Os ventos uivantes

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A escuridão os encobriram quando alcançaram a trilha entre a floresta, o mesmo percurso que Obito e sua escória se dirigiram à caminho de Pompéia. Montaram-se em um relevo e frearam os cavalos. Estavam alguns metros do seu objetivo, podia ouvir o sacolejar da carruagem há alguma distância.

Eles haviam deixado as capas e quaisquer características que os reconhecessem como um exército romano. Tudo precisava parecer ser apenas um ataque de bárbaros.

Com um sinal, Itachi dispensou uma equipe para cercá-los. Abaixo deles o relevo se dissipa entre as árvores abrindo o caminho a trilha mais uma vez. Pousando a mão no cabo da espada, conteve-se aos seus desejos em tentar atacar o próprio primo. As ordens eram matar a celta, mas a oportunidade para deter Obito parecia uma tentação irresistível demais para ser ignorada.

Ele respirou fundo, usufruindo da brisa gélida, controlando seus desejos impuros e tratando de se concentrar em sua missão. Não seria adequado naquelas circunstâncias dar fim a vida do primo, seria um idiota se tentasse, não só perderia seu cargo na patente militar como possivelmente a cabeça.

Lembrou-se da época que ele e Obito lutaram lado a lado contra os etruscos, teve a sorte de vê-lo se ferir, mas não teve a coragem de deixá-lo morrer nas mãos do inimigo. Como um tolo, acreditou que poderia ganhar algum proveito salvando a vida do general, mas tudo que lhe restou fora tomar seu lugar no exército.

— General.

Itachi despertou dos pensamentos, os olhos escuros cravados na descida que fariam.

— Ataque. — ele falou puxando as rédeas com força, descendo o morro com fúria e desembainhando a espada.

Os cavalos galopavam na direção em que a carruagem seguia seu percurso. Não demorou muito para alcançá-los. Assustado o cocheiro olhou sobre os ombros uma única vez para notar que estavam sendo perseguidos.

Como esperava, a escória atacaria e protegeria a carruagem onde estava Obito e a Celta.

Itachi observou os cavaleiros da meia volta com os cavalos e seguirem pelo caminho contrário a carruagem. Acostumado a atacar sobre o lombo do cavalo, desferiu o primeiro golpe mortal contra a garganta de um deles, desviando dos prematuros ataques e dispensando a sua frente o máximo de homens que se aproximavam a galope.

Ele precisou puxar a rédea do cavalo antes que colidisse com o outro, à medida em que, rodopiou o cabo da espada em sua mão e cortou o ar com a lâmina, atingindo seu adversário. Sem perder tempo olhou sobre os ombros rapidamente para se dar conta que seus soldados estavam levando a melhor, quando voltou na direção da trilha, avançou a galope, golpeou mais dois soldados e finalmente alcançou a carruagem desenfreada há uma distância.

Itachi açoitou os flancos do cavalo e apertou com força as rédeas, não demorou para que os soldados dispensados em volta da floresta contra-atacassem cercando o veículo. O cocheiro tentou em vão puxar as rédeas e desviar a rota, mas fora obrigado a romper a velocidade quando mais soldados surgiram da escuridão como os próprios ceifeiros da morte.

Apeando do cavalo em movimento, Itachi empunhou sua espada e golpeou os quatro soldados que desceram dos animais e atacaram-o sobre o solo. Suas vidas foram ceifadas com facilidade, porém um deles ainda se agarrava a vida, enquanto a metade de seu braço se esvaziava em sangue.

Itachi caminhou até o soldado e o olhou-o, menosprezando o inimigo quase morto, a lâmina de sua espada só canalizou a centelha de vida.

Com cuidado aproximou-se da carruagem e bloqueou com habilidade nata o cocheiro que resolveu atacá-lo, tirou-lhe a vida com um só golpe. O sangue que abrira na garganta do homem sujou suas vestes e respingou em seu rosto. Mal teve tempo de limpar a face quando de dentro da carruagem surgiu o homem alto. Era Obito, pensou Itachi com prazer. Se aquele idiota queria tanto proteger a Celta lhe traria um pouco de diversão antes de matá-la.

O gladiador de PompéiaOnde histórias criam vida. Descubra agora