Descendentes - A História De Amor Nunca Contada

Não paro de pensar nele

Pov: Evie

Estava em meu quarto lutando contra insônia e tentando fazer o mínimo de barulho possível. Minha mãe estava dormindo, e se eu a acordasse sabia que ficaria furiosa.

    Olhei para o relógio e já eram quatro da manhã. Eu ainda não havia dormido, afinal não conseguia parar de pensar nele... naquele sorriso que iluminava os lugares que ia com a sua felicidade, em seus cabelos castanhos, sardas, seus olhos brilhantes... ele é perfeito! E sempre foi... Sem contar que sempre foi gentil.

    Mas não sei se o sentimento é recíproco. Pelo menos, não sei se ainda é. Quando nos tínhamos dez anos ele me deu um selinho na sala de música da escola, mas nos afastamos quando escutamos a voz do Jay. Desde então, isso tem sido meio que um segredo entre a gente ou algo do tipo, já que não comentávamos sobre.

    Desde o começo da escola, sempre fomos amigos. Ele sempre conversava (muito) comigo, e brincava também. Sempre foi muito legal. E eu... bom, acho que sempre tive uma quedinha por ele. Mas nunca tive coragem de dizer.

    Ele sempre vai a várias festas com o Jay, esse garoto sempre faz questão de falar isso bem alto na sala. O Jay era o tipo de cara que adora se amostrar e é bem mulherengo. Todo mundo sabia disso. E era muito popular também. Assim como o Carlos e as outras pessoas com quem eles andam junto. Parte de mim queria ir nessas festas também, mas como eu iria? As pessoas nunca me chamavam.
  
    Mas acho que não daria certo ficar com ele de qualquer jeito. Minha mãe me mataria se soubesse. Ela quer que eu me case com um príncipe para poder ter muito dinheiro, morar em um castelo e blá blá blá, mas para mim ele é um príncipe, o meu principe, mesmo sendo filho de uma vilã.

     Em menos duas horas eu vou vê-lo novamente na escola, e talvez eu gostasse ainda mais dele. Ele tem esse poder sobre mim.

     Ontem a Mal e o Carlos vieram aqui para fazer um trabalho de escola (o Jay não veio e não faço ideia por que) e estudar, para a prova de amanhã, quer dizer... de hoje. E eu estou nervosa.

    Olho a hora e tomo um susto ao ver que já eram 05:15! Eu estava atrasada! A escola não era tão perto da minha casa. Me levanto rapidamente e corro para o banheiro, eu teria que correr contra o tempo! Tomo um banho rápido, hidrato minha pele, escovo os dentes e volto para meu quarto 20 minutos depois.

   Coloco uma meia-calça preta, um vestido azul e preto, minha jaqueta de couro e meu coturno de salto favorito. Penteio o cabelo e percebo que fiz tudo isso em tempo recorde! Dou uma última olhada no espelho, então pego minha mochila e corro, eu ainda tinha que pegar alguma fruta na cozinha pra ir comendo no caminho.

   Eu estava tão preocupada em me atrasar que começo a descer as escadas correndo, mas meu pé acabou entortando no meio do caminho e cai rolando escada abaixo. Queria gritar de dor. Eu ainda estava preocupada com acordar minha mãe mas na altura do campeonato nem importava.

    A queda foi estrondosa e provavelmente ela havia escutado. Dois minutos se passaram e lá estava ela no inicio da escada me olhando. Ela estava furiosa, mas pelo que? Eu havia caído e nem ao menos sentia meu pé! Foi quando resolvi olhar para trás e entendi tudo. Eu havia quebrado o espelho dela... e isso não era bom.