Um lugar estranho

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Pov: Carlos

 Abri os olhos lentamente. Minha visão estava turva e me senti meio tonto, mas não sabia exatamente do quê. Levantei do chão me segurando em uma cômoda, e estava me sentindo fraco, meu estômago doía como se tivesse recebido um soco no estômago. Olhei ao redor e estava em um quarto pequeno e úmido com paredes feitas de pedra, e tinha uma pequena cômoda vazia com uma cadeira antiga encostada. O lugar era escuro, a não ser pela fresta de luz que iluminava debaixo de uma grande porta de madeira.

A porta estava emperrada, mas consegui abrir com dificuldade. Precisava sair dali o mais rápido possível, me sentia claustrofóbico. Assim que consegui, me deparei com um grande e antigo corredor de um castelo. Havia algumas cortinas gastas pelo tempo e alguns espelhos pendurados nas paredes, sem contar na infinidade de portas e quadros macabros. O lugar continuava escuro, mas ao me aproximar de uma janela que tinha ali, vi que o dia estava cinzento, e o vento que entrava era frio me fazendo arrepiar.

No final, havia uma grande escada em espiral que provavelmente me levaria a saída. Não fazia ideia de onde estava, mas sabia que era um castelo abandonado, apesar de não me lembrar de como havia parado ali. Ainda estava com a roupa do baile, então provavelmente não tinha passado muito tempo.

- Ai meu Deus! – Escutei uma voz conhecida sussurrar assim que desci o último degrau. Olhei ao redor do saguão, tentando achar um rosto conhecido e me deparei com o Chad encolhido atrás de uma poltrona. Ele se levantou e veio correndo até mim. – Achei que tivesse morrido! Tentei te acordar, mas você não se mexia. Estava indo buscar ajuda, mas estou com medo dos passos que não paro de escutar, como se estivesse... me seguindo! Vou enlouquecer!!

- Chad, respira! – Falei tentando acalma-lo. De tantas pessoas, porque ele estaria ali? – Como veio parar aqui? Sabe onde estamos?

- Eu tenho tantas perguntas quanto você! Eu não sei! – Ele arregalou os olhos e me puxou para fora do castelo correndo. – Tá vendo isso? As árvores não tem folhas... Uma parte do lago está seco, e o céu... está cinza. – Escutamos o vento uivar e nos encolhemos nos ternos de frio – E os corvos... – Um deles gritou, e ambos tomamos um susto.

- Já veio aqui antes? – Perguntei confuso, com medo da resposta.

- Não lembra de nada da noite anterior? – Ele perguntou parando em minha frente, e devo ter feito uma cara de perdido pela reação de choque dele.

- Me lembro do baile, mas não sei como parei aqui. – Conclui depois de muito pensar.

- É pior do que pensei... Estou perdido com você... não me leve a mal, mas nem sabe o que está acontecendo!

- Hm, digo o mesmo. Não é a melhor companhia, mas fazer o que...

- Entendi – Ele revirou os olhos e deu um sorrisinho sarcástico – A questão é a seguinte: Ontem, você e a Evie estavam sentados debaixo de uma árvore. Sei disso porque estava observando.

- Você é um maníaco ou algo do tipo?! – Perguntei assustado com aquela informação.

- Ela saiu com a Mal e eu fui falar com você, queria descontar minha raiva em um de vocês e a Evie não era mais uma opção. Mas antes de eu me aproximar, a Rainha má apareceu atrás de você... Não sei ao certo o que ela te fez, mas ela te apagou e te fez desaparecer. Entrei em pânico, mas ela me viu. Corri para a floresta, mas ela foi mais rápida... Apareci ao seu lado, e fiquei horas tentando te acordar. Até chegar à conclusão de que... o pior tinha acontecido.

Fiquei em uma espécie de transe por um momento, tentando digerir todas aquelas informações. Como seria possível ela estar em Auradon? Não tínhamos conseguido a varinha. E a Evie? Temi ao pensar nos castigos que a mãe dela poderia dar. Ela não merecia isso. A gente não mais merecia sofrer, simplesmente por se amar.

Descendentes - A História De Amor Nunca ContadaOnde histórias criam vida. Descubra agora