Descendentes - A História De Amor Nunca Contada

O convite

Pov: Mal

Assim que a Evie saiu, o Ben pediu para que eu o acompanhasse. Aquilo estava estranho já que não tínhamos a menor intimidade para sair por aí juntos, aparentemente escondidos e eu não confiava nele. Por conta disso fiquei em alerta para me proteger caso necessário, até me certifiquei se o livro de feitiços da minha mãe estava em minha bolsa, que por sorte eu o levava pra onde quer que eu fosse.

  Andamos pelos corredores rapidamente, enquanto ele falava algumas coisas sobre a escola e que em breve seria coroado rei. Com certeza era uma grande responsabilidade, e deveria ser muito bom poder ser o líder oficial de uma nação. Comecei a me lembrar de como era na ilha, como todos me respeitavam e como eu era líder de lá entre os jovens e crianças; eu era temida e tinha todo poder em minha mão, como fui estúpida de deixar tudo para trás? Como lá deveria estar agora? Será que a Uma teria tomado meu lugar de "rainha"? Eram respostas que provavelmente eu não iria saber por um bom tempo, pelo menos não até voltar lá.

  Chegamos na saída da escola e fiquei meio confusa: para onde ele estava me levando? Uma limosine se aproximou e o motorista abriu a porta para que pudéssemos entrar.

  - Espera! – Olhei para o príncipe, que sorriu ao escutar minha voz pela primeira vez em todo percurso – Pra onde estamos indo?

  - Achei que o gato tinha comido sua língua – ele brincou, mas não achei engraçado.

  - Não tem graça, Ben. Vai fazer o que? Me deportar nesse exato momento e vai junto pra ter certeza de que chegarei e ficarei lá, presa pra sempre? Sinceramente eu não ligava pra isso até poder de fato comer e dormir bem, sem receio de que algo acontecesse e...

   - Mal, calma! Você não vai ser deportada, não se preocupa. Aliás em nenhum momento deu motivos para isso, não que eu saiba – ele falou sendo sincero – Vou me certificar que todos vocês fiquem aqui mesmo quando a escola acabar e claro, posteriormente trazer mais crianças e que vocês possam visitar seus pais quando quiserem.

  - Bom – falei aliviada – para onde estamos indo então?

  - Achei que nunca iria perguntar! – ele sorriu – bom, vamos ao castelo para uma reunião particular.

  - Sobre o que?

  - Não precisa ficar ansiosa, não é nada sério. Na verdade, acho que vai gostar.

  Mesmo desconfiada, entrei no carro e fomos para o castelo. O caminho era lindo, tinha muitas árvores de diversas espécies, flores, e vários esquilos e pássaros. Tinha também um grande lago, que o Ben disse que era o "lago encantado", e que caso alguém mergulhasse nele, qualquer encantamento que tivesse sido lançado na pessoa seria quebrado.

  Um tempo depois, chegamos ao castelo. Ele era enorme, e tinha um grande jardim na frente, vários guardas nas portas e rondando para protege-lo. Saímos do carro e o Ben cumprimentou todos que passavam. Por dentro, era muito maior – se é que era possível – com vários quadros, armaduras, cortinas, e objetos decorativos. Agradeci por não estar ali sozinha pois com certeza eu iria me perder. Havia vários corredores que tinham diversas portas. Obviamente ele não me apresentou tudo, até acho que seria impossível em somente um dia, e até ele confessou que se perdia as vezes, mesmo tendo crescido lá.

  Passamos por uns três corredores e enfim entramos em uma grande sala. Nela havia uma lareira enorme, uma parede que tinha uma estante de livros até o teto, um sofá, um grande tapete de veludo, uma mesa com vários papéis e um notebook, uma cadeira grande de couro e duas cadeiras menores a frente da mesa. Logo atrás haviam longas cortinas douradas que iam até o teto, e uma porta de vidro enorme que levava até uma sacada, onde dava pra ver o reino de Auradon e a também a escola.