — Não foi esse vestido que a gente comprou — falou, observando a roupa que eu usava e eu concordei com a cabeça, um tanto incomodada. Claro que não queria que ela me obrigasse a tirar o vestido e usar o que ela havia comprado. Eu dei meu sangue para confeccionar essa roupa, ela não pode me tirá-lo.

   — Eu fiz. Por favor, não me peça pra tirá-lo — implorei, assustada e ela riu, negando com a cabeça, sem se preocupar.

   — Você deve me achar horrível por causa daquele dia. Me desculpe, eu estava com raiva. Não de você, mas... uma garota, completamente, desconhecida, chegou na minha casa, dizendo que havia engravidado do meu filho. Depois daquela nossa conversa no escritório, eu achei que você estivesse mentindo, mas meu marido me disse que você parecia sincera. Eu odiei te ver querendo fazer seu próprio vestido, parecia que você tinha planejado aquilo. — Eu concordei com a cabeça e suspirei.

   — É compreensível. — Assim que a maquiagem ficou pronta, eu me levantei, sentindo meu filho me chutar. — E está tudo bem, eu consigo entender, mas... aquilo doeu muito — confessei e ela colocou a mão no meu ombro, como se pedisse desculpas. Eu sorri e mordi meus lábios, tentando me acalmar.

   — Convidamos suas amigas e sua mãe. Elas estarão lá, achei que seria importante pra você — avisou e eu sorri, radiante com a notícia e fechei meus olhos, pensando no quão bom seria ver a minha mamãe por lá. — Eu sabia que você não teria com quem entrar, então acho que seria bom, você entrar com a sua mãe.

   — Ela já chegou? — indaguei, esperançosa e a mulher, concordou com a cabeça. Eu me animei, no mesmo tempo que ficava ansiosa. — Mamãe — chamei, quando vi a mulher passar pela porta e a abracei, sentindo que ia começar a chorar por vê-la na minha frente. A mulher entrou em desespero, começando a abanar o meu rosto.

   — Não, filha. Não chora. Vai borrar sua maquiagem — pediu, então eu concordei com a cabeça, abraçando a cintura dela. — Vou levar você pro seu noivo, assim como a gente combinou. Eu sei que não é da forma que você imaginava, mas... vamos nos esforçar pra ser perfeito — confortou e eu concordei com a cabeça.

   — Vou ficar bem — respondi, sorrindo e coloquei a mão na minha barriga. — Toseong está muito feliz hoje — comentei, quando senti um soco dentro do meu útero. Peguei a mão da minha progenitora e coloquei-a em minha barriga para que ela sentisse o bebê chutar.

   — Vamos ir pra lá — chamou e eu concordei, pegando em sua mão, indo até a porta do salão. 

   — Eu estou nervosa. Não estou gostando disso. Não parece certo — desabafei, sussurrando, antes de abrirem a porta, já que eles nos dariam dois minutos, antes de nos deixarem passar para onde o meu noivo, já me esperava e daqui a pouco, eu o chamaria de marido. — Não é certo, ou é?

   — Eu não sei, mas estamos aqui e temos que ir até o fim. — Assim que as portas se abriram, eu me assustei com o tanto de pessoas que estavam daquele lado e o meu sangue gelou. Da minha parte, só haviam três pessoas. Não faço ideia de quem são as outras, então enquanto caminhava, forçando um falso sorriso, eu só pude perceber o quanto aquilo era, restritamente para a mídia. E no final, Jungkook estava certo.

   Após a troca falsa de votos que, sinceramente, que cu que foi para decorar aquilo, e eu esqueci o texto no meio do caminho, nós fomos ao salão e eu me sentei, já que com o sapato que eu usava, os meus pés inchavam como duas salsichas. Jeon conversava com algumas pessoas, até que viu a minha situação e veio até mim, preocupado, se ajoelhando na minha frente.

   — O que aconteceu, barrigudinha? Você está bem? — perguntou, colocando a mão na minha coxa e eu concordei com a cabeça. — O que você está sentindo? Conta pra mim. — A preocupação no seu olhar, parecia sincera e assim que olhei para frente de canto de olho, pude ver os repórteres tirando diversas fotos.

   — Não é nada, é o meu pé que está me matando — expliquei e ele concordou com a cabeça, tirando a saia do meu vestido da frente do meu pé, retirando os meus sapatos. — Vai melhorar logo, eu tenho certeza — disse, tranquila e ele assentiu, se levantando.

   — Suas amigas estão aqui — avisou, então eu sorri, animada, observando o lugar, as procurando com os olhos. — Eu vou chamar elas pra você. Não sai daí — pediu e eu bati nas minhas pernas, ansiosa.

    Claro que eu não me contentei em esperar e descalço, me levantei para procurá-las. Do lado de fora, eu me encostei em uma árvore para descansar, mas tive que me esconder atrás do tronco, ao ouvir uma conversa da minha mãe com um dos outros CEO's que apareceram no meu casamento.

   — Eu não quero dizer nada à ela. Eu só quero conhecê-la — disse, o homem para a minha progenitora e eu me confundi com aquela frase, mas não precisei guardar essa curiosidade por muito tempo, a mulher já a respondeu e explicou para mim.

   — E depois, o quê? Há vinte anos atrás, eu apareci na sua casa, avisando que eu teria um bebê, você me humilhou e fechou a porta na minha cara. Agora, depois de todo esse tempo, quer vir aqui e dar uma de pai? Você não é pai da Go-eun, não mais. — Meus olhos se arregalaram ao ouvir aquilo e eu virei, apenas para ver o rosto daquele que me deu a chance de viver. Eu falaria com ele depois.

   Eu corri para longe, desolada e me sentei em meio ao mato. Sempre sonhei com quando conheceria o meu pai. Quem seria ele? E o tempo todo, ele era um cara milionário que só não queria cuidar de mim. Por que ele não queria cuidar de mim? Não demorou para eu ouvir passos se aproximarem, então me apressei em secar as minhas lágrimas e substituí-las por um sorriso no rosto.

   — Barrigudinha, você me preocupou. Não pode sair correndo assim — disse, Jungkook se sentando ao meu lado e eu sorri, entrelaçando minha mão à dele. — Suas amigas estão atacando o buffet de comida. — A sua frase, dita com tanta surpresa e medo, me fez rir. Ele, provavelmente, nunca havia visto algo parecido.

   — Elas são assim. Precisa ver como elas estavam no meu aniversário de doze anos. Elas comeram a mesa inteira, foi assustador — comentei, ouvindo sua risada como resposta. — Enfim... Elas são uns amores. — Embora, eu ainda estivesse feliz por ter alguém ao meu lado que fosse meu amigo, minha cabeça latejava ao descobrir que eu estava tão perto do homem que engravidou a minha mãe.

ACIDENTE DE UMA NOITE || JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora