A hora perfeita

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Pov: Uma

Na noite anterior...

Estava sentada na poltrona ao lado da lareira junto ao Harry e o Gil. A noite estava fria no geral, mas não era um problema já que estávamos bem agasalhados e tomando chocolate quente. O Gil achara um disco antigo e colocou na vitrola para tocar enquanto líamos vários folhetos.

O primeiro que eu havia lido falava em como a educação era mais importante e poderosa que a magia. Fiquei pensando se quem tivesse escrito aquilo realmente acreditava na própria frase. O segundo era sobre uma gincana que estava acontecendo, e me perguntei se seria divertido de participar.

- Com certeza! – O Gil respondeu animado – Imagina que legal competir e ainda ganhar prêmios bons? Nunca ganhei um, mas deve ser legal a sensação.

- Também acho que deve ser legal, ainda mais com a oportunidade que teríamos de acabar com o grupinho ridículo da Mal. – O Harry disse com desdém.

- Pelo o que sei, eles são de equipes separadas, a Mal está na do príncipe e os outros em outra. – Falei o olhando e ele deu uma risada sarcástica comentando algo como "é claro".

- Deve ser por isso então que a garota que veste rosa estava tão chateada, achei que era por ter sido eliminada. – O Gil comentou.

A Audrey era uma garota com quem realmente me surpreendi ao conhecer melhor. No começo achava que era só mais uma princesinha fútil em uma crise qualquer e que iria arregar na primeira oportunidade, mas me enganei. Deveria ter percebido desde quando ela foi à ilha. Mesmo com um pé atrás ela aceitou nos trazer pra ajudar ela com a crise com o namorado.

Eu não sei se consigo fazer muito por ela, mas foi a melhor chance que tivemos de vir pra cá. Viemos junto com eles no mesmo dia que fechamos o acordo na ilha. Não estava nem aí pra ela, mas queria poder ter o gostinho de acabar com a Mal. Nos últimos dias que tivemos contato, a garota usou todas as oportunidades possíveis pra me humilhar.

  A Mal acha que é melhor do que eu, mas estou um paço a frente dela e ela nem imagina. Deve achar que ainda estou na vidinha miserável na ilha sem poder fazer nada, enquanto eles têm tudo do bom e do melhor e um mundo pra conquistar. Usar a Audrey foi o caminho mais próximo para acabar com isso.

Todos na ilha estavam contando com eles, com a tão almejada liberdade para a vingança que a Malévola não parava de dizer desde que a filinha se mudou. A verdade, pelo o que eu observava de longe é que eles nem pareciam ligar. Que decepção ela seria pra mamãe...

- Achei! – O Harry exclamou animado – É um panfleto sobre um museu, lá que fica a varinha! Podemos ir lá.

- Ir pra onde? – A Audrey perguntou assim que chegou na cabana com o Chad.

- Dar uma volta, tomar um ar – Falei me virando para olha-la – Não me leve a mal, essa casa das suas tias avós aqui no meio do nada é muito boa – Ela me olhava atentamente e cruzou os braços – Mas a gente não aguenta mais ficar presos aqui olhando para as paredes.

- Já falei que é por segurança de todos nós. Se alguém descobrir vocês... Eu estarei frita. Já arrisquei demais trazendo vocês então o mínimo que podem fazer é seguir as regras de segurança que estabelecemos assim que chegaram.

Que ela estabeleceu. 1. Não sair, pois não poderíamos ser vistos; 2. Eles levariam comida sempre, então não teríamos desculpas; 3. Nada de quebrar os móveis; 4. Sempre deixar limpo. Não queria dizer que seguíamos. Assistimos a última prova da gincana escondidos da floresta, e terminou com um showzinho da Mal indo para a enfermaria. No geral, tinha sido legal de assistir.

Descendentes - A História De Amor Nunca ContadaOnde histórias criam vida. Descubra agora