- A primeira refeição -

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Go-eun

   — Sabe, Jungkook, já faz um tempo que nosso pequeno fez seis meses e é nessa idade que a gente pode começar a dar comida pros bebês — avisei, tentando fazê-lo sorrir, já que parecia muito pensativo. — Eu queria que estivesse lá pra ver a reação dele — contei, massageando seus ombros e ele fechou os olhos por um minuto e concordou com a cabeça, pegando Toseong no colo.

   — Vamos deixar você provar um papá gostoso — disse, feliz ao bebê que levantou os braços, animado, sem saber o que estava comemorando. — O que pretende dar pra ele comer? — perguntou, curioso, então eu mostrei à ele um pacote de ervilhas congeladas.

   — Eu queria fazer purê de ervilha — avisei, então depois de fazer uma papinha para ele, eu coloquei em um potinho pequeno e coloquei a colher perto da boca do meu filho, e empurrei de levinho para ele começar a sentir o sabor e o neném pareceu se interessar e abriu a boca para provar. A careta que ele fez ao provar foi impagável, ele era tão lindo. No entanto, depois de saborear a comida por um tempo, ele ficou com a boca aberta, como se esperasse mais do que antes comia. — Acho que ele gostou — contei, animadamente e Jeon concordou.

   — Ele vai ser um comilão — disse e beijou a bochecha do neném, parecendo se apaixonar cada vez mais pelo filho. — Ele é tão lindo que eu não consigo ficar sério, olhando pra ele — confessou, afoito e eu sorri. Fiquei feliz por ter conseguido distraí-lo e ainda mais por ter oferecido algo novo para Toseong experimentar.

   — Parece que o bonitinho quer mais — falei, então deixei que Jungkook desse papinha para o bebê, já que ele parecia mais animado que eu. Na hora que ele dormiu, eu o coloquei no berço e ficamos olhando ele cochilar, já que eu sabia que ele acordaria e algumas horas. — É bizarro, não é? A forma que tudo aconteceu — disse, sobre como nos conhecemos e ele concordou.

   — É assustador, mas foi bom. — Ele concordou com a cabeça, alisando a cabeça do nosso bebê que estava coberta por um touca amarela. — E importante. Acho que nós dois precisávamos ser mais responsáveis. A gente era bem...

   — Sem noção — completei, então o vi assentir com as minhas palavras. — Acho que ele foi necessário pra nos amadurecer, mesmo que a gente não ficasse junto, acho que seria a mesma coisa — disse, aérea e eu o puxei para ir até a sala. Quando nos sentamos no sofá, ele deitou a cabeça no meu ombro e eu beijei o seu cabelo. — Por que você estava tão distraído hoje?

   — Eu só... estava pensando na minha irmã. É tão estranho o que aconteceu com ela. Ela podia ter ido trabalhar em uma cafeteria, ou em uma loja. Por que ela decidiu aquilo? — indagou, curioso e eu coloquei a mão em seu ombro, sem saber o que responder exatamente.

   — Pode perguntar pra ela — disse, passando a mão em suas costas e beijei sua bochecha. — Só ela sabe o que aconteceu, quando ela saiu daqui — contei e ele concordou, me abraçando, buscando algum conforto. Ficamos em silêncio, por algum tempo, até decidirmos ir dormir. Eu me joguei, exausta, no colchão, tendo meu marido, abraçando a minha cintura.

   Eu acordei com o choro do meu filho e abri meus olhos, preguiçosamente, fazendo menção de levantar, mas fui impedida por Jungkook que colocou a mão em meu braço, me puxando, delicadamente, para deitar, novamente.

   — Não. Pode deitar, deixa que eu vou. — Com o sono que eu estava, concordei com a cabeça e me deitei, novamente, adormecendo no momento seguinte. Havíamos pegado essa rotina de intercalarmos a vez de irmos ver o nosso pequenino e assim cada um ter seu tempo de dormir e acordar.

   Claro que eu acordei e na próxima vez, eu deixei que Jeon dormisse. Quando o dia amanheceu, eu me espreguicei na cama, percebendo que Jungkook não estava do meu lado, decidi me levantar e descer as escadas, encontrando meu marido ninando Toseong, enquanto dava à ele a mamadeira com o leite materno que eu havia tirado mais cedo.

   — Você já levantou? — perguntei, me aproximando dele, esse que sorriu, enquanto ninava o pequeno e o dava de mamar. — A mamãe já levantou, neném — falei, alisando o rostinho dele. O meu Saturno.

   — Ele acordou chorando e como eu vi você dormindo, não quis te acordar, então já dei algo pra ele comer — contou, apaixonado pelo filho e eu suspirei, achando fofo como ele cuidava tão bem do nosso feijãozinho. — Você está com fome? Imaginei que estaria com fome, então fiz o café. — Eu sorri e concordei com a cabeça, indo pegar uma xícara para tomar o meu café.

   — Você é um amor — elogiei, me apoiando no balcão e ele sorriu, ouvindo o telefone tocar, o que cessou o seu sorriso no mesmo momento. — O que aconteceu? Quem é? — perguntei ao ver sua reação.

   — Não esperava que ele fosse me ligar. Segura ele aqui — pediu sobre nosso menino e eu concordei, pegando meu bebê no colo. — Eu já volto — sussurrou e eu concordei, vendo ele sair de perto de nós, subindo as escadas para ir ao quarto.

   — Acho que o papai está bem ocupado, Saturno — avisei ao bebê que colocou a mão na boca, sorrindo, então eu neguei com a cabeça, enquanto ria. — Mas você nem entende o que eu estou falando, não é, bebê? — questionei, o balançando, então vi Jungkook descendo as escadas, novamente. Com a sua expressão de raiva, resolvi perguntar o quem era.

   — Quem você acha? A única pessoa capaz de destruir a minha felicidade... Meu pai. — Eu fui interrompê-lo para dizer que não era bem assim e ele percebeu. — Você não está entendendo. Toseong já tem seis meses. Ele acha que passou tempo demais. Ele quer que a gente e divorcie — contou e eu arregalei os olhos, virando diretamente ao meu filho. — Ainda acha que tudo isso não foi pela imprensa?

   — Eu... — Eu sabia que precisava me render ao fato de que o pai do Jungkook não era bom. Só que seu olhar me pareceu tão verdadeiro. Eu queria acreditar, mas não posso mais passar esse pano. — Acho que... seu pai é um belo filho da puta. Como ele pôde fazer isso com a gente? Eu estou amamentando, eu não posso me estressar! — gritei, irritada e Jeon se aproximou, segurando meus braços que ainda carregavam o bebê.

   — Calma, amor. Eu sei. Ter um pai como ele é assustador, mas podemos dar um jeito nisso — comentou, ainda me segurando e eu neguei com a cabeça. Se ele nos convenceu a casar, separar não vai ser difícil. — Olha só o que a gente vai fazer: nós vamos pra Tokyo.

   — Quer ir pro Japão? Sério?

   — Pensa, vida. É perfeito. É um lugar que nem você, nem eu concordaríamos em ir. Ele não vai pensar em nos incomodar lá. — Eu neguei com a cabeça, enquanto pensava e suspirei ao lembrar de algo.

   — Não posso. Minha licença à maternidade vai acabar semana que vem — expliquei e ele sorriu, como se já esperasse que eu dissesse isso. Como ele pode sempre ter uma resposta na língua que me faz concordar com tudo o que ele diz?

   — Eu falei com sua chefe ontem. Não é a primeira vez que ela liga — avisou e eu acabei sorrindo, negando com a cabeça. — Eu fui até lá e avisei que você precisava de um descanso a mais, já que estava cansadinha pela chegada do bebê. E que você poderia trabalhar de casa, enviando projetos por e-mail — contou e eu deixei a cabeça pender para o lado. Aquela mulher nunca concordaria com isso.

   — E a verdadeira versão é?

   — Você nunca vai saber.

ACIDENTE DE UMA NOITE || JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora