O caminho para Pompéia

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Asuma deteve-se diante do hall que dava acesso a um pequeno vagão onde os gladiadores ficavam antes de entrar na arena; junto a uma das paredes, Shikadai se esforçava para conter a dor do ferimento, enquanto Boruto tentava em vão conter o sangue flamejante.

— As lutas não acabaram. — Asuma falou ocupando o pequeno espaço entre os dois como uma muralha. — O que pensam que estão fazendo? Há mais duas lutas. Voltem já para a arena!

O olhar friamente calculado de Boruto cravou-se em Asuma, lançando um sinal de censura.

— Será que a velhice lhe roubou a visão? — Boruto rebateu em um tom seco. — Shikadai não vai conseguir lutar nessas condições.

Asuma sabia disso, mas não via outro que pudesse acompanhar Boruto na arena que não fosse o segundo melhor de seus gladiadores. Além do mais, havia planejado as lutas entre a dupla, ciente que os espectadores torciam por isso.

— Enrola uma faixa nesse ferimento. Vocês precisam voltar.

Cortando a distância em segundos, Asuma viu seu corpo ser agarrado e pressionado contra a parede gelada, quando Boruto o agarrou como se puxasse as rédeas de um cavalo enlouquecido.

— Escuta aqui seu idiota. A vida de Shikadai vale muito mais do que a merda desse seu ego. Se quer tanto prata, fique com ele e trate de cuidar do ferimento. Eu me encarregado de lutar.

— Sozinho? — Asuma quis saber, antes de desvencilhar com brusquidão das mãos carrascas do mais novo. — Não subestime os gladiadores Argos.

— Desde quando o decepcionei, Asuma?

Asuma o fitou por tanto tempo que Boruto desistiu da resposta.

Quando pegou o escudo, a espada e se dirigia pelo corredor ouviu a voz em suas costas.

— Se decepcionar. Será a primeira e última.

Boruto sentiu vontade de rodar nos calcanhares e socá-lo, mas conteve-se apertando tão forte o cabo da espada que os nódulos de seus dedos ficaram roxos.

Sem dizer nenhuma palavra, ele se foi.

A imagem era a mesma. Pessoas alvoroçadas sem ter a noção do perigo de serem arremessadas para fora da arquibancada, de tanto que vibravam enlouquecidas. Os corpos que jaziam no solo haviam sido removidos assim como as armas e o animal abatido.

Boruto percorreu pelas extremidades até encontrar-se no centro da arena. Seus olhos azuis focalizaram do outro lado da arena duas bigas com quatro soldados Argos. Bateram as rédeas com violência e os cavalos cavalgaram ao redor do circuito.

Ele rodou a espada na mão e vislumbrou a distância dos veículos. Em uma das rodas uma ponta como um espinho de ferro gigante girava em sincronia. Os soldados davam voltas com as bigas, tentando intimidá-lo. Quando finalmente um deles resolveu atacar, Boruto saltou para trás tendo mais uma vez a pedra como escudo.

Respirou. Esperou. Usando o escudo como um bumerangue, Boruto arremessou no exato momento que um das bigas surgiu do lado esquerdo da arena em sua terceira volta. O escudo de aço atingiu em cheio o rosto de um dos soldados que desequilibrou puxando as rédeas em sentido à parede. Desorientado o cavalo chocou contra a parede em conjunto com o veículo, levando os dois soldados ao chão.

Quando um deles ergueu do chão, sentiu apenas o último ar engasgado na garganta cortada. O ataque foi tão rápido que o soldado mal se deu conta que tivera o pescoço degolado. O sangue jorrou no ar. O companheiro, enraivecido, girou com a espada na mão, contra-atacando.

O gladiador de PompéiaOnde histórias criam vida. Descubra agora