A erupção do Vesúvio (final)

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Algumas semanas antes

Porto de Nápoles

O sol matinal iluminava a proa do navio e diminuía um pouco o frio vindo das montanhas. Boruto havia passado a noite acordado, os pensamentos pesarosos atormentando-o. Desde que chegara a Nápoles, não gozava de uma noite de sono e sabia que a mulher ao seu lado também não.

Decidido, ele levantou-se sem fazer barulho, saiu do acampamento improvisado e caminhou até a beira do penhasco, onde a luz do sol banhava as águas do oceano. Um navio imenso ancorado na baía da cidade já lotava-se com passageiros e ele seria um deles se não resolvesse voltar para Pompéia.

— Formigas no acolchoado? — quis saber Shikamaru aproximando-se.

Boruto continuou contemplando a paisagem marítima, notando o calor humano estagnado ao seu lado.

— Eu vou voltar.

O silêncio de Shikamaru era a resposta de que já sabia sobre sua decisão.

— Não posso abandonar minha família — falou ele, um nó formando em sua garganta.

— Posso entendê-lo. — Shikamaru tocou-lhe sobre o ombro passando-lhe confiança.

Boruto encarou-o por um fim de minutos. Realmente o homem se parecia muito com seu amigo, certamente não seria contra suas ideias.

— Leve Sarada com você para a Hibérnia em segurança.

— Acha que ela vai concordar?

Boruto negou com um gesto de cabeça e voltou a olhar o mar.

— Estou de partida. Ela não precisa saber da verdade agora. Conte-lhes quando embarcar, assim não há outra opção, senão prosseguir viagem.

Shikamaru assentiu e não disse mais nada.

Boruto recuou e lançou um olhar penetrante para o acolchoado muito perto da pequena fogueira apagada. O volume indicava que Sarada ainda dormia.

Lamentou, já havia posto a vida dela em risco várias vezes. Além disso, sabia que a mulher sofria por estar longe da mãe, uma vez que Sakura recusou acompanhá-los.

— Vai precisar de um cavalo. — Shikamaru interrompeu-lhe os pensamentos, entregando-lhe um saquinho com moedas.

Boruto olhou-o e aceitou as moedas.

— Tome cuidado.

— Vocês também.

Ele se afastou, embrenhando na floresta até alcançar a trilha que levava a cidade de Nápoles. Compraria um cavalo, mantimentos e tudo que fosse necessário para viagem. Agiria rápido para não levantar suspeitas dos soldados que vistoriam a cidade atrás de baderneiros e possíveis fugitivos.

Lá pela tarde, Boruto parou nas margens de um riacho. Precisava de um descanso, uma vez que passou mais de quatro horas sobre o lombo do cavalo, suas pernas estavam dormentes e seu corpo doía. Ele retirou o cantil do alforje e bebericou da água, em seguida puxou o animal pela rédea e deixou pastando.

Não estava com fome, mas decidiu comer pão e queijo, sentado na relva olhando para as águas cristalinas do riacho.

Um barulho de galhos secos sendo pisoteado chamou-lhe a atenção.

Ele olhou na direção da floresta e levantou-se depressa desembainhando a espada.

Cauteloso, escondeu-se atrás de um tronco, ouviu resmungos e em seguida uma sombra surgiu na trilha entre as árvores. O desavisado surgiu como um idiota a campo aberto.

O gladiador de PompéiaOnde histórias criam vida. Descubra agora