Descendentes - A História De Amor Nunca Contada

Um novo amigo

Pov: Carlos

A tarde estava bem ensolarada, perfeita para dar uma caminhada e explorar um pouco a floresta. Também era um pretexto para pensar em tudo o que a Evie havia me dito na semana anterior – pela milésima vez. Estamos nos falando agora, mas é estranho, nem ao menos parece que nos conhecíamos tão bem.

Mas era compreensível, um mês distantes em um lugar completamente diferente, era de se esperar que isso acontecesse. Talvez ela até estivesse com o – babaca – do Chad, mas como eu ia saber? O máximo que estamos conversando é sobre prova.

No dia que ela me contou, assim que terminou fiquei muito mal e sentia muito por ela. Conhecendo a mãe que tem, tenho certeza que falou coisas piores que a Evie não havia me dito. Pedi desculpas. Vê-la chorando partiu meu coração mais ainda e eu queria acabar logo com o sofrimento dela. Espero que tenha dado certo e que ela tenha ficado bem ou pelo menos mais leve, diferente de mim que depois de ter tanta informação eu queria sair o mais rápido possível dali. Inventei uma desculpa qualquer que precisava fazer umas tarefas, mas antes que eu pudesse sair ela me chamou e me abraçou.

 Estava com saudade daquele abraço e do cheiro suave de seu perfume. A sensação é de que o tempo havia parado e não existisse mais nada nem ninguém, sem problemas ou qualquer outra coisa ao nosso redor. Desejei que ficássemos assim pra sempre e por mais que eu mesmo não queira admitir, ainda era completamente apaixonado por ela, mas não entendia o motivo de doer tanto. Seria o destino querendo dizer alguma coisa?

Um tempo depois ela olhou no fundo dos meus olhos e agradeceu por ter ido, beijou minha bochecha e saiu dali. Fiz o mesmo, e enquanto andava pelos corredores, senti meu estomago embrulhar e comecei a ficar meio zonzo. Aquele quarto nunca tinha sido tão longe!

Quando cheguei, entrei o mais rápido que pude e fechei a porta. Vi que o Jay estava jogando vídeo game e torci pra que ele não tivesse percebido minha presença. Me deitei na cama e no mesmo instante senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Por que tinha que ser tão difícil??

- Ah! Você finalmente chegou! Quer jogar comigo? Você é melhor do que eu nesse jogo, e estou perdendo pra um monte de nerds! – Não consegui responder, naquele momento não estava com cabeça pra isso – Cara? Você está bem? Acordou a pouco tempo, saiu daqui voando sei lá porque e deitou de novo?? Um caminhão passou encima de você e eu não fiquei sabendo?

Quanto mais ele falava, mais eu chorava, eu só queria ficar sozinho mas se ele me visse naquele estado eu tinha certeza que nunca mais ele me deixaria em paz. Ele veio até mim e ficou olhando fixamente pra minha cara.

- Você tá chorando?? - disse erguendo as sobrancelhas.

- É o que parece – falei sem muita paciência.

- Por que?? – fiquei calado, realmente não queria falar sobre aquilo – Não vai me dizer que é por causa da Evie de novo.

- Jay, se não se importa... eu não quero falar sobre isso.

- Eu me importo e muito. Agora eu pergunto e você responde. – Ele foi até o frigobar, pegou uma garrafinha de água e me entregou – Cara... olha, eu só quero ajudar... te ver mal assim é horrível porque eu não sei o que fazer.

Me sentei, peguei a água e tomei um pouco pra ver se eu me acalmava, o que deu certo. Respirei fundo e agradeci por ele estar ali. Agradeceria mais ainda se ele não fosse fazer um questionário, mas pelo visto seria pedir de mais.

- Então, me diz o que aconteceu? – disse se sentando no pé da minha cama.

Falei tudo o que ela me disse do início ao fim e o Jay me escutou com atenção até terminar e ficou ele calado por um tempo enquanto pensava.